Venho, pela presente, apresentar uma reclamação formal, grave e juridicamente fundamentada, relativa ao tratamento abusivo, intimidatório e discriminatório de que fui alvo por parte de uma vossa funcionária no momento do embarque do voo abaixo identificado.
Data do voo: 01/12/2025
Número da reserva (PNR): KSTLJZ
Número do voo: FR3047
Origem: Cracóvia (KRK)
Destino: Porto (OPO)
Lugar: 05A
Hora prevista de partida: 11h15
Comprovativo da taxa cobrada: Recibo KSTLJZ-02 – 240 PLN (emitido em 01/12/2025)
1. – DOS FACTOS
Após o meu boardingpass já ter sido validado e a minha identificação devidamente verificada — encontrando-me já a poucos metros da porta da aeronave — fui subitamente abordado por um funcionário masculino da Ryanair, que me informou que teria de regressar para medir a minha mala de mão. Até esse momento não me havia sido transmitida qualquer irregularidade. Não obstante, cumpri imediatamente a instrução. Contudo, o que se seguiu constituiu um episódio de extrema arbitrariedade, com contornos de abuso de autoridade e que me provocou um profundo sentimento de humilhação, constrangimento e apreensão, totalmente incompatível com os padrões mínimos de conduta exigíveis no setor da aviação civil. A funcionária que tomou posteriormente o controlo da situação exibiu um comportamento inaceitavelmente hostil, com características que passo descrever;
adotou desde o primeiro momento um tom agressivo, autoritário e intimidatório, elevando a voz perante todos os presentes;
ameaçou-me repetidamente de que não embarcaria caso não efetuasse de imediato o pagamento de uma taxa que nunca conseguiu justificar de forma objetiva;
estabeleceu um limite absurdo de “1 minuto para pagar”, num claro ato de pressão psicológica, completamente desproporcional e injustificado;
ignorou o seu próprio colega — o funcionário que inicialmente me abordou — que, após eu vestir duas peças de roupa retiradas da mala, confirmou que a mesma se enquadrava nas dimensões aprovadas;
permitiu a passagem de outros passageiros antes de mim, como forma de humilhação pública e demonstração de poder;
ordenou uma segunda medição arbitrária e repetiu de forma agressiva que “não dava”, apesar de não apresentar qualquer critério objetivo;
gritou comigo em público, num tom vexatório, intimidante e profundamente desrespeitoso.
Saliento que, após vestir as duas peças de roupa, a mala encaixou perfeitamente nos limites estabelecidos, conforme comprovado por mim e por testemunhas.
Já dentro da aeronave, registei em vídeos e fotografias que a mala cabia sem qualquer esforço debaixo do assento, sobrando ainda espaço livre — prova inequívoca de que não existia qualquer excesso nem violação das normas da Ryanair. A atuação da funcionária não só contraria frontalmente todas as normas internas e legais aplicáveis, como revela um comportamento de abuso deliberado, perseguição pessoal e exercício ilegítimo de autoridade, traduzindo-se numa cobrança totalmente indevida. O episódio foi emocionalmente exaustivo, gerando ansiedade real, medo de perder o voo e profundo constrangimento público, sentimentos absolutamente inaceitáveis num serviço de transporte público essencial. Pude ainda observar que vários outros passageiros do mesmo voo foram igualmente alvo de medidas idênticas, indiciando não um caso isolado, mas sim um padrão reiterado de práticas abusivas.
A forma profundamente desrespeitosa, agressiva e intimidatória como fui tratado compromete seriamente a confiança que um passageiro deve poder depositar numa transportadora aérea.
Um incidente desta gravidade não pode permanecer impune, sob pena de perpetuar um padrão que viola direitos fundamentais dos consumidores e põe em causa a credibilidade da companhia.