Champôs reparadores não fazem mais do que os clássicos
Champôs reparadores e clássicos lavam bem, mas reparar o cabelo danificado é missão impossível, porque não se regeneram células mortas.

Escovagens agressivas, sol, humidade, químicos e metais pesados das piscinas e da água salgada, calor do secador ou dos ferros de alisar e moldar e, sobretudo, os tratamentos químicos, como colorações, descolorações e permanentes, infligem “maus-tratos” ao cabelo e podem deixar marcas irreparáveis.
Quanto mais frequente for a exposição e mais comprido o cabelo, maior o risco. Uma vez com pontas espigadas, os fios jamais voltam ao normal, porque são formados por células mortas, impossíveis de regenerar – a única solução é cortar a parte estragada. Assim, falta à verdade qualquer champô que se autoproclame reparador, indicado para cabelos danificados.
Segundo o Regulamento Europeu dos Cosméticos, as alegações, implícitas ou explícitas, usadas na rotulagem e na publicidade não podem atribuir aos produtos características ou funções que estes não possuem e devem ser baseadas “em elementos comprovativos adequados e verificáveis”. Ora, se o cabelo só tem células vivas na raiz, não será muito honesto dar a entender que o uso de um champô permite restaurar danos. Quando questionado sobre o assunto, o Infarmed deu uma resposta pouco esclarecedora: “A avaliação da conformidade é analisada caso a caso.” Neste caso, as denominações “reparador” e “regenerador” deveriam mesmo desaparecer das embalagens dos champôs. Sugerimo-lo ao Infarmed. Esperamos que decida a favor da veracidade da informação ao consumidor.
Poderá, pelo menos, esperar-se que um champô dito reparador deixe o cabelo com melhor aspeto, isto é, mais brilhante, suave, leve e “esvoaçante”, por exemplo, do que um clássico? Provavelmente, não. Num conjunto de 28 champôs “reparadores” testados por nós e por outras sete associações de consumidores europeias em 2019, apenas dois se superiorizaram neste aspeto.
Escovagem suave e cortes frequentes para cabelo saudável
O segredo dos cabelos bonitos e saudáveis são os cortes frequentes e as escovagens suaves, de preferência, com escovas de plástico ou madeira, com dentes largos. Os cortes evitam que as pontas sequem e espiguem. Com as escovagens suaves, há menor probabilidade de os fios partirem. Recorrer o menos possível ao secador e aos tratamentos químicos, como colorações e descolorações, também ajuda a manter o brilho e a leveza do cabelo.
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