Como prevenir a pedra nos rins e evitar uma cólica renal

Cálcio, ácido úrico, cistina ou estruvite: são quatro as substâncias que podem compor a pedra no rim. Beber água para a urina sair sempre límpida e adaptar a alimentação tendo em conta a composição da pedra formada anteriormente é essencial para evitar recidivas. A maioria dos tratamentos faz-se em ambulatório.
Os cálculos renais, vulgarmente conhecidos por pedra nos rins, são cristalizações de minerais em elevadas concentrações na urina. Atingem 5% a 15% da população mundial e são mais frequentes nos homens com mais de 40 anos.
O desenvolvimento de pedra no aparelho urinário alto é um processo complexo e multifatorial. Ou seja, depende de várias circunstâncias, tais como hereditariedade, clima, profissão, nutrição, idade e sexo. E pode acontecer na presença de alterações do aparelho urinário, tais como malformações, infeção urinária, fatores genéticos e distúrbios metabólicos.
Os cálculos podem permanecer nos rins ou desprender-se e viajar através do trato urinário. Os mais pequenos saem geralmente pela urina, sem causar grandes transtornos. Mas estas areias podem agregar-se e formar cálculos maiores. Neste caso, podem ficar bloqueados nos rins, uréter, bexiga ou uretra e causar dores muito intensas. A este episódio chama-se cólica renal.
Tem sinais de pedra nos rins? Vá ao médico
Cerca de metade dos pacientes que já tiveram pedras nos rins voltam a sofrer episódios. Por isso, é importante apostar na prevenção e estar atento aos sinais:
- dores insuportáveis na zona lombar, geralmente, de um só lado, que irradiam para o baixo-ventre;
- febre, palidez e arrepios;
- vómitos;
- sangue na urina;
- necessidade de urinar com frequência;
- ardor ao urinar.
Prevenir a pedra nos rins
Pessoas de risco, por exemplo, com antecedentes pessoais ou familiares de cálculos, devem procurar um médico e saber a melhor forma de evitar o aparecimento de novas pedras. As medidas de prevenção de recidivas variam de acordo com o tipo de substâncias que compõem as pedras (por exemplo, cálcio, ácido úrico, cistina ou estruvite). No entanto, é possível aconselhar medidas de caráter geral.
Beber água: hidratação é essencial
Beba, pelo menos, dois litros de água por dia. O objetivo é a diminuição da concentração urinária. Desta forma, sugere-se que a ingestão de líquidos seja a suficiente para manter a cor da urina límpida. A urina de cor clara, quase transparente, é sinal de que está diluída e que a probabilidade de formar novos cálculos é menor. Dê atenção aos períodos mais críticos, em que a saturação urinária poderá ser maior: após as refeições, durante a noite e em períodos de maior perda extrarrenal de líquidos (através do suor, por exemplo). Na ausência de qualquer outro tratamento, está demonstrado que a hidratação adequada pode diminuir a formação de cálculos até cerca de 60 por cento.
Adaptações alimentares
As adaptações da alimentação deverão ser sempre orientadas pelo médico ou nutricionista de acordo com a origem dos cálculos renais, bem como com outras patologias de base já existentes. Alguns exemplos de adaptação alimentar:
- em doentes em que a origem dos cálculos são os oxalatos ou ácido oxálico (substância presente em alimentos processados ou frescos) aconselha-se a redução na ingestão de alimentos ricos nesta substância, como espinafres, chocolate, chá preto, frutos secos (particularmente a noz) e figos;
- em doentes com hipercalciúrias (elevação dos níveis de cálcio na urina), deve evitar-se o consumo de sódio (presente no sal usado na culinária), assim como de muitas proteínas que fazem a sobrecarga ácida no rim. Esta provoca uma excreção aumentada de cálcio na urina, o que propicia a formação de cálculos. No entanto, ao contrário do que poderia ser expectável, não é aconselhado, de forma geral, a restrição de laticínios e de outros produtos que contenham cálcio. A restrição de cálcio na dieta, como era hábito aconselhar-se, tem o efeito oposto: o organismo liberta mais cálcio no sangue, em excesso. Assim, aconselha-se o consumo moderado de alimentos ricos em cálcio, como produtos lácteos como leite, iogurte e queijo.
- em pacientes com excesso de ácido úrico ou cistina, também se recomendam muitos líquidos e poucas proteínas. Deve limitar-se o consumo de carnes gordas (porco e pato) e jovens (frango, vitela, cabrito, leitão), órgãos e vísceras (miolos, fígado, coração, rins), peixes gordos (atum, sardinha, salmonete, cavala, anchova), conservas, mariscos, queijos e bebidas alcoólicas (cerveja). Pode ser necessário seguir uma medicação específica, como Alopurinol, para reduzir a secreção de ácido úrico.
- em pessoas com pedras de estruvita (fosfato de amónio e magnésio), devem tratar-se as infeções urinárias.
Uma pessoa saudável não precisa de cuidados específicos. Mas deve beber muita água e ter uma alimentação equilibrada, privilegiando a fruta, os vegetais e os laticínios.
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