Código de barras não garante que produto é nacional
O prefixo 560 do código de barras não significa tratar-se de um produto nacional. Saiba como descobrir se o produto é realmente português.
- Especialista
- Susana Costa Nunes
- Editor
- Cécile Rodrigues , Filipa Nunes e Alda Mota

Comprar alimentos produzidos em Portugal é um desejo de muitos consumidores. Além de fomentar a economia do País, ao adquirir produtos locais, contribui para a sustentabilidade do Planeta. Pensar que o prefixo 560 no código de barras garante que o produto é nacional é um erro. Poderá ter sido comercializado por uma empresa portuguesa, mas a matéria-prima ser estrangeira. Saiba como descobrir se o produto é realmente português.
Fruta, vegetais, carne e peixe a granel
Nos produtos vendidos a granel, é bastante fácil identificar a nacionalidade.
- Nas frutas e nos legumes, a origem tem de estar afixada junto do preço.
- Na carne fresca, refrigerada ou congelada de animais das espécies ovina ou caprina, suína e aves de capoeiras, a menção “Origem Portugal” só pode ser utilizada caso o operador da empresa prove que a carne foi obtida a partir de animais nascidos, criados e abatidos em Portugal.
- No peixe, poderá encontrar essa informação através da zona de captura.
Como identificar a origem nos alimentos embalados
Nos alimentos embalados, apenas a fruta, os vegetais, o azeite, o mel e a carne bovina têm obrigatoriedade de indicar o país de origem na rotulagem. Perante a ausência dessa informação escrita no rótulo ou por algum tipo de sinalética, pouco pode fazer para descobrir a verdadeira nacionalidade.
Na verdade, o prefixo 560 no código de barras indica apenas que a marca foi registada pela GS1 Portugal, a entidade responsável pela introdução dos códigos de barras no nosso país a marcas suas associadas. Mas não há garantia de que se trate de um produto de origem nacional. Por detrás do prefixo 560 podem estar matérias-primas de origem estrangeira, como as sementes de abóbora que apresentamos no fotografia em baixo: encontra o “código 560” num produto cuja matéria-prima é importada, mas comercializado sob marca própria, por uma empresa portuguesa.
Além disso, existem diferentes tipos de códigos de barras, sendo que a adesão às suas normas é facultativa.

Código de barras não revela nacionalidade
O código de barras mais comum é composto por 13 dígitos e atribuído pela GS1, entidade composta por 114 organizações que operam em mais de 100 países. Cada país tem o seu prefixo. O afamado prefixo 560 identifica apenas que o código de barras foi atribuído a uma empresa que integra a GS1 Portugal. Uma empresa pode ter cá a sua sede, mas fabricar os seus produtos noutros países (e vice-versa) ou importá-los.
Se o código de barras começar por outros algarismos, que não o 560, ou incluir um código de barras inferior a 13 dígitos, também não significa que o produto seja estrangeiro. A empresa que o representa pode estar registada noutro país ou usar um sistema de codificação diferente.
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