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Polestar 2: já testámos o primeiro carro elétrico da marca em Portugal

Seguro e muito bem equipado, o Polestar 2 é um excelente carro 100% elétrico. Com a bateria carregada, na versão com um motor, medimos uma autonomia real de 480 quilómetros. O preço arranca nos 49 900 euros.

01 agosto 2022
Carro elétrico Polestar 2 em movimento

4See/Raquel Wise

O Polestar 2 é a grande aposta no lançamento desta nova marca em Portugal com as primeiras entregas agendadas em outubro. Chega com duas versões: a mais “acessível”, desde 49 900 euros, de tração à frente com um motor e bateria de 64 ou 78 kWh, e a mais cara, com dois motores e quase o dobro da potência, desde 56 900 euros. Testámos as duas propostas em laboratório e já conduzimos a versão com mais autonomia nas nossas estradas.

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Com a bateria completamente carregada, o Polestar 2 tem uma autonomia real para percorrer 480 quilómetros e consome, em média, 18,5 kWh aos 100 quilómetros. Este registo comprova a eficiência elevada na condução. No campeonato dos carros elétricos, destaca-se da concorrência por apresentar uma das maiores autonomias que já medimos com esta tecnologia.

Com dois motores, oferece mais potência, revelando melhor desempenho em estrada, mas garante menos autonomia e consome mais. Ainda assim, tem trunfos para conquistar a preferência dos consumidores perante rivais como os novos BMW i4, Hyundai Ioniq 5, Kia EV6, Tesla Model 3 e Volkswagen ID.4.

35 minutos para carregar 80% da bateria

Com a bateria carregada, conseguimos viajar 480 quilómetros ao volante do Polestar 2. A bateria de 78 kWh pode ser carregada com uma tomada do tipo 2 CA (corrente alternada) ou através de uma tomada CCS CC (corrente contínua). O Polestar 2 tem uma zona muito prática por baixo do capô para arrumar os cabos de carregamento, onde se inclui uma ligação para carregar em casa, e as instruções práticas. Para abrir o mesmo temos de acionar uma alavanca no interior do carro, tal como se faz num carro convencional.

Numa tomada caseira, o carregamento da bateria demora 36 a 40 horas, o que não é nada prático. Já numa ligação CA com uma wall-box adaptada precisa de esperar 8 a 12 horas. Num posto rápido, o carregamento de 10 a 80% pode ser feito em 35 a 40 minutos.

Prós do Polestar 2

  • Desempenho muito bom.
  • Confortável e espaçoso à frente.
  • Consumo reduzido.
  • Equipamento completo com várias tecnologias de apoio ao condutor.

Contras do Polestar 2

  • Visibilidade insuficiente atrás: pilares traseiros e encostos de cabeça dificultam visão.
  • Acesso aos bancos traseiros pouco prático: só acomoda com conforto dois passageiros.
  • Diâmetro de viragem medido de 12,2 metros, o que é demasiado elevado.
  • Preço ainda elevado.

Utilização diária prática, visibilidade mínima

O Polestar 2 mede 4,61 m de comprimento e 1,99 m de largura (a contar com os espelhos retrovisores). Medimos um diâmetro de viragem demasiado amplo: 12,2 metros. Com um design de ambições desportivas, proporciona um conforto razoável. O Polestar 2 acomoda quatro passageiros com bagagem sem problemas.

A bateria por baixo do carro não condiciona minimamente o espaço de arrumação, mas a bagageira não é muito grande, apesar de trazer compartimentos práticos. Medimos uma capacidade real para 340 litros de carga. O alçapão por baixo do piso da mala esconde ainda 45 litros de arrumação. Se rebater os bancos, passa a contar com 715 litros de mala. A porta de abertura e fecho elétricos é um equipamento de série.

Visibilidade e mala são pontos críticos. 
Visibilidade e mala são pontos críticos.

Na posição mais baixa, os bancos da frente moram 46 cm acima do piso da estrada. Fácil de alcançar e sair do carro. Esta posição de condução um pouco mais elevada favorece a visão do trânsito à volta. Ainda assim, não é tão elevada como num SUV. As câmaras e os sensores de estacionamento facilitaram as manobras. Sem este equipamento, os obstáculos mais baixos atrás são invisíveis. A visibilidade global satisfaz pouco. Os pilares sobretudo atrás prejudicam a visão e, a agravar o cenário, os encostos de cabeça atrás não são retráteis, o que dificulta o trabalho. Mesmo que pretenda melhorar a visibilidade, não pode baixar os encostos de cabeça. Felizmente, os espelhos retrovisores são largos e exibem uma boa visão para trás.

Operações intuitivas e arsenal de tecnologia a bordo

Uma vez dentro do carro, o Polestar 2 pode ser ligado ao levantar o pedal do travão. A alavanca para arrancar e fazer marcha-atrás é rápida, fácil de usar e intuitiva. Na consola central, recebe a companhia de um monitor de 11,2 polegadas. A maioria das funções do carro é configurada e controlada a partir deste enorme ecrã tátil. As operações funcionam como se fosse num ambiente de telemóvel com um botão Casa e o resto agrupado em menus. A maioria das operações não exige grande treino. A familiarização com os menus foi mais simples do que na maioria dos carros com sistemas de infoentretenimento idênticos.

Acabamentos irrepreensíveis e qualidade de construção elevada, ao nível das marcas premium. 
Acabamentos irrepreensíveis e qualidade de construção elevada, ao nível das marcas premium. 

O cockpit do Polestar 2 traz o sistema operativo da Google. Fácil de comandar e com botões grandes, fáceis de alcançar. A marca anuncia e garante atualizações à distância (chama-lhe over-the-air) para melhorias técnicas e do software dos automóveis em circulação.

Não encontra botões autónomos para regular o ar condicionado. O mesmo é operado através de um comando no ecrã tátil, mas precisa de abrir um menu para fazer qualquer ajuste, o que pode causar distrações desnecessárias do condutor. O mesmo aplica-se ao sistema multimédia.

No painel de instrumentos também conta com um ecrã TFT de 12,3 polegadas. Aqui o condutor encontra todas as informações essenciais com duas áreas de informação diferentes. O velocímetro poderia ser mais bem destacado no painel. A velocidade atual é um dado essencial, que não pode ficar perdido na multiplicidade de outras informações menos relevantes.

Só poderá beneficiar do comando vocal se configurar uma conta Google. Os seus dados privados estão seguros? Esqueça.

Muito seguro, confortável q.b. e com ótimo desempenho na estrada

Apreciámos o espaço à frente. Recebe ocupantes até 2,10 m de altura. Atrás, nem tanto. Ali só entram amigos e família até 1,85 m de altura. O espaço de pernas é generoso, mas os pilares traseiros são intrusivos para a cabeça dos passageiros. A pior parte foi mesmo entrar e sair atrás: o design e a abertura limitada das portas obrigam a alguma ginástica. Não conte com o lugar central para viagens longas.

Além de trazer um leque muito completo de tecnologias de apoio ao condutor, o Polestar 2 revela um desempenho muito seguro. Recebeu cinco estrelas nos testes Euro NCAP. Manutenção na faixa de rodagem, reconhecimento de sinais de trânsito, alerta de colisão frontal, deteção de peões, aviso de obstáculos em ângulos mortos e de trânsito ao estacionar de marcha-atrás destacam-se. Conta ainda com airbags centrais nos bancos frontais.

O Polestar 2 é um carro suave e estável mesmo em velocidades mais rápidas. Os pisos mais irregulares não afetam os passageiros. A uma velocidade de 100 km/h, precisámos apenas de 34,7 metros para imobilizar o carro completamente.

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