Exmos. Senhores,
Venho por este meio apresentar uma reclamação contra a empresa Continente Online, referente à minha encomenda de 7 de setembro de 2025 (23h33).
Como mencionei em várias ocasiões durante as minhas tentativas em resolver este processo, esta reclamação não se prende for flutuações normais de stock. Tenho conhecimento e já experienciei em várias ocasiões ruturas de stock, sem qualquer constrangimento ou anormalidade. Esta reclamação trata-se ambos de:
- uma rutura anormal, e
- da impropriedade e falta de profissionalismo do atendimento ao cliente subsequente.
1. Falha sistémica na gestão de stock
A fatura da encomenda foi emitida a 8 de setembro de 2025 (16h37), menos de um dia útil após a sua realização. Nesse curto intervalo, ficaram indisponíveis produtos de baixa procura como 4 vernizes (2 encomendados + 2 como alternativa) e 1 tónico. É altamente improvável que artigos deste tipo esgotem todos em simultâneo, o que indica potenciais falhas na gestão de stock ou na atualização do sistema.
A situação agrava-se porque não existe previsibilidade nem consistência: alguns artigos são retirados do site quando esgotam (ex.: areia para gato), enquanto outros permanecem visíveis como disponíveis (ex.: kombucha). Este último caso é ainda mais grave, pois em encomendas anteriores a kombucha era retirada do site quando esgotava, mas desta vez não foi, deixando o consumidor sem qualquer referência sobre o que esperar.
2. Contradições e incumprimento do protocolo
Um agente informou-me que produtos que são repostos rapidamente (os 4 vernizes e tónico) permanecem sempre visíveis no site, mesmo quando esgotados. Outro declarou que “os artigos estão sujeitos ao stock existente no ato da recolha da encomenda”. Estas explicações não são apenas contraditórias, mas também incoerentes com a realidade: se os artigos fossem realmente respostos rapidamente, não estariam em rutura em simultâneo; e se dependessem apenas do stock no ato da recolha, deveriam aparecer como indisponíveis no site nesse momento.
Além disso, a própria equipa admitiu por escrito (e-mail de 8 de Setembro) que “as suas sugestões deveriam de ter sido verificadas e assim ter recepcionado os mesmos”, confirmando incumprimento do protocolo de substituições.
Adiciono também que os registos telefónicos das chamadas com o apoio ao cliente, que a vossa empresa grava para fins de qualidade e segurança, contêm a prova das informações contraditórias fornecidas pelos colaboradores (promessa de resolução vs. desvalorização da situação e consideração do assunto como encerrado), bem como o episódio de atendimento desadequado no qual o colaborador apresentou uma postura desrespeitosa e pouco profissional, desvalorizando a gravidade da situação e ignorando factos relevantes apresentados durante o atendimento.
3. Consequências para o consumidor
Fiquei sem os artigos em falta, o que foi um prejuízo direto. Acresce a perda do bónus de 15% de cashback aplicável a esses artigos, e o facto de não ter tido oportunidade de comprar outros produtos para aproveitar a campanha.
As minhas instruções de substituição também não foram respeitadas em vários casos — um problema recorrente que já experienciei em encomendas anteriores.
O atendimento foi desigual: alguns colaboradores mostraram-se compreensivos e procuraram ajudar dentro das suas limitações, mas outros foram evasivos, comunicaram de forma inadequada ou pouco profissional, e usaram respostas genéricas que ignoraram por completo os pontos centrais da reclamação. A situação agravou-se ainda mais porque a resposta da empresa não reconheceu os problemas nem apresentou qualquer solução, contrariando uma promessa feita por um dos colaboradores de que me seria apresentada uma solução concreta e não uma resposta genérica.
Como exemplo, anexei o e-mail de "Soraia Pereira" a 8 de Setembro, que consistiu na primeira resposta que recebi após abordar este assunto em chamadas telefónicas. Numa dessas, um dos colaboradores indicou-me que pôs pedido específico para que me não me fosse fornecido uma resposta genérica e me fosse apresentado uma solução concreta. No entanto, foi exatamente uma resposta genérica sem soluções que recebi. Respondi ao e-mail (também anexado) mas nunca recebi resposta.
4. Gestão inadequada do processo de reclamação (LRE)
Na primeira reclamação submetida ao Livro de Reclamações Eletrónico (n.º ROR*******755), a empresa respondeu apenas com um anexo (uma imagem da resposta de email genérica que não abordou o problema nem ofereceu resolução), o que impossibilitou a notificação automática por parte do sistema e inviabilizou a minha classificação da resposta como "Não Resolvida", pois não tive conhecimento da existência de uma resposta no LRE.
Este resultado comprometeu o exercício pleno do meu direito de classificação da resposta e prejudicou a transparência do processo.
Consequentemente, sem conhecimento de resposta no LRE, efeuei uma nova reclamação (ex.: n.º ROR*******875), à qual a empresa voltou a recorrer a textos genéricos, sem responder a nenhum dos pontos factuais apresentados.
5. Resposta genérica e invocação desproporcional do enquadramento legal
A empresa limita-se a invocar a cláusula genérica de que “todos os produtos apresentados no site encontram-se sujeitos à disponibilidade de stock”, prevista na sua política de serviços, e a usar frases como "lamentamos a experiência menos positiva", o que teve como resultado a omissão dos factos relevantes e a ausência de resposta proporcional, independentemente da intenção da empresa.
Esta resposta é evasiva e não aborda o problema concreto:
- a indisponibilidade simultânea de múltiplos artigos de baixa procura,
- o incumprimento das instruções de substituição,
- a inconsistência na gestão da informação no site,
- os problemas com informações fornecidas pelo atendimento ao cliente contraditórias, e
- colaboradores que comunicaram de forma inadequada ou pouco profissional.
O referido enquadramento legal (Decreto-Lei n.º 156/2005) não justifica práticas que resultem em informação significativamente inconsistente para o consumidor nem justifica que o ato de compra se transforme numa espécie de aposta, em que o cliente não pode confiar minimamente na informação disponibilizada no site.
Ao insistir em respostas padronizadas, sem enfrentar os factos específicos, a empresa não se encontra em conformidade com os princípios da boa-fé, da transparência, e da proporcionalidade no relacionamento com o consumidor.
Solicito à DECO:
1. Que avalie esta conduta e atue junto do Continente para assegurar uma resposta concreta e proporcional.
2. Que seja reconhecida formalmente a falha sistémica na gestão de stock e o incumprimento do protocolo de substituições.
3. Que me seja concedida resolução justa e proporcional pelos prejuízos (incluindo a perda do bónus de 15%), sem custos adicionais para mim, ficando em aberto a forma como a empresa escolhe concretizar essa compensação.
4. Que a empresa reveja os seus procedimentos de forma concreta, nomeadamente:
- Transparência no website, assegurando que os artigos aparecem sistematicamente como “indisponíveis” quando não podem ser fornecidos;
- Revisão do critério de “alta rotatividade”, garantindo que produtos de procura baixa ou média (como o tónico e os vernizes) não permanecem listados como disponíveis sem reposição efetiva;
- Cumprimento rigoroso das instruções de substituição e do processo legal de reclamações.
-----------------------------------------------------
Solicito que a minha identidade e dados pessoais não sejam divulgados nas versões públicas desta reclamação.