Exmos. Senhores,
Apresento esta queixa pois a Ryanair fez-me passar por uma situação que demonstrou extrema falta de humanidade, extorsão e abuso de poder, tendo-me causado agravo psicológico e monetário e que passo a relatar.
No dia 19 de Setembro compareci na porta 16 do aeroporto do Porto para apanhar o voo FR 7472 da Ryanair para Eindhoven. Encontrava-me unicamente com uma mochila que havia adquirido por ter as dimensões de “small bag” de cabine (40 cm x 20 cm x 25 cm), da qual envio fotografia em anexo assim como informação sobre a mesma no site onde a adquiri.
No momento do boarding fui abordada pela representante da Ryanair na porta de embarque que me disse de imediato e de forma rude que teria de pagar taxa de mala, ainda que não me tenha pedido para a colocar no medidor de mala. Aproveito também para relatar que existiam passageiros com volumes bem maiores para a cabine, sendo isto usual em voos da Ryanair.
Eu apenas levava aquela mochila, nada mais. Naturalmente perguntei-me o que se passa aqui?
Uma vez que sou estudante e me deslocava de volta à Holanda para as aulas e exame que tinha no dia seguinte, apesar de considerar que me estavam a extorquir dinheiro, concordei prontamente em pagar os 75€ para poder ir com a mochila de cabine.
A representante da Ryanair informa-me que a mochila teria de ir para o porão do avião. Fiquei alarmada pois tinha na mesma o portátil, um powerbank e alguns bens de valor. A fragilidade e tamanho da mochila levariam a um grande risco de danos do seu conteúdo se colocadaa no porão. Pedi à representante que me deixasse levar a mochila na cabine, uma vez que a mesma cabia debaixo do assento, nos compartimentos superiores.
A representante da Ryanair disse-me de imediato que a minha única alternativa era retirar os itens mais frágeis (e.g., computador) e deixá-los no aeroporto. Estava alarmada e procurei apelar à sua compreensão sem qualquer tipo de resultado ou efeito.
Estava desesperada com a situação e senti-me grandemente injusticada.
Vendo a situação a piorar e a sentir-me cada vez mais mal tratada e desesperada por não saber como apelar àquela pessoa, liguei ao meu pai, que pediu para falar com a mesma. Esta negou-se a fazê-lo, assim como se negou a chamar a sua supervisora, a polícia ou mesmo a identificar-se. A representante da Ryanair também não tinha identificação visível.
Durante 45 minutos, negou-me qualquer opção de procurar alguém que pudesse mediar a situação e ajudar a encontrar uma solução para eu poder estar na Holanda naquele dia e ir ao exame no dia seguinte.
Naturalmente, estava em estado de desespero e a chorar permanentemente por não saber como chegar à Holanda após da representante da Ryanair me ter proibido de voar. Dado que eu compareci a horas, com bilhete pago, com uma mochila de cabine dentro das dimensões e, ainda assim, tendo acedido a pagar 75€ para poder levar a mochila, não me foi dado qualquer apoio.
Desta forma, decidi chamar a polícia que apareceu passado uma hora. Desde o momento em que chamei a polícia até à mesma aparecer, a dita representante da Ryanair os seus colegas encontravam-se a falar e a rir num estado de bom humor, ignorando qualquer tentativa minha de iniciar contacto com as mesmas para perceber os próximos passos.
O que estes colaboradores da Ryanair fizeram, i.e., proibir-me a entrada num voo, mesmo tendo aceite pagar uma taxa injustificável, perante uma pessoa visivelmente desesperada e a chorar, dado os compromissos que iria por em causa no dia seguinte, demonstra uma falta atroz de humanidade, é de um abuso de poder inqualificável, de uma exploração económica sem caráter.
Vi na Ryanair a cara de um negócio que não tem respeito pelo ser humano, pela situação das pessoas que transporta e cujas vidas devia acarinhar, e com a maior falta de consideração pelas consequências que as decisões das suas pessoas causam na vida daqueles que injustamente e sem ética ou consideração, prejudicam sem motivos justificáveis.
Como se não bastasse, ao ter-me dirigido ao balcão da Ryanair, já com os meus pais e após ter explicado a situação, disseram-me que só podiam oferecer voo no dia seguinte e que como tinha perdido este voo teria de pagar uma taxa de 100€.
Eu não perdi o voo, foi-me negada a entrada por motivos questionáveis e ainda tiveram o desplante de dizer que tinha perdido o voo. Como se não bastasse, este tipo de fraseologia de sacudir-se de responsabilidades de forma tão leviana. Tão desumana de uma selvajaria sem palavras.
Jamais, nestas condições, iria contribuir com mais dinheiro à Ryanair depois do sucedido. Encontrei alternativa para chegar à Holanda recorrendo a outra companhia aérea, gastando dinheiro desnecessário.
Injustamente, a Ryanair causou agravo psicológico e material a um passageiro recorrente.
Com este episódio, a Ryanair ganhou uma família de detratores ativos. Perdeu uma família de clientes que tinham gosto e usavam os voos da companhia.
Link mochila: https://www.amazon.es/dp/B0CL63X684?ref=ppx_yo2ov_dt_b_fed_asin_title
Cumprimentos.