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Aquecer a casa e as águas sanitárias: quais as soluções mais eficientes?

Os portugueses não têm de ser condenados ao inverno – existem várias soluções contra o frio. Mas devem ser escolhidas consoante as condições da casa e do orçamento. A DECO PROteste analisou opções para climatizar a habitação e aquecer águas sanitárias, e dá-lhe as ferramentas para decidir.

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30 janeiro 2024
Mulher confortável em casa, sentada no sofá com uma manta a beber um chá

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Em Portugal, os edifícios tendem para a pouca eficiência. Sistemas de climatização resumem-se, em tantos casos, a termoventiladores ou lareiras abertas, à volta dos quais se aperta a família, protegida por casacos e mantas. Mas, mesmo quando uma verdadeira climatização existe, nem sempre as janelas, as paredes ou o telhado conservam o calor. Dinheiro e conforto, contados em eletricidade, escapam pelas frestas.

Conclusão? Instalar sistemas de climatização, idealmente, deveria ser o fim da linha. A prioridade deveria eleger opções passivas, como janelas eficientes ou o isolamento de pavimentos, paredes e telhado. A correlação é direta: quanto mais eficiente for a habitação, melhor conseguirá manter a temperatura interior e menos energia precisará para se tornar termicamente confortável.

Algumas medidas não se fazem realidade sem obras de vulto. Outras não implicam mudanças demasiado dolorosas, como a troca de janelas. Só esta intervenção já tem impacto positivo na fatura da energia – e racionaliza o uso dos sistemas de climatização. A DECO PROteste analisa as opções para aquecer a casa e as águas sanitárias.

As opções mais eficientes para aquecer a casa

Os sistemas de climatização mais eficientes são as bombas de calor e as caldeiras de condensação – conhece as primeiras como aparelhos de ar condicionado. Deve ir já passar o cheque? Nem por isso: há muito a ponderar até lá.

Fáceis de instalar e com preço a cair, os aparelhos de ar condicionado são agora mais populares. Alguns vão além das tradicionais funções, que incluem ainda o arrefecimento no verão: podem aquecer águas sanitárias ou ser associados a pavimento radiante, havendo até a hipótese de os ligar a painéis solares térmicos ou fotovoltaicos. Este leque de vantagens é temperado com um par de inconvenientes. A distância entre as unidades exteriores e interiores quer-se modesta, o que limita os locais para a instalação. Mais: o lapso temporal até atingirem a temperatura ideal pode obrigar a alguma espera.

A caldeira, por sua vez, aquece com recurso a radiadores (aquecimento central) ou a pavimento radiante, ocupando-se igualmente das águas sanitárias. Permite a integração com energias renováveis, podendo funcionar a lenha ou a pellets. Mas, a menos que se trate de um sistema de condensação, está abaixo do ar condicionado na eficiência. Tem outros dois "poréns": além de a instalação poder envolver obras de grande impacto, o sistema não faz arrefecimento. Compensa com rapidez no gatilho. No inverno, ao atingir elevadas temperaturas num ápice, favorece um conforto homogéneo em toda a casa.

O recuperador de calor garante também este calor uniforme em várias zonas da casa. Pode até contribuir para o sistema de águas quentes, mas só no inverno, pois perde utilidade na estação quente.

Aquecimento portátil: barato na compra, caro em eletricidade

As demais opções são menos eficientes e oferecem menor conforto térmico. As soluções portáteis até podem seduzir, por serem baratas na compra: um termoventilador custa desde 10 euros, enquanto um aquecedor a halogéneo começa nos 17 euros e um convector pode ser encontrado a partir de 20 euros. Mas, em todos os casos, aquecem só uma área reduzida, e com assinalável esforço para a fatura da eletricidade, sobretudo em habitações com fraco isolamento, onde as trocas de calor com o exterior são mais significativas. Na utilização, os aparelhos portáteis custam mais de 100 euros ao fim do ano do que o ar condicionado – o barato sai caro.

Também a salamandra, que usa lenha ou pellets, está circunscrita a uma zona. E a exigência de chaminé pode dificultar a integração na casa.

Como escolher a melhor solução de aquecimento?

Nem só de eficiência energética se faz a decisão. A DECO PROTeste avaliou todos os critérios a ponderar. No preço, o aquecimento central e os pisos radiantes perdem: são os mais pesados para a carteira. Mas, numa grande remodelação, devem ser seriamente considerados. O investimento traz conforto e acaba por diminuir a fatura da energia. O ar condicionado também não sai barato. Ainda assim, sendo a solução mais eficiente, a sua instalação deveria continuar a ser incentivada com apoios do Estado. A opção mais barata na compra é o aquecimento portátil – embora seja a menos eficiente, e com um custo de utilização elevado.

No campeonato da instalação, os pisos radiantes levam a palma da exigência, e não só por envolverem obras expressivas. O pavimento torna-se mais alto, podendo a casa ficar com um pé-direito reduzido. A instalação de um sistema de aquecimento central tão-pouco é pera doce, a menos que a casa conte com pré-instalação. Como é evidente, na instalação, ganha o aquecimento portátil, que a dispensa.

Olhando agora para o conforto térmico, as soluções que permitem uma distribuição homogénea do calor (ou, por vezes, do frio) são as mais vantajosas. Ganham os pisos radiantes a água, seguindo-se-lhes o ar condicionado e o recuperador de calor. Perdem, logicamente, os sistemas que só intervêm em pequenas zonas da casa, como a salamandra a pellets e o aquecimento portátil.

A rematar, foi analisada a manutenção. O aquecimento portátil quase não precisa, ao contrário da bomba de calor e do aquecimento central, que requerem atenção.

Alternativas para aquecer águas sanitárias

Para aquecer a água do duche, há sistemas instantâneos e de acumulação. Os mais comuns? Esquentadores e termoacumuladores. Como pontos fortes, têm o preço de compra, razão para a grande popularidade. Mas a eficiência deixa muito a desejar.

Quem ganha? Na eficiência energética, seguramente, a bomba de calor, que deixa a concorrência à distância. Perde no preço de compra, que será, contudo, recuperado por via dos baixos custos de utilização.

Já a instalação é algo simples nos casos do esquentador e do termoacumulador, embora o último peça um generoso espaço para se acomodar. Também com necessidade espacial acrescida, a bomba de calor apresenta outro contra: ser fonte de frio na divisão onde é instalada. E, se for de maiores dimensões, pode ter de ser associada a uma unidade exterior. Mesmo assim, feitas as contas, a caldeira a gás é, no geral, o sistema mais complexo de instalar.

E o conforto? Todos os sistemas aquecem água, é certo. Mas a bomba de calor e o termoacumulador são mais lentos. Ambos têm um depósito e, se a água findar, há que esperar que seja de novo aquecida. Com rotinas nos duches e um sistema bem dimensionado, este óbice pode ser fintado. Aliás, alguns aparelhos incluem funções smart, que gerem a água quente consoante o perfil de utilização em casa. Já a caldeira e o esquentador não têm igual problema: rapidez é o seu forte.

Na manutenção, vence o termoacumulador, que só precisa da troca do ânodo de vez em quando. A caldeira e o esquentador envolvem a limpeza de queimadores e sondas. Mais exigente é a bomba de calor, que requer análises à estanquidade da tubagem e limpezas de filtros.

Escolha profissionais qualificados para instalar

Respostas universais não existem, já se viu, e as soluções devem ser sempre adaptadas caso a caso. Porém, em termos absolutos, se precisar apenas de aquecer a habitação, os pavimentos radiantes a água, associados a uma bomba de calor, são a opção mais interessante. Se quiser ainda arrefecer, o ar condicionado é a escolha.

Para a água sanitária, a bomba de calor será uma boa solução, desde que o local da sua instalação e a compatibilidade com o perfil de utilização sejam devidamente acautelados.

Seja qual for a decisão, procure técnicos qualificados. Ao envolverem o manuseio de gás ou fluido refrigerante, certos aparelhos requerem serviços especializados. Não conhece ninguém? Espreite a plataforma DECO PROteste Select.

 

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