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Como reparar telemóveis

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A maioria dos telemóveis e tablets envolve uma reparação difícil, o que força os consumidores à solução mais simples: comprar novo. Mas há pequenos truques que podem salvar estes dispositivos.

27 julho 2022
Telemóvel aberto, em bancada de trabalho, a ser reparado com chave de parafusos

iStock

O telemóvel caiu, e o vidro do ecrã estilhaçou-se? A bateria deixou de funcionar, impedindo a utilização do aparelho? Os dois cenários refletem as avarias mais frequentes em telemóveis e, já agora, em tablets. Em ambos os casos, a substituição das peças danificadas seria o caminho mais evidente, para evitar que equipamentos ainda funcionais fossem descartados e contribuíssem para adensar o volume de resíduos eletrónicos com que o planeta tem de lidar. Mas, como pudemos verificar com um teste prático, realizado em 2020, os fabricantes concebem os equipamentos de modo que o acesso às peças se converta numa missão quase impossível. 

Denuncie avarias prematuras com a nossa ferramenta

Pouca informação para reparar telemóveis e tablets

Disponibilidade de peças e informações com os passos a dar são de importância central para que a intervenção se revele bem-sucedida. Mas indicações sobre as peças, que permitam encontrá-las facilmente, seja numa loja especializada, seja na internet, nem sempre são fornecidas. Como contornar o obstáculo? Por exemplo, na net, pode pesquisar a bateria com base na voltagem, na capacidade, na potência ou no tipo de conexão. Já para o vidro do ecrã, pode incluir o nome do aparelho que sofreu o acidente. E, nos dois casos, não se esqueça de juntar à pesquisa palavras-chave como “peças de substituição” ou “spare parts”, no último caso para encontrar também lojas internacionais. Ao analisar os resultados devolvidos pela busca, procure saber se os componentes encontrados são de origem ou não, ainda que nem sempre seja fácil.

E, se pouca informação é disponibilizada sobre as peças, o mesmo se aplica às instruções para proceder à reparação. A Apple e a Samsung até têm alguns vídeos na net, mas não estão direcionados para o comum mortal. Mesmo assim, pode tentar a pesquisa de tutoriais no YouTube. Não foram produzidos pelas marcas, mas isso não lhes retira utilidade.

Agora, que já tem a informação para remover o vidro do ecrã ou transplantar nova bateria para o aparelho inanimado, é hora de pôr mãos à obra. Se, por outro lado, prefere investir num novo smartphone, veja o nosso comparador de telemóveis e compare dezenas de modelos testados em laboratório.

COMPARAR TELEMÓVEIS

Ferramentas de reparação a comprar

Minúcia é o lema da operação. Os parafusos usados nestes equipamentos são minúsculos. Separar dois componentes também requer precisão e delicadeza. Por isso, a escolha das ferramentas é vital. Conte com uns 40 euros para constituir o kit necessário às reparações. Se lhe apanhar o jeito, pode até usá-lo noutras reparações, fazendo render o investimento. A lista de ferramentas exigidas é igual para os modelos de uma mesma marca.

 
Chave proprietária da Apple Com a extremidade cruciforme, tem a profundidade certa para segurar os parafusos do iPhone. Custa cerca de 5 euros.

 

 
Chave Philips PH00 Anda à volta dos 5 euros, mas, por vezes, ferramentas básicas deste tipo são fornecidas com uma peça de substituição, como uma bateria. Verifique se vale a pena comprar tudo ao mesmo tempo.

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Pinça Ferramenta indispensável para segurar os parafusos mais pequenos.

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Espátula para abrir No caso dos equipamentos Xiaomi e OnePlus, deve ser em metal. Muito fina, desliza entre o ecrã e a moldura do aparelho, para separá-los. Custa 6 a 7 euros.

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Ventosa Algumas permitem fazer uma pressão mais intensa. Outras vêm no formato de pinça, para aplicar pressão nos dois lados do aparelho. Um par do modelo que apresentamos custa 10 euros.

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Palhetas de guitarra Muito práticas, mas poderão ficar inutilizadas após a reparação, devido ao calor aplicado. Uma dúzia custa 5 euros.
 
Chave pentalobe Semelhante à chave de torx, com a extremidade em estrela de cinco pontas, destina-se aos aparelhos da Apple. Custa 5 euros.
 
Alavancas Em plástico ou metal, introduzem-se entre dois elementos, para separá-los. São fabricadas para se partirem antes que o componente onde vão ser usadas se quebre. Custam 3 euros.

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Gel Leve-o a aquecer durante 30 segundos no micro-ondas. “Almofada” útil para aplicar calor ao substituir o vidro de um ecrã.

Dicas para reparar um smartphone

Se o seu telemóvel já não estiver na garantia e decidir consertá-lo, provavelmente terá de pagar um preço elevado em comparação, por exemplo, ao mesmo modelo em segunda mão, dependendo do tempo que estiver no mercado. Mudar o ecrã pode custar, pelo menos, 70 euros em telemóveis de gamas baixas, e cerca de 200 euros no caso dos topo de gama. Além disso, convém fazer uma cópia de segurança (backup) de todos os seus dados e poderá ficar sem o telemóvel durante uma semana.

Lembre-se: se o seu telemóvel ainda estiver no período de garantia, ao abri-lo para o tentar reparar irá anular a garantia. Contudo, se o seu dispositivo já não está na garantia, mas ainda assim está satisfeito com ele e quer tentar repará-lo sozinho, damos algumas dicas para fazer reparações simples.

Prepare as ferramentas necessárias

As intervenções num smartphone são como microcirurgias. Certifique-se de que tem todas as ferramentas que mencionámos, um investimento que vale a pena se gostar de reparar telemóveis e planeia fazê-lo mais vezes.

Procure as peças de substituição

Nem sempre é fácil obter as peças de substituição junto do fabricante do telemóvel. Poderá ter de as procurar online. Se não conseguir ver o número de identificação da peça (part number), terá de procurá-la na internet de acordo com os seus parâmetros técnicos. Por exemplo, para uma bateria deve usar a voltagem, a sua capacidade, a potência e o tipo de conector, pesquisando ainda termos como “peças de substituição” ou “reparação”.

Encontre um manual ou tutorial para substituir as peças

Pode ser utópico encontrar um manual passo a passo para a substituição das peças no site dos fabricantes. Na melhor das hipóteses, encontrará um vídeo no Youtube de outros utilizadores que já tenham feito esse tipo de reparação. Alguns fabricantes, como a Apple e a Samsung, oferecem alguns tutoriais de reparação, mas a intenção não é que sejam os utilizadores a fazer as reparações.

Abra o dispositivo

Este é o passo mais complicado de todo o processo. O ideal é que rotule corretamente todas as peças que remover e que anote a sequência em que o fez para que a montagem não se transforme numa odisseia. Fotografar ou filmar o processo de desmontagem pode ser uma grande ajuda na hora de montar tudo de novo.

 

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