Depósitos a prazo em modo de verão
Com enorme diligência, os bancos a operar em Portugal começaram, quase de forma transversal, a antecipar o verão. De tal forma que não é improvável que as taxas dos depósitos voltem à casa de 1% no segundo semestre, quando ocorrer o primeiro corte do BCE.

A descer, todos os santos ajudam, é costume dizer-se... Nos depósitos a prazo, é caso para dizer ainda que a banca está a ser expedita em precipitar a queda das taxas de remuneração que, com tanta dificuldade e lentidão, foram subindo em 2023. Não foi sequer preciso esperar que os eventuais cortes nas taxas diretoras do Banco Central Europeu (BCE) – que Christine Lagarde deixou antever para o próximo verão – se concretizassem. Com enorme diligência, os bancos a operar em Portugal começaram, quase de forma transversal, a antecipar o verão. De tal forma que não é improvável que as taxas destes produtos voltem à casa de 1% no segundo semestre, quando ocorrer o primeiro corte do BCE.
Basta olhar para os números. De acordo com a análise feita no início de fevereiro pelos analistas da DECO PROteste Investe, 14 das 23 instituições que comercializam depósitos no País reviram em baixa as remunerações dos produtos. A exceção é o Crédito Agrícola, que, em contraciclo, melhorou a oferta, mas, ainda assim, posiciona-se apenas a meio da tabela, quando comparado com a concorrência. A taxa de juro média dos depósitos para particulares, que tinha fechado 2023 em 2,4% (a 12 meses), já reflete essa descida, fixando-se em 2,3 por cento. Recorde-se que, em julho do ano passado, as taxas médias eram de 1,4% a 6 meses e de 1,9% a 12 meses.
É caso para dizer também que, depois de terem reconquistado os portugueses em 2023, angariando 94 mil milhões de euros, quase o dobro de 2022 (segundo dados do Banco de Portugal), os depósitos arriscam-se a perder novamente relevância enquanto opção de poupança, sobretudo como rendimento acima da inflação, apenas atingível em casos raros, como pode ler na página 27. Continuam a ser os bancos com menor representatividade, online ou com capitais estrangeiros a apresentar os produtos mais rentáveis. Acompanhe, a par e passo, a evolução no site da DECO PROteste Investe.
Sabia que...?
Em julho de 2023, as taxas médias dos depósitos eram de 1,4% a 6 meses e de 1,9% a 12 meses.
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