Exmos. Senhores,
Em abril fiz uma reserva na vossa companhia para dois passageiros no voo EJU7799 a ter lugar no dia 09/09/2024, entre Marraquexe, Marrocos e Porto, Portugal.
Sucede que, às 20:00 do próprio dia, isto é, menos que 2 semanas antes da data do voo e, aliás, apenas 1 hora e 15 minutos antes do voo partir, fui por vós informada que este tinha sido cancelado, sem mais informação e sem qualquer alternativa proposta. Sem voo de substituição, sem alojamento, sem meio de transporte para qualquer local. Todos os passageiros foram deixados na porta de embarque sem ajuda e depois postos fora do aeroporto. Crianças, idosos. Sendo à noite, e tendo nós ficado retidos duas horas até nos deixarem sair do aeroporto devido ao controlo do passaporte, eu e a minha mãe tivemos de nos sujeitar a andar sozinhas, à noite, numa cidade desconhecida, à procura de um sítio para ficar.
Ao longo do dia fui recendo várias notificações de como o voo estava atrasado e a hora prevista de chegada ao Porto passou das 23:15 para a 00:52 e depois para as 23:30. No dia seguinte, 10/09/2024, o aeroporto do Porto encerrou o seu espaço aéreo à 00:00 para obras na pista. Assim sendo, sabiam de antemão que não estariam reunidas condições para lá aterrar, uma vez que os vossos voos se começaram a atrasar já da parte da manhã e não seria possível chegarmos antes da 00:00, pelo que podiam ter gerido o problema de várias formas diferentes. Oferecer aos passageiros condições básicas para prolongarem a sua estadia e arranjar um novo voo era o mínimo.
Venho por isso exigir que, além da devolução dos 125.98 EUR que paguei pelos bilhetes, me seja atribuída a indeminização legalmente prevista pelos prejuízos sofridos. Isto inclui o custo do novo voo, as duas noites extra no hotel, o táxi que tive de apanhar desde o hotel até ao aeroporto e o autocarro Lisboa - Porto, uma vez que o voo mais cedo que arranjei não foi para o meu destino final, e as refeições. Além disso, perdi dois dias de trabalho e os danos morais provocados não têm medida. O stress da incerteza, o medo por sermos duas mulheres sozinhas em Marraquexe, à noite, sem um plano definido, ter de pedir dinheiro emprestado a familiares pois não tínhamos suficiente disponível para comprar uma viagem para as duas e ainda pagar hotel, no qual só conseguimos dar entrada à 00:15 porque começaram por alegar que já não tinham quartos disponíveis. A revolta por sermos deixadas à nossa sorte, sem qualquer apoio da Easyjet, que cancelou um voo que ia cheio de pessoas que só queriam regressar a casa e aos seus trabalhos.
De acordo com o regulamento Europeu 261/2004, tenho direito ao reembolso de todas estas despesas, provocadas pelo prolongamento indesejado da minha estadia, e não apenas à devolução do valor do voo que foi cancelado. O total das despesas representa 950,96 EUR, conforme podem consultar no pedido de reembolso com o ID 109388932, com os recibos devidamente anexados. Os danos morais não devem ser ignorados.
Exijo que me paguem este valor o mais rapidamente possível, ou terei que tomar as medidas ao meu alcance para fazer valer os meus direitos.
Cumprimentos.