Cerveja: como escolher, servir e conservar
É apreciador de cerveja? Há certos cuidados para melhor apreciar o sabor e o aroma desta bebida. A temperatura deve ser a correta, a espuma abundante e cremosa e o líquido límpido e suavemente borbulhante. Esqueça o mito da barriga de cerveja, mas modere no consumo. Saiba como escolher, servir e conservar cerveja.

Água, lúpulo, malte (geralmente obtido a partir da cevada), levedura e por vezes outros cereais (como trigo, arroz ou milho) são os principais ingredientes da cerveja, que existe em várias classificações.
Tipos de cerveja
Entre as várias classificações de cerveja, há uma tipificação legal, que a divide de acordo com a quantidade de álcool, e há as variedades que se encontram à venda no mercado. Por serem as mais comuns, a DECO PROteste dá-lhe a conhecer estas.
Ale
Tem notas pronunciadas de fruta ou especiarias. São cervejas mais escuras (tom âmbar), mais amargas e encorpadas. No geral, têm um alto teor alcoólico, entre 7 e 12 por cento.
Bock
Pode chegar a tonalidades castanho-escuro, com teor alcoólico a variar, no geral, entre seis e sete por cento. Os aromas lembram café, torrado e caramelo. É um tipo de cerveja mais encorpado, bom para o frio. Atualmente, existe também com cor mais fraca.
Lager
É o tipo de cerveja mais comum em Portugal e no resto do mundo. O termo lager, derivado do alemão, significa armazenar. É usado pelo hábito que existia de se guardar estas cervejas a temperaturas muito baixas antes de serem consumidas. O sabor é limpo, conferido principalmente pelos cereais e pelo lúpulo.
Lambic
Cerveja de origem belga, fermentada diretamente com frutos vermelhos. É mais ácida e refrescante, dirigida sobretudo às mulheres. A espuma é meio rosada.
Malzbier
Escura, encorpada e com uma leve doçura, o seu teor alcoólico situa-se, em média, nos 3,5 por cento. Apresenta um aroma que se aproxima mais do torrado e do caramelo.
Pilsener ou Pilsens
Também conhecida pela abreviatura pils, é um tipo de cerveja clara, refrescante e leve, com bastante gás e um teor alcoólico que varia entre quatro e seis por cento.
Munique
Aromática e de cor escura, o seu grau alcoólico é de quatro ou cinco por cento.
Stout
Cerveja entre o castanho-escuro e o preto, bem encorpada e com aroma torrado, tem um teor alcoólico entre quatro e sete por cento. É originária da Irlanda, podendo ser seca ou levemente adocicada.
Schwarzbier
Escura e leve, o aroma é suave e agradável, característico do malte escuro, mais torrado.
Weiss
O malte desta cerveja é feito a partir do trigo, em vez da tradicional cevada. É pouco amarga e tem uma cor clara. A espuma é cremosa, estável e pronunciada. Caracteriza-se pelo aroma a especiarias (cravo) e frutal (banana).
Voltar ao topoO que é uma cerveja artesanal?
É o processo de fabrico que distingue as cervejas artesanais das industriais. As cervejas artesanais levam puro malte e são carbonatadas naturalmente, tal como também é natural a sua fermentação. Nas cervejas artesanais é costume aproveitarem-se alguns ingredientes locais, e todo o processo de fabrico (clarificação, filtração, pasteurização) ocorre ao nível artesanal.
Ao contrário das suas parentes industriais, as cervejas artesanais não são, regra geral, filtradas (daí terem, normalmente, um aspeto mais turvo) nem pasteurizadas. A água utilizada, os cereais, eventualmente outros "condimentos" que sejam acrescentados, tudo isso mexe com o sabor final. Bem como a duração da fermentação e as condições em que decorre.
Voltar ao topo4 tipos de fermentação
São os ingredientes que distinguem as cervejas, mas também o modo de fermentação.
- Diz-se que a fermentação é espontânea quando ocorre à temperatura ambiente e o mosto é fermentado pelas próprias leveduras existentes no ar.
- A fermentação alta dá-se num ambiente de temperatura superior (a rondar os 20ºC).
- A baixa fermentação ocorre a uma temperatura mais baixa (de 5-10ºC).
- Quando a cerveja sofre uma fermentação alta e espontânea, fala-se em fermentação mista. Este método é muito comum nas cervejas tradicionais belgas.
Como servir cerveja
Não há nada como uma cerveja bem gelada, mas sem exageros. Se estiver fria demais, torna-se difícil apreciar corretamente o seu aroma e sabor, pois há maior perda de sensibilidade dos órgãos sensoriais. As temperaturas ideais são entre 5ºC e 7ºC para as cervejas de fermentação baixa, as mais comuns em Portugal. As cervejas de fermentação alta ou especiais devem ser servidas entre 10 e 12ºC.
Para servir, incline um pouco o copo, verta a cerveja com lentidão sobre o bordo, sem formar espuma. Com o copo meio cheio, endireite-o bruscamente e afaste-o de forma progressiva da garrafa, lata ou torneira.
Para melhor degustar a cerveja, elimine os restos de gordura dentro do copo, pois impedem a estabilidade da espuma. Por isso, o copo tem de estar muito limpo. Lave em água com sabão neutro, enxague muito bem e deixe secar naturalmente. Não use qualquer tipo de pano para secar. Depois, pode encher com cerveja.
Os copos mais recomendados são os de vidro ou de cristal de espessura fina. Um estudo da Universidade de Lovaina, na Bélgica, considerou que o aspeto mais importante da cerveja é o colarinho, ou seja, a espuma que fica no topo. Uma cerveja sem colarinho perde rapidamente o aroma. Daí a importância do copo correto. Para uma pilsner, por exemplo, os copos com o mesmo nome, com uma boca mais larga do que a base, melhoram a perceção do aroma. Adicionalmente, o seu formato, ao permitir que se segure o copo por baixo, evita que a cerveja aqueça, mantendo-se mais fresquinha.
Veja os rótulos da garrafa, pois algumas marcas indicam o copo ideal para o tipo de cerveja que vai beber, como caneca, copos cilíndricos, o copo habitual das nossas imperiais, tulipa, balão, entre outros. Algumas cervejas podem ser servidas em mais do que um tipo de copo.
Voltar ao topoComo conservar cerveja
Evite guardar a cerveja durante mais de seis meses. Embora continue boa para beber, perde alguns aromas e sabores. Mesmo assim, se quiser guardá-la, coloque-a num lugar com temperatura constante.
Preserve a cerveja longe da ação direta dos raios solares ou do calor. Os componentes do lúpulo reagem com a luz, aceleram o processo de oxidação e originam um cheiro desagradável.
A DECO PROteste aconselha a beber a cerveja logo que abrir. Se guardar, perde alguns aromas, sabores e características visuais.
Voltar ao topoComo provar cerveja
Não é preciso ser um especialista para beber uma cerveja com prazer. Mas, se quer aperfeiçoar a prova, saiba o que avaliar.
Exame visual à cerveja
Transparência: a cerveja deve ser transparente. Normalmente, as cervejas são claras e cristalinas à temperatura ambiente. Quando estão muito geladas, podem tornar-se turvas.
Gás: uma cerveja deve apresentar gás carbónico observável no copo.
Cor: a cor clara ou escura está relacionada com os maltes e a fermentação.
Espuma: é uma característica típica e muito apreciada. Deve ter uma espessura adequada, cerca de um centímetro, que evita a oxidação do líquido enquanto bebe, mantendo o sabor por mais tempo.
Exame olfativo
Aroma: o malte contribui para muitos dos aromas da cerveja. Podem ser adocicados, torrados, achocolatados ou relacionados com café. Nas cervejas fortes, de tipo ale, predominam os aromas frutados (maçã, banana ou pera).
Bouquet: o conjunto de sensações olfativas despertadas pela cerveja pode ser descrito como floral, forte, apimentado, entre ouros.
Odores: cheiros ácidos, avinagrados, que lembrem lixo ou papelão molhado podem ser provocados por problemas na embalagem, no armazenamento, na higiene, relacionados com a oxidação ou o efeito da luz.
Exame gustativo
É possível distinguir quatro paladares na cerveja:
- amargo, associado ao lúpulo, aos taninos, ao malte torrado e aos sais minerais;
- doce, relacionado principalmente com o malte, o ingrediente de maior influência na cerveja;
- ácido, proveniente do gás carbónico dissolvido dentro da cerveja;
- salgado: resulta da presença de sais minerais, como cálcio, magnésio ou sódio.
Benefícios da cerveja
Tem medo de ganhar barriga de cerveja? Há mais com que se preocupar. A cerveja é bem mais do que uma bebida de baixo teor alcoólico: um copo de cerveja reúne vitaminas, sais minerais e compostos fenólicos.
Desde que consumida com peso e medida, pode incluir a cerveja numa dieta equilibrada. Sem gordura e pobre em açúcares, destacam-se as vitaminas do complexo B (em particular a B12 – cianocobalamina), vitamina PP, fosfatos, e minerais como o magnésio e silício.
Alguns estudos indicam que o consumo moderado poderá estimular as funções digestivas e ter um efeito diurético. Se tiver um consumo moderado e se não beber antes de conduzir ou durante a gravidez, não há que ter peso na consciência.
Existe ainda uma boa notícia para tem receio do excesso de peso: a cerveja não arruína a linha, pois tem um valor calórico reduzido. São 40 quilocalorias por 100 mililitros, em média, se considerarmos um copo com cinco graus de teor alcoólico.
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Água, lúpulo, malte (geralmente obtido a partir da cevada), levedura e por vezes outros cereais (como trigo, arroz ou milho) são os principais ingredientes da cerveja, que existe em várias classificações.
Entre as várias classificações de cerveja, há uma tipificação legal, que a divide de acordo com a quantidade de álcool, e há as variedades que se encontram à venda no mercado. Por serem as mais comuns, a DECO PROteste dá-lhe a conhecer estas.
Ale
Tem notas pronunciadas de fruta ou especiarias. São cervejas mais escuras (tom âmbar), mais amargas e encorpadas. No geral, têm um alto teor alcoólico, entre 7 e 12 por cento.
Bock
Pode chegar a tonalidades castanho-escuro, com teor alcoólico a variar, no geral, entre seis e sete por cento. Os aromas lembram café, torrado e caramelo. É um tipo de cerveja mais encorpado, bom para o frio. Atualmente, existe também com cor mais fraca.
Lager
É o tipo de cerveja mais comum em Portugal e no resto do mundo. O termo lager, derivado do alemão, significa armazenar. É usado pelo hábito que existia de se guardar estas cervejas a temperaturas muito baixas antes de serem consumidas. O sabor é limpo, conferido principalmente pelos cereais e pelo lúpulo.
Lambic
Cerveja de origem belga, fermentada diretamente com frutos vermelhos. É mais ácida e refrescante, dirigida sobretudo às mulheres. A espuma é meio rosada.
Malzbier
Escura, encorpada e com uma leve doçura, o seu teor alcoólico situa-se, em média, nos 3,5 por cento. Apresenta um aroma que se aproxima mais do torrado e do caramelo.
Pilsener ou Pilsens
Também conhecida pela abreviatura pils, é um tipo de cerveja clara, refrescante e leve, com bastante gás e um teor alcoólico que varia entre quatro e seis por cento.
Munique
Aromática e de cor escura, o seu grau alcoólico é de quatro ou cinco por cento.
Stout
Cerveja entre o castanho-escuro e o preto, bem encorpada e com aroma torrado, tem um teor alcoólico entre quatro e sete por cento. É originária da Irlanda, podendo ser seca ou levemente adocicada.
Schwarzbier
Escura e leve, o aroma é suave e agradável, característico do malte escuro, mais torrado.
Weiss
O malte desta cerveja é feito a partir do trigo, em vez da tradicional cevada. É pouco amarga e tem uma cor clara. A espuma é cremosa, estável e pronunciada. Caracteriza-se pelo aroma a especiarias (cravo) e frutal (banana).
É o processo de fabrico que distingue as cervejas artesanais das industriais. As cervejas artesanais levam puro malte e são carbonatadas naturalmente, tal como também é natural a sua fermentação. Nas cervejas artesanais é costume aproveitarem-se alguns ingredientes locais, e todo o processo de fabrico (clarificação, filtração, pasteurização) ocorre ao nível artesanal.
Ao contrário das suas parentes industriais, as cervejas artesanais não são, regra geral, filtradas (daí terem, normalmente, um aspeto mais turvo) nem pasteurizadas. A água utilizada, os cereais, eventualmente outros "condimentos" que sejam acrescentados, tudo isso mexe com o sabor final. Bem como a duração da fermentação e as condições em que decorre.
São os ingredientes que distinguem as cervejas, mas também o modo de fermentação.
- Diz-se que a fermentação é espontânea quando ocorre à temperatura ambiente e o mosto é fermentado pelas próprias leveduras existentes no ar.
- A fermentação alta dá-se num ambiente de temperatura superior (a rondar os 20ºC).
- A baixa fermentação ocorre a uma temperatura mais baixa (de 5-10ºC).
- Quando a cerveja sofre uma fermentação alta e espontânea, fala-se em fermentação mista. Este método é muito comum nas cervejas tradicionais belgas.
Não há nada como uma cerveja bem gelada, mas sem exageros. Se estiver fria demais, torna-se difícil apreciar corretamente o seu aroma e sabor, pois há maior perda de sensibilidade dos órgãos sensoriais. As temperaturas ideais são entre 5ºC e 7ºC para as cervejas de fermentação baixa, as mais comuns em Portugal. As cervejas de fermentação alta ou especiais devem ser servidas entre 10 e 12ºC.
Para servir, incline um pouco o copo, verta a cerveja com lentidão sobre o bordo, sem formar espuma. Com o copo meio cheio, endireite-o bruscamente e afaste-o de forma progressiva da garrafa, lata ou torneira.
Para melhor degustar a cerveja, elimine os restos de gordura dentro do copo, pois impedem a estabilidade da espuma. Por isso, o copo tem de estar muito limpo. Lave em água com sabão neutro, enxague muito bem e deixe secar naturalmente. Não use qualquer tipo de pano para secar. Depois, pode encher com cerveja.
Os copos mais recomendados são os de vidro ou de cristal de espessura fina. Um estudo da Universidade de Lovaina, na Bélgica, considerou que o aspeto mais importante da cerveja é o colarinho, ou seja, a espuma que fica no topo. Uma cerveja sem colarinho perde rapidamente o aroma. Daí a importância do copo correto. Para uma pilsner, por exemplo, os copos com o mesmo nome, com uma boca mais larga do que a base, melhoram a perceção do aroma. Adicionalmente, o seu formato, ao permitir que se segure o copo por baixo, evita que a cerveja aqueça, mantendo-se mais fresquinha.
Veja os rótulos da garrafa, pois algumas marcas indicam o copo ideal para o tipo de cerveja que vai beber, como caneca, copos cilíndricos, o copo habitual das nossas imperiais, tulipa, balão, entre outros. Algumas cervejas podem ser servidas em mais do que um tipo de copo.
Evite guardar a cerveja durante mais de seis meses. Embora continue boa para beber, perde alguns aromas e sabores. Mesmo assim, se quiser guardá-la, coloque-a num lugar com temperatura constante.
Preserve a cerveja longe da ação direta dos raios solares ou do calor. Os componentes do lúpulo reagem com a luz, aceleram o processo de oxidação e originam um cheiro desagradável.
A DECO PROteste aconselha a beber a cerveja logo que abrir. Se guardar, perde alguns aromas, sabores e características visuais.
Não é preciso ser um especialista para beber uma cerveja com prazer. Mas, se quer aperfeiçoar a prova, saiba o que avaliar.
Exame visual à cerveja
Transparência: a cerveja deve ser transparente. Normalmente, as cervejas são claras e cristalinas à temperatura ambiente. Quando estão muito geladas, podem tornar-se turvas.
Gás: uma cerveja deve apresentar gás carbónico observável no copo.
Cor: a cor clara ou escura está relacionada com os maltes e a fermentação.
Espuma: é uma característica típica e muito apreciada. Deve ter uma espessura adequada, cerca de um centímetro, que evita a oxidação do líquido enquanto bebe, mantendo o sabor por mais tempo.
Exame olfativo
Aroma: o malte contribui para muitos dos aromas da cerveja. Podem ser adocicados, torrados, achocolatados ou relacionados com café. Nas cervejas fortes, de tipo ale, predominam os aromas frutados (maçã, banana ou pera).
Bouquet: o conjunto de sensações olfativas despertadas pela cerveja pode ser descrito como floral, forte, apimentado, entre ouros.
Odores: cheiros ácidos, avinagrados, que lembrem lixo ou papelão molhado podem ser provocados por problemas na embalagem, no armazenamento, na higiene, relacionados com a oxidação ou o efeito da luz.
Exame gustativo
É possível distinguir quatro paladares na cerveja:
- amargo, associado ao lúpulo, aos taninos, ao malte torrado e aos sais minerais;
- doce, relacionado principalmente com o malte, o ingrediente de maior influência na cerveja;
- ácido, proveniente do gás carbónico dissolvido dentro da cerveja;
- salgado: resulta da presença de sais minerais, como cálcio, magnésio ou sódio.
Tem medo de ganhar barriga de cerveja? Há mais com que se preocupar. A cerveja é bem mais do que uma bebida de baixo teor alcoólico: um copo de cerveja reúne vitaminas, sais minerais e compostos fenólicos.
Desde que consumida com peso e medida, pode incluir a cerveja numa dieta equilibrada. Sem gordura e pobre em açúcares, destacam-se as vitaminas do complexo B (em particular a B12 – cianocobalamina), vitamina PP, fosfatos, e minerais como o magnésio e silício.
Alguns estudos indicam que o consumo moderado poderá estimular as funções digestivas e ter um efeito diurético. Se tiver um consumo moderado e se não beber antes de conduzir ou durante a gravidez, não há que ter peso na consciência.
Existe ainda uma boa notícia para tem receio do excesso de peso: a cerveja não arruína a linha, pois tem um valor calórico reduzido. São 40 quilocalorias por 100 mililitros, em média, se considerarmos um copo com cinco graus de teor alcoólico.