Egosurfing: como saber o que a internet diz sobre si
Saiba como proteger a sua privacidade online com uma prática simples: procurar o seu nome nos motores de busca. Descubra o que é o egosurfing, como funciona e porque é essencial para manter os seus dados pessoais em segurança.

Vivemos cada vez mais conectados — as redes sociais, serviços na cloud, contas de e-mail e plataformas digitais fazem parte da nossa rotina. Mas será que sabe exatamente o que está acessível sobre si na Internet? O egosurfing é uma forma eficaz de monitorizar a sua identidade digital, identificar riscos e tomar medidas para proteger a sua privacidade. A DECOProteste explica, passo a passo, como fazer egosurfing e que medidas tomar se encontrar informações que não deveriam estar online.
O que é o egosurfing?
Egosurfing é o ato de procurar o próprio nome na Internet para descobrir que tipo de informações estão publicamente acessíveis. A prática permite identificar que dados pessoais estão publicamente visíveis, entre perfis públicos, imagens, informações pessoais, comentários antigos ou outras referências que possam afetar a sua reputação ou segurança.
Embora o termo tenha nascido da curiosidade pessoal, hoje é uma ferramenta essencial de autoproteção digital. Saber o que os motores de busca mostram sobre si é o primeiro passo para proteger a sua identidade online.
Porque é que o egosurfing é importante?
Num mundo em que as redes sociais, os motores de busca e as plataformas online armazenam e partilham informações constantemente, o egosurfing é uma forma de proteger a sua privacidade digital e agir rapidamente se encontrar informações não autorizadas, sensíveis ou incorretas.
O egosurfing permite-lhe:
- verificar o que está publicado sobre si.
- ter consciência da sua exposição digital pública;
- identificar e remover conteúdos inadequados, desatualizados ou não autorizados;
- reforçar a sua cibersegurança pessoal, identificando possíveis riscos de exposição de dados pessoais e evitando fugas de dados e usos indevidos da sua informação;
- reagir a conteúdos não autorizados ou comprometedores;
- controlar a sua imagem online, tanto em contexto pessoal como profissional.
Como fazer egosurfing em 3 passos
1. Pesquise o seu nome completo
Comece pelo Google. Escreva o seu nome e apelido entre aspas (por exemplo, "João Ferreira") para obter resultados mais precisos. Repita a pesquisa com variações — nome do meio, cidade, local de trabalho — e veja o que aparece.
2. Use diferentes motores de busca
Não se limite ao Google. Experimente também o Bing, o DuckDuckGo ou o Yahoo para comparar os resultados. Alguns motores de busca indexam sites de forma diferente e podem revelar conteúdos adicionais.
3. Verifique imagens e redes sociais
Consulte a secção de imagens e veja se aparecem fotografias suas. Analise os seus perfis públicos nas plataformas das redes sociais — LinkedIn, Facebook, Instagram ou X (antigo Twitter) — e confirme se as suas definições de privacidade estão ajustadas. Veja que imagens aparecem associadas ao seu nome e esteja atento a informações pessoais visíveis, como contactos, moradas ou detalhes profissionais.
Como saber se foi vítima de violação de dados
Mesmo com cuidado, os seus dados podem estar em risco. As fugas de informação resultantes de ataques a empresas, bancos ou entidades públicas são cada vez mais comuns. As informações roubadas podem ser utilizadas para ataques de falsificação (spoofing), e para os cibercriminosos pode ser suficiente ter o e-mail e o número de telefone da vítima.
Aceda ao site Have I Been Pwned e introduza o seu e-mail. Este serviço gratuito indica se o seu endereço eletrónico ou a sua palavra-passe apareceram em bases de dados divulgadas publicamente após ataques informáticos.
O que fazer se os seus dados estiverem comprometidos
Se descobrir que o seu e-mail ou as suas palavras-passe foram expostos:
- altere imediatamente a palavra-passe associada e crie uma nova, forte e única;
- ative a autenticação de dois fatores (2FA) nas contas mais importantes;
- esteja alerta para tentativas de phishing, fraudes ou contactos suspeitos por e-mail, SMS ou chamadas telefónicas;
- mantenha o seu software e antivírus atualizados.
Remover ou limitar informações pessoais online
Como rever a privacidade nas redes sociais
- Restrinja quem pode ver as suas publicações e dados pessoais.
- Defina quem pode identificá-lo/marcá-lo em fotos e publicações.
- Restrinja a visibilidade das suas listas de amigos, gostos e comentários.
Solicitar a remoção de conteúdos online
Se encontrar conteúdos que não deveriam estar públicos:
- contacte diretamente a plataforma em causa;
- use as ferramentas de denúncia disponíveis (geralmente em secções como “Ajuda” ou “Segurança”);
- solicite a remoção de links dos motores de busca com base no direito ao esquecimento, previsto no Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD).
Como exercer o direito ao esquecimento
O direito ao esquecimento permite pedir aos motores de busca que removam dos resultados links para informações pessoais desatualizadas, irrelevantes ou publicadas sem consentimento. Para exercer este direito, pode:
- preencher o formulário oficial do Google (ou de outro motor de busca);
- apresentar prova de que os dados são sensíveis ou de já não têm relevância pública.
Mais informações sobre este direito disponíveis no site do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS).
Como denunciar conteúdos ilegais ou prejudiciais
Se encontrar conteúdos ilegais, violentos ou de cariz sexual não autorizado:
- contacte a Linha Internet Segura através do formulário online ou do número gratuito 800 219 090;
- denuncie diretamente nas plataformas digitais onde os conteúdos estão alojados.
O que fazer em caso de ciberataque
Se for vítima de um ataque informático ou de uma fuga de dados:
- guarde todas as provas (capturas de ecrã, e-mails, URL);
- denuncie a situação à Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD);
- denuncie às autoridades competentes e peça apoio técnico, se necessário. Pode apresentar queixa gratuitamente na PSP, na Guarda Nacional Republicana, na Polícia Judiciária (online e através do 211 967 000) ou nos serviços do Ministério Público (pelo portal ou usando o contacto telefónico 213 921 900).
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