Venho por este meio registrar uma reclamação referente ao atendimento ocorrido no Hospital Privado de Alfena, no numa consulta de oftalmologia pediátrica no dia 19/09/2025, pelas 17:00 com o doutor Pedro Barros e respetivo assistente.
Durante a realização de exame oftalmológico pelo assistente de oftalmologia, foi administrado ciclopentolato em gotas para dilatação da pupila. Na ocasião, foram instiladas aproximadamente 3 a 4 gotas de uma só vez em cada olho.
Logo após a aplicação, meu filho apresentou reação adversa grave, caracterizada por:
Vermelhidão intensa em todo o corpo
Desorientação e confusão
Incapacidade de se manter em pé / perda de equilíbrio
Exaltação e agitação psicomotora
Apesar da gravidade, o oftalmologista presente desvalorizou a situação, não reconhecendo a necessidade de cuidados imediatos. Diante disso, entrei em contato com a pediatra do meu filho, que considerou essencial o encaminhamento para a urgência. A pediatra, por sua vez, entrou em contato com o CIAV (Centro de Informação Antivenenos), que confirmou a gravidade do quadro e reforçou a necessidade de ida imediata ao serviço de urgência, conduta que segui.
Considero que houve:
Erro no procedimento, pelo número excessivo de gotas administradas em uma criança de 4 anos.
Falta de comunicação adequada, pois não fui previamente informada dos riscos e sinais de alerta.
Falta de resposta adequada diante de uma reação adversa grave, por parte do oftalmologista que atendeu meu filho.
Além disso, ocorreram cobranças indevidas e falta de transparência pois ao procurar atendimento na urgência do mesmo hospital, fui surpreendida com a cobrança de 105,32€, dos quais 77,30€ correspondem à permanência em sala de observação (e o mesmo não foi devidamente observado uma vez que a enfermeira de serviço passou o tempo sentada ao telemóvel) e à colocação de cateter, procedimentos diretamente relacionados à reação adversa causada pelo medicamento administrado no hospital.
A ADSE assegura apenas uma consulta por dia. Por esse motivo, o valor da consulta de oftalmologia passou de 9€ para 100€ sem aviso prévio, quando fiz a admissão do meu filho no serviço de urgência. E além disso, o meu filho não foi devidamente avaliado na consulta, dada a sua condição grave causada, tornando a cobrança ainda mais injusta e desproporcional.
Solicito:
Que o ocorrido seja registrado e devidamente investigado.
Que sejam revistas as práticas de administração de ciclopentolato em crianças pequenas, garantindo o uso da menor dose eficaz.
Que seja reforçada junto da equipa a necessidade de informação clara e completa aos responsáveis, bem como de valorização imediata de reações adversas graves.
Que seja revista a cobrança indevida dos custos relacionados à ida à urgência e da consulta de oftalmologia, com isenção ou reembolso dos valores cobrados.