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Queijo flamengo com excesso de sal

Saboroso, sem contaminantes nem problemas de higiene e conservação, o sal é o único senão das 26 amostras de queijo fatiado testadas pela DECO PROteste. 

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02 setembro 2024
Queijo flamengo em fatias por cima de uma fatia de pão, fundo creme

iStock

A quantidade de sal e de gordura pede um consumo moderado de queijo flamengo. Uma conclusão do estudo da DECO PROteste a 15 amostras de queijo flamengo fatiado clássico e a outras 11 de flamengo com redução do teor de gordura. Os teores aceitáveis de sal vão até 1 grama por 100 gramas. Contudo, nenhum queijo analisado obedece a este limite, ultrapassando-o: os teores oscilam entre 1,06 e 1,8 gramas. As análises microbiológicas não revelaram problemas de higiene e conservação, apesar de se tratar de queijo fatiado, o que implica transformação e manuseamento.

Resultados completos do estudo a queijo flamengo

Os queijos foram dados a degustar anonimamente, em igual número e à mesma temperatura. Os provadores avaliam o aspeto visual global, o odor e a textura. Nenhum queijo flamengo provocou amargos de boca ao painel, que achou as 26 amostras razoavelmente saborosas, tanto nas variantes clássicas, como nas que apresentam redução do teor de gordura. 

Queijo clássico com demasiada gordura

Leia a declaração nutricional do rótulo, para ter noção da quantidade de gordura. E quando será esta exagerada? Quando o teor supera os 20 gramas por 100 gramas, o que é frequente nos queijos clássicos. Nas versões light ou com menos gordura, os valores reduzem-se, em média, para 16 gramas por 100 gramas, variando entre menos 30% e menos 50% de gordura, de acordo com o declarado nos rótulos. Em termos energéticos, reflete-se na diminuição de 15% a 35% de calorias face à versão clássica. A alegação "light" de algumas marcas é legítima, uma vez que, por lei, um produto deve ter redução de, pelo menos, 30% num macronutriente; neste caso, é a gordura.

O queijo flamengo clássico analisado contém, em média, 29% de gordura, resultando em 352 kcal por 100 gramas. Já o light fica-se por 16% de gordura e por 255 kcal por 100 gramas. 

Conservantes e contaminantes abaixo dos limites

O conservante E252, ou nitrato de potássio, consta do rótulo de alguns produtos. No entanto, a sua presença pode resultar não da incorporação como aditivo mas da existência residual no leite. O valor máximo encontrado foi de 35 miligramas por quilo, uma quantidade aceitável, bastante baixa face à permitida ou mesmo enquanto presença residual no leite. 

Se os alimentos que os animais ingerem estiverem contaminados, o leite e os seus derivados também se arriscam a ficar. A aflatoxina M1 é um desses contaminantes, e a importância da deteção tem que ver com o facto de ser uma substância cancerígena. Na União Europeia, o nível máximo de aflatoxinas estabelecido para o leite é de 0,05 µg/kg, considerado o limite mais apropriado em termos de saúde pública. Para o queijo não há valor definido, uma clara lacuna legislativa. Nas amostras com aflatoxina M1, os valores são muito baixos e, como tal, aceitáveis. 

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