Dossiês

Reconhecer e tratar cinco doenças comuns dos gatos

Conheça os sinais e tratamentos de cinco problemas comuns dos gatos: doenças urinárias, de pele e respiratórias, vómitos e imunodeficiência felina.

02 maio 2023
doencas gatos

iStock

Os gatos são asseados e não dão muito trabalho, mas, para gozarem de boa saúde, requerem alguns cuidados. A consulta anual de rotina no veterinário é um deles. As vacinas, embora não sejam obrigatórias, recomendam-se, nomeadamente as que protegem contra a panleucopenia felina e as que previnem contra alguns vírus. É também importante efetuar desparasitações regulares internas e externas, sobretudo se o gato sair à rua. O veterinário pode indicar os produtos mais adequados. Além destes cuidados básicos, importa conhecer os sinais que podem requerer uma consulta urgente. Focamos cinco problemas de saúde comuns nos gatos.

As despesas com a saúde dos gatos são totalmente suportadas pelos donos, a não ser que tenham um seguro para animais. Contudo, é possível deduzir, no IRS, 15% do IVA. Convém guardar as faturas. Caso tenha dificuldade em suportar os custos, verifique, nas associações dedicadas a animais na sua região, se há forma de obter consultas mais baratas.

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Dermatite alérgica à picada de pulga

As pulgas podem transmitir doenças e causar alergias ou anemia. Em caso de alergia, a pele fica inflamada e com borbulhas. A comichão pode ser intensa, levando o gato a lamber-se e arranhar-se repetidamente. Podem formar-se crostas na pele e haver perda de pelo. A maioria destas dermatites surge no fim do verão, quando as pulgas estão mais ativas.

Os gatos, sobretudo os que saem à rua, devem ser tratados com produtos contra as pulgas. Nas alturas de risco, lave e aspire a casa com frequência, em particular as zonas onde o animal passa mais tempo. Estas áreas podem conter ovos e larvas de pulga.

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Doenças do trato urinário

As doenças do trato urinário inferior felino (DTUIF) incluem uma variedade de problemas que afetam a bexiga e a uretra, como infeções e obstruções. Apesar de ocorrerem em todas as idades, são mais comuns em gatos idosos. Quebras na rotina, como mudar a localização da caixa da areia, a dieta ou os hábitos (ter menos atenção ou deixar de sair à rua, por exemplo), podem favorecer estas doenças, embora, na maioria dos casos, as causas sejam desconhecidas. Um gato com DTUIF lambe com frequência a zona genital. Urinar mais vezes, fora da caixa, com esforço ou perda de sangue são outros sinais. Tentativas frequentes e infrutíferas para urinar, perda de apetite e letargia requerem uma consulta urgente. Pode tratar-se de uma obstrução da uretra.

O veterinário analisa o historial do gato (se houve alterações recentes em casa) e faz um exame físico: através da palpação, poderá detetar pedras na bexiga ou excluir um bloqueio da uretra. Pode ainda ser necessário análises à urina e ao sangue, um raio X, uma ultrassonografia e/ou uma cistoscopia (endoscopia à bexiga).

Nestas circunstâncias, uma dieta especial pode ajudar a dissolver pedras nos rins. Se não resultar, é necessário recorrer à cirurgia. A obstrução da uretra, por norma, resolve-se com uma lavagem (sob anestesia). Também é possível administrar antibióticos para prevenir ou tratar a infeção, e medicação para restaurar o funcionamento da bexiga.

Para reduzir a possibilidade de o gato sofrer destes problemas, incentive-o a beber água, limpe regularmente a caixa da areia e reduza os fatores de stresse, como alterar o local da caixa ou vedar a saída. Não altere ou pare uma dieta terapêutica sem consultar o veterinário.

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Infeções respiratórias superiores

A infeções respiratórias podem ser causadas por vírus ou bactérias, e o contágio ocorre por contacto com secreções dos olhos e do nariz de um gato infetado. Os espirros e os objetos partilhados também veiculam a infeção. Em geral, o problema cura-se por si, em sete a dez dias. Nesse período, o animal pode contagiar outros gatos. Os sinais variam consoante o vírus ou a bactéria, mas as secreções oculares e os espirros estão entre os mais comuns. Por norma, os sinais clínicos bastam para traçar o diagnóstico. Em casos mais graves, serão necessários exames, como radiografias.

Nesta situação, é importante limpar as secreções dos olhos e do nariz com soro fisiológico e garantir a ingestão de alimentos e água. Se necessário, o veterinário receita antibióticos. Caso não sejam tratadas, algumas infeções respiratórias progridem para pneumonia ou têm complicações graves, como cegueira ou dificuldades respiratórias crónicas. 

É possível vacinar o animal contra certos agentes infecciosos. Nenhuma vacina impede a ocorrência de infeções, mas todas reduzem a gravidade e a duração da doença, em caso de contágio.

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Vírus da imunodeficiência felina

O vírus da imunodeficiência felina (FIV) ataca o sistema imunitário, deixando o gato vulnerável a outras infeções, como acontece no caso do VIH nos humanos. Os gatos infetados podem parecer saudáveis durante longos anos. Mas bactérias, vírus ou fungos normalmente inofensivos são suscetíveis de causar doenças graves. O tempo de vida médio de um gato com FIV é de cerca de cinco anos.

O vírus não é contagioso para o Homem, mas passa para outros felinos, sobretudo através de mordidas. Na fase inicial, a doença manifesta-se por inchaço nalguns nódulos, geralmente, acompanhado de febre, que pode tornar-se persistente. A saúde deteriora-se de forma gradual. Falta de apetite, inflamação nas gengivas e na boca, infeções da pele, da bexiga e do sistema respiratório, assim como diarreia persistente e problemas nos olhos, são outros sintomas.

A infeção é diagnosticada com uma análise ao sangue. Os gatos com anticorpos da doença transferidos pela mãe e os que estão vacinados podem dar resultados positivos sem terem a doença (falsos positivos). Para analisar os resultados, há que ver o boletim de vacinação. Gatos que tenham sido mordidos por um animal infetado devem fazer a análise, no mínimo, 60 dias após o incidente. Este intervalo permite desenvolver anticorpos, que identificam esta patologia sem cura.

A única maneira de proteger os bichanos é evitar a exposição ao vírus, ou seja, a mordidas de animais infetados. A vacina também protege, mas não é 100% eficaz. Por isso, e porque pode influenciar o resultado de futuros testes, convém discutir a utilidade da vacina com o veterinário.

Um gato com FIV pode ter uma vida longa e normal. É importante mantê-lo dentro de casa, para evitar a exposição a outras doenças e o contágio de outros gatos. 

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Vómitos persistentes

Os vómitos ocasionais, por exemplo, devidos à ingestão de pelos, em geral, não requerem cuidados específicos. Porém, nalguns casos, os pelos formam uma bola que irrita o estômago ou bloqueia o trato digestivo e que exige cirurgia. Se os vómitos persistirem e o gato ficar apático e perder peso, leve-o ao veterinário. O mesmo se recomenda em caso de sangue nas fezes ou diarreia ou, ainda, se tentar vomitar e não conseguir. Se o bicho lhe parecer inchado, tiver as gengivas amareladas ou se suspeitar de que possa ter ingerido um produto tóxico, também deverá ir ao veterinário. Os vómitos persistentes podem ser causados por uma doença do sistema digestivo, insuficiência renal ou hepática, infeção no pâncreas ou parasitas intestinais.

Além de um exame físico completo, o veterinário procura identificar alterações em casa. Pode pedir análises ao sangue, à urina e às fezes, raios X, endoscopia e biopsia.

Se o gato não tiver outros sinais de doença, comece por limitar-lhe o acesso à água e não lhe dê comida durante 24 horas. Um dia depois de parar de vomitar, volte a introduzir água e comida gradualmente. Se o problema persistir, podem ser necessários medicamentos contra os vómitos e outros tratamentos. A desidratação pode pedir soro; se a causa forem parasitas, a solução é desparasitar; o envenenamento exige um antídoto; e a doença inflamatória do intestino é tratada com alimentação específica, antibióticos e/ou corticosteroides.

As raças de pelo comprido correm maior risco de obstrução por bolas de pelo. Para o evitar, é importante escovar regularmente. A erva para gatos pode ajudar à passagem de bolas de pelo no sistema digestivo, uma vez que fornece fibras.

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