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Iniciante ou utilizador experiente? Revelamos os melhores discos de rede

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Pretende um disco ligado à rede doméstica, para guardar de forma segura todos os seus ficheiros, incluindo conteúdos multimédia? A partir de 150 euros, pode comprar o sistema NAS que aconselhamos.

07 janeiro 2022
Imagem de nuvem a sair de quatro cabos de ligação à internet, como se fosse fumo, estando o conjunto sobre um fundo azul intenso

iStock

Um network-attached storage, ou sistema de armazenamento NAS, é como ter uma nuvem privada para guardar ficheiros digitais de forma segura. Mas faz bastante mais do que isso. Questão prévia: o que é, afinal, uma nuvem, também conhecida pelo equivalente anglófono, “cloud”? Fazendo uma incursão pelos sonetos de Camões, trata-se daquele assento etéreo onde sobem e repousam os nossos ficheiros digitais. Para libertarem espaço no computador, tablet ou telemóvel, mas permanecerem guardados e disponíveis em qualquer dispositivo, limitam-se a partir. O destino é uma rede de servidores geridos por entidades “intermediárias”. Basta ligação à net para aceder aos dados. Testámos 12 discos NAS, com uma, duas e quatro baías, de quatro fabricantes, e indicamos três opções, consoante o perfil de utilização.

Razões para apostar num disco NAS

E se pudesse ter uma nuvem apenas sua, sem subscrições, nem limites de armazenamento ditados por terceiros? Os sistemas NAS permitem isso mesmo: cópias de segurança e ficheiros acessíveis em qualquer lugar com ligação à net. O número de documentos, fotos e vídeos que guarda e as suas necessidades não o justificam? Deixamos sete argumentos que podem fazê-lo mudar de ideias.

1. Acesso centralizado aos dados

Uma caixa com espaços (baías) para discos rígidos, que inclui processador e memória e uma porta ethernet para ligar ao router, e grava e partilha ficheiros com os aparelhos que lhe estão ligados via rede doméstica: assim se apresenta um NAS. Que é também uma espécie de minisservidor, com o seu sistema operativo, o que, entre outras possibilidades, permite ter uma cloud. Talvez tudo isto lhe pareça complicado. E certas configurações e funções não estão, de facto, ao alcance de um utilizador menos experimentado. Mas não se deixe intimidar. Nos últimos anos, os sistemas NAS tornaram-se mais acessíveis: não é preciso ser especialista nas artes informáticas para usufruir das vantagens associadas. Apesar de o NAS integrar a rede doméstica, a informação nele contida pode ser consultada fora de casa, em qualquer dispositivo com ligação à net. O acesso externo permite, por exemplo, ir de férias e continuar a aceder aos dados armazenados, fazendo cópias de segurança de computadores e também das fotos e dos vídeos de dispositivos móveis. É também possível conceder, a terceiros, o acesso a pastas ou ficheiros específicos, por meio de um link, com ou sem palavra-chave, ou definir vários utilizadores (por exemplo, membros da família) e dar-lhes um espaço exclusivo. Pode deixar que os miúdos visualizem os conteúdos multimédia, mas vedar-lhes o acesso aos seus documentos de trabalho.

2. Alternativa à cloud

Um sistema NAS é a alternativa perfeita aos serviços de cloud, como o Dropbox ou o Google Drive. Desde logo, é o utilizador quem gere e mantém o domínio sobre a informação. Depois, está livre de alterações às condições de utilização do serviço. Também não tem de pagar subscrições, claro. O único encargo prende-se com a compra do equipamento, que pode ser bastante mais caro do que um disco rígido externo tradicional. Um NAS com apenas um disco rígido custa desde 140 euros. Já se incluir dois, os preços começam nos 281 euros. Mas os valores não se ficam por aqui. Estes são os preços dos equipamentos My Cloud, da Western Digital, prontos a usar, pois vêm já com os discos instalados. A maioria dos NAS trazem apenas os espaços (baías) para os discos rígidos, que são comprados à parte. Em teoria, pode usar qualquer disco, mas o mais avisado é escolher modelos especiais para NAS, mais adequados a um uso intensivo. Pode escolher entre três grandes marcas: Western Digital (Red, Red Pro e Red Plus), Seagate (IronWolf e IronWolf Pro) e Toshiba (N300). Assim, terá de somar o preço dos discos ao do NAS, que depende sobretudo do armazenamento: um disco de 4 terabytes (TB) custa cerca de 100 euros.

3. Cópias de segurança sem falhas

Os clássicos discos rígidos externos são opções mais do que válidas para fazer cópias de segurança dos ficheiros. Mas, a cada gravação, precisa de ligá-los ao computador, operação que tem de ser multiplicada, se houver vários PC em casa. Um NAS dispensa-lhe estes trabalhos. Só tem de configurar a periodicidade dos backups para todos os computadores, e o equipamento encarrega-se do assunto. Apenas um corte de corrente elétrica poderá impedir o sucesso da tarefa. Fora um tal cenário, como o NAS está sempre ligado aos computadores, as cópias de segurança são salvaguardadas de forma totalmente automática, sem a possibilidade de esquecimentos. Os fabricantes destes discos de rede propõem programas de backup, mas também é possível usar o software a que está habituado, como a função integrada no Windows (histórico de ficheiros) ou no Mac OSX (Time Machine), ou qualquer outra opção.

4. Ferramenta para partilhar ficheiros

O NAS permite pôr facilmente conteúdos à disposição de vários computadores ou utilizadores. Para tal, só tem de criar pastas partilhadas: por exemplo, uma para documentos, outra para música e outra para fotos. De seguida, pode adicionar uma pasta de rede ao Explorador, do Windows, ou ao Finder, do Mac, para aceder aos ficheiros como se estivessem no seu computador. Se quiser ir mais longe, pode recorrer ao NAS para sincronizar ficheiros em diferentes aparelhos. Será como beneficiar de um serviço de cloud, mas sem os eventuais custos de subscrição. Terá, no entanto, de instalar no NAS um programa que o converta em servidor de sincronização. Depois, terá de fazer nova instalação, em cada computador no qual pretenda sincronizar os ficheiros, mas desta feita de um programa fornecido pelo fabricante do NAS. Após a configuração, pode aceder aos conteúdos em qualquer computador ou localização. As modificações feitas num ficheiro serão automaticamente atualizadas em todos os equipamentos. Pode ainda partilhar pastas e ficheiros com um link público. Ceder espaço privado aos elementos da família, para armazenamento e partilha, é outra possibilidade.

5. Biblioteca multimédia

Um NAS é o local certo para guardar e partilhar música, vídeos e fotos, já o dissemos. A ideia é convertê-lo numa plataforma que centralize conteúdos, evitando que ocupem espaço nos computadores e dispositivos móveis e mantendo-os acessíveis através da rede doméstica e da cloud privada. Deseja assistir a um filme no televisor inteligente? Procure um título no NAS, e o processo será semelhante a visualizar o conteúdo no computador portátil. As mais-valias deste sistema são o amplo armazenamento para guardar ficheiros multimédia e a grande capacidade de processamento para lê-los. Como bónus, pode instalar aplicações, como a Plex, que organizam faixas musicais, vídeos ou fotos numa interface agradável ao uso. Estas apps pesquisam automaticamente na net imagens e informações sobre os filmes e os atores. Uma vez mais, é possível definir quem tem acesso aos ficheiros multimédia.

6. Ficheiros mais protegidos

Nada o impede de comprar um NAS com apenas um disco rígido. Contudo, este irá precisar também de um backup, para evitar perdas de informação, em caso de avaria. Assim, o ideal é um modelo com dois discos. Com um par de discos rígidos, pode ativar aquilo que se designa por redundant array of independent disks, em português, “conjunto redundante de discos independentes”, configuração mais conhecida pelo acrónimo RAID, a qual tem uma versão 0 e outra 1. No primeiro caso, os seus dados são divididos em fragmentos e repartidos por ambos os discos. Esta configuração tem uma grande desvantagem: se um dos discos sofrer uma avaria, há o risco de tudo se perder. Mas também envolve vantagens. Não só a velocidade de processamento é mais rápida, como é possível beneficiar de toda a capacidade de armazenamento do sistema. Por exemplo, se tiver dois discos de 3 TB cada, irá usufruir de 6 TB de espaço total. Já na segunda configuração, a que aconselhamos por ser muito mais segura, um dos discos é uma cópia exata do outro. Portanto, se algum avariar, nada se irá perder. Há, contudo, o inconveniente de dividir o armazenamento ao meio. Dos mesmos 6 TB, só poderá usar três.

7. Um mundo de aplicações para explorar

As funcionalidades podem ser expandidas com aplicações. A interface do sistema dá acesso a uma espécie de loja de apps gratuitas. Encontra, por exemplo, software para fazer o backup dos ficheiros, ou aplicações que permitem geri-los da melhor forma. Mas não é tudo. Existem programas que transformam o NAS num servidor VPN, para transmitir dados com segurança através da internet. Estão igualmente disponíveis apps para visualizar e gravar as imagens provenientes de câmaras de videovigilância que tenha instalado em casa, e para gerir dispositivos móveis e televisores inteligentes. As opções são amplas.

 

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