Identificador da Via Verde a dar problemas?
Via Verde: Problemas com identificadores?
"O identificador não estará a registar corretamente as utilizações, logo, se não estiver mal colocado no vidro, tem de ser substituído".
A Via Verde está a propor aos clientes que ainda têm identificadores comprados a mudança para um regime de subscrição. Comprar novo identificador ainda é possível, mas fica mais caro e não dá acesso a estacionamentos nem carregamentos de carro elétrico.
Luz amarela convida a subscrição Via Verde
Em regra, a luz amarela é indicadora de que há problemas com o identificador da Via Verde, que podem dificultar a cobrança dos serviços prestados, sejam de portagem, estacionamento ou outros. Além da eventual má colocação no vidro do veículo, a luz amarela acende também quando expira o cartão multibanco associado à conta Via Verde, obrigando à associação de novo meio de pagamento.Confirmando que nenhum destes problemas estava em causa, alguns consumidores ignoraram o teor da mensagem enviada pela Via Verde, mas muitos seguiram as instruções da missiva e trocaram o seu identificador por um novo. Nessa transação, deixaram de ser proprietários do identificador e passaram a ser subscritores de um pacote de serviços, que tem de ser pago em regime de mensalidade ou anuidade. E porque não compraram novo aparelho? Porque ao seguirem as instruções da mensagem, os consumidores encontraram no site da Via Verde, com grande destaque visual, três ofertas de subscrição:
- O pacote Via Verde Autoestrada custa 5,75 euros por ano ou 49 cêntimos mensais e inclui apenas o acesso ao pagamento de portagens.
- O pacote Via Verde Mobilidade custa 11,50 euros por ano ou 99 cêntimos mensais e inclui aquilo a que os antigos identificadores comprados também davam acesso: portagens, estacionamento, abastecimento, carregamentos de carros elétricos, entre outros.
- O pacote Via Verde Mobilidade Leve dá acesso aos mesmos serviços que o Via Verde Mobilidade, mas só é cobrado nos meses em o serviço for efetivamente usado. Custa 1,25 euros em cada mês de utilização.
Comprar identificador Via Verde custa 35 euros
Só quando o utilizador continua a percorrer a página das ofertas, com olhar atento, é que encontra, numa única linha e muito mais discreta, a referência à possibilidade de compra de um novo identificador. Não há informação sobre o preço do aparelho, mas há a indicação de que este só está disponível para venda nas lojas da Via Verde e que apenas dá acesso ao pagamento de portagens.
O identificador está à venda por 35 euros, para clientes com extrato eletrónico. Se o cliente optar pelo extrato em papel, o preço do identificador é de 42 euros.Se quiser mesmo comprar o identificador para não ficar vinculado a subscrições, o consumidor tem de se deslocar presencialmente a uma loja Via Verde. No entanto, há apenas sete em todo o país e apenas uma loja no interior (Viseu). Três estão concentradas na área metropolitana de Lisboa (Oeiras, Almada e Lisboa). Sobram Porto, Braga e Faro.
Além disso, já não é possível comprar um identificador para aceder a estacionamentos ou carregamentos elétricos. Essa versão completa dos serviços foi, de facto, descontinuada. Se o consumidor quiser ser proprietário do seu identificador, paga um aparelho mais caro, mas perde os serviços que tinha anteriormente e apenas consegue pagar portagens.
Caso não fique satisfeito com as soluções apresentadas pela Via Verde, preencha o livro de reclamações ou registe a sua queixa no portal Reclamar, da DECO PROTESTE.
Porque não é permitido trocar a bateria do identificador Via Verde?
Os identificadores da Via Verde chegaram a durar mais de uma década nas mãos dos seus utilizadores, embora habitualmente precisassem de ver substituída a sua pilha a cada meia dúzia de anos, aproximadamente. O problema intensificou-se para o lado do consumidor quando a Via Verde deixou de aceitar fazer a troca de pilha. A empresa alega que os novos identificadores são invioláveis, logo, não podem ser abertos para substituição da bateria. Assim, o fim de vida do identificador passou a ser ditado pelo fim de vida da sua bateria, não restando ao consumidor outra hipótese que não seja a substituição de todo o aparelho.
No momento da venda, a Via Verde deixa bem claro que o dispositivo comprado apenas está coberto pela garantia legal de três anos e que, findo esse período, qualquer falha do aparelho ditará a sua inutilidade. Já aos clientes de subscrição, a Via Verde assegura a troca gratuita do dispositivo sempre que este apresente qualquer problema, sem limite temporal.
Consumidores com fracas alternativas à Via Verde
Apesar de ter acedido em manter a venda de identificadores, a Via Verde esvaziou o leque de serviços disponíveis nessa modalidade, limitou o acesso a sete lojas e agravou o custo unitário. Por consequência, a opção de compra do identificador deixa de ser vantajosa para os consumidores.É do conhecimento público a ausência de concorrência à Via Verde no pagamento automático de portagens de autoestradas. Por consequência, os consumidores têm vindo a ser confrontados com uma alteração das condições oferecidas, que os obriga a pagar mais por menos serviços, se quiserem continuar a ser proprietários do seu identificador.
Cerca de 90% dos clientes acabam por subscrever o pacote mais caro – Via Verde Mobilidade – que inclui o pagamento de portagens, estacionamentos e carregamentos de carros elétricos, entre outros serviços.
A alternativa à Via Verde também não é favorável ao consumidor, já que implica o pagamento de portagens e serviços a cada utilização. No caso das autoestradas com pórticos, onde o pagamento em tempo real não é possível, os consumidores que não contratam o serviço Via Verde ficam sujeitos a um prazo de 15 dias úteis para regularizar os pagamentos em falta. Por não se tratar de um processo simples, milhares de consumidores têm vindo a ser confrontados com pesadas coimas, que, se não puderem ser pagas, culminam em processos de execução fiscal.
É cliente via verde? Já teve algum problema com os identificadores?
Partilhe a sua experiência.
Comentários