No passado dia 30 de Junho, por volta das 14h50 desloquei-me ao hospital Amadora-Sintra com a minha avó de 81 anos, que tinha acidentalmente engolido um osso de frango enquanto almoçava. Ela apresentava para além de dificuldade em respirar, muitas dores na zona da garganta e estava visivelmente em mau estado.O que se passou a seguir foi de uma completa falta de profissionalismo, respeito e educação para com o próximo, neste caso uma idosa de 81 anos que apesar de estar consciente estava numa visível aflição, com muitas dores e dificuldade em falar. Começando pela triagem, o enfermeiro de serviço recusou-se a atendê-la enquanto estava alguém da minha família a tratar dos papéis no balcão. Para além da total indiferença que demonstrou com a situação, não manifestou qualquer tipo de empatia, nem me informou de qualquer procedimento que iria ser efectuado. Culminando esta situação com a avaliação dele: pulseira amarela. Pulseira amarela no hospital Amadora-Sintra é sinónimo de estar horas a fio à espera. De seguida, o Sr. enfermeiro de serviço, com toda a sua rudeza deu ordem a uma auxiliar para encaminhar a minha avó para uma sala no interior das urgências. Sem mais explicações, sem pedir um RX para localizar o corpo estranho ou uma TAC.Foi-me impedido acompanhá-la, por motivo de estar na hora da mudança de turno. Ficou então sozinha no interior das urgências, até por volta das 15h40, hora em que me deixaram entrar. A seguir foi a continuação do pesadelo, uma vez lá dentro, ninguém me sabia dizer onde ela estava tendo-me sido dito que a procurasse. Acabei por a encontrar sentada a um canto, ainda sem ter sido assistida por nenhum médico. Ela sentia-se pior, estava visivelmente inchada, quer na zona do rosto, quer da zona do pescoço. Por esta altura ouço duas funcionárias do hospital a rirem-se e a fazerem piadas sobre a situação da minha avó. Ouvi frases como: agora entrou uma com um osso na garganta., seguidas das devidas gargalhadas que essas supostas profissionais acharam ser apropriadas face à situação. Para não enervar a minha avó decidi não comentar a situação, pois não quis agravar o seu estado.De seguida dirijo-me a um dos enfermeiros de serviço, questiono-o sobre o que vão fazer com ela e quando irá ser atendida. É-me dito que não têm médico otorrino de serviço e que teria de continuar a aguardar. Agradeci a informação e continuei à espera.Passados sensivelmente 45 minutos a situação permanecia igual, sem qualquer tipo de procedimento efectuado. Sendo que a minha avó sentia picadas cada vez mais fortes na zona do pescoço e garganta. Face a toda esta indiferença, desumanidade e falta de respeito para com um ser humano em aflição, decidi num acto de desespero levá-la para outro hospital, neste caso para o hospita da Luz em Benfica.Devo dizer que no tempo em que foi admitida, demorou 2 minutos na triagem, foi tratada com prioridade, atendida de imediato por um médico que solicitou de imediato um RX e TAC, onde se observou que ela tinha um osso pontiagudo em forma de V com 2,3 cm em cada ponta que lhe estava a perfurar o esófago e a causar perigo, uma vez que já estava a fazer feridas. Tendo sido tomadas as devidas diligências para ser operada no próprio dia. Não sei o que lhe teria acontecido se não tivesse sido levada para outro hospital. Gostaria de convidar todos os intervenientes que atenderam a minha avó no hospital amadora-sintra, a terem um osso destas dimensões a perfurar o esófago. Começando pelo sr. enfermeiro que achou que não era nenhuma urgência, passando pela senhoras funcionárias do hospital que acharam muita graça ao facto de uma idosa de 81 anos se encontrar naquela situação. Não só achando graça, como verbalizando a mesma, sem uma gota de humanidade.