Qual a diferença entre espumante e champanhe? Teste os seus conhecimentos
Associado a datas festivas e comemorativas, o espumante é, por vezes, chamado “rei dos vinhos” ou, até, "champanhe". Mas será espumante sinónimo de champanhe? Um bom espumante sai caro? Responda ao quiz e saiba se é um bom entendedor na matéria.

Prevê abrir em breve uma garrafa para celebrar um aniversário ou um acontecimento memorável? Sabe reconhecer no rótulo um que seja mais ou menos adocicado? É preferível pagar mais para ter a certeza de que é de qualidade? E sabe como se abre uma garrafa de espumante e a que temperatura servi-lo?
Teste os seus conhecimentos sobre este vinho efervescente cheio de magia e conheça o veredicto da DECO PROTeste. Estar bem informado ajuda a fazer boas escolhas e economias.
Saber mais sobre espumante
A produção e o consumo de espumante tem vindo a aumentar, com cada vez mais produtores a apostar neste vinho fresco e efervescente. E há cada vez mais espumantes de boa qualidade e a um bom preço, como revelam os exigentes testes a vinhos da DECO PROTeste.
1. Espumante é o mesmo que champanhe.
Falso. Há quem chame champanhe aos nossos espumantes, mas é um erro.
Champanhe (ou champagne, em francês) é um termo juridicamente protegido, exclusivo para os espumantes franceses com denominação de origem Champagne, região vinícola no nordeste do país dos gauleses.
E esta proibição não diz apenas respeito ao vinho. Citemos um episódio caricato que obrigou Yves Saint Laurent a alterar o nome do perfume inicialmente batizado de Champagne para Yvresse.
O sucesso do champanhe levou a que outros países se lançassem no fabrico de vinho espumante (como os vinhos Cava em Espanha). Os vinhos efervescentes produzidos no resto do mundo só podem ser denominados espumantes (e nunca champanhe). Em Portugal, os primeiros surgiram no fim do século XIX, quase em simultâneo, em Lamego e na Bairrada.
Resumindo: todo o champanhe é espumante, mas nem todos os espumantes são champanhe! Mas tal não significa que sejam produtos de segunda categoria. Nos testes da DECO PROTeste, há espumantes que atingem ótima avaliação global, sobretudo na categoria dos brutos. No comparador de vinhos, acompanhe de perto todos os testes a vinhos da DECO PROTeste e saiba quais as melhores recomendações ao melhor preço.
2. O espumante branco é elaborado só com uvas brancas.
Falso. Apesar da sua cor, também pode incorporar castas tintas.
Ao contrário do que acontece com outros vinhos, os espumantes brancos tanto podem ser elaborados com castas brancas como tintas. Isto porque a matéria corante se encontra nas películas das uvas, sendo a polpa praticamente incolor (com exceção das castas tintureiras).
Para a produção de champanhe apenas são autorizadas três castas: uma branca (Chardonnay) e duas tintas (Pinot-Noir e Pinot-Meunier), e a vindima é feita manualmente. Já nos nossos espumantes, são muitas as castas utilizadas: Alvarinho, Aragonez, Arinto, Baga, Cercial, Malvasia-Fina, Pinot-Noir ou Touriga-Nacional, entre outras.
Quando é elaborado só com castas brancas, é denominado “Branco de uvas brancas” (ou Blanc de Blancs, em francês). Quando apenas se recorre a castas tintas, diz-se “Branco de uvas tintas” (Blanc de Noirs).
3. Ao abrir uma garrafa de espumante, deve evitar-se que a rolha salte.
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Para continuar, deve entrar no site ou criar uma conta .Certo. A rolha deve sair lentamente e com pouco ruído.
Abrir um espumante exige alguma destreza, para evitar que a rolha saia disparada e com estrondo devido à presença de gás carbónico na garrafa. Esse momento poderá causar emoções fortes, mas não é, de todo, a forma mais correta (e segura) de abrir um vinho com uma elevada pressão na garrafa. A projeção da rolha pode danificar objetos ou aleijar gravemente um dos presentes no convívio.
Para abrir a garrafa, incline-a ligeiramente e distorça a argola da armação que segura a rolha. Retire a película que envolve a rolha e a armação. Se a rolha começar a sair logo, é mais prudente retirar tudo de uma vez. Pegue na garrafa com uma mão e segure a rolha com a outra. Rode a garrafa (se rodar a rolha, esta pode partir-se). A rolha deve sair lentamente e com pouco ruído.
Em alternativa, pode usar um saca-rolhas com alavanca, próprio para vinhos efervescentes. Não é barato e é dispensável. Contudo, é um método prático e seguro de abrir um espumante sem o risco de estragar a festa.
4. Os espumantes resultam, geralmente, de uma mistura de vinhos, de idades, terrenos e videiras diferentes.
Certo. Nalguns espumantes, chegam a ser misturados mais de 50 vinhos distintos!
Diz-se, por isso, que os espumantes são vinhos de conjunto. Vinhos de anos, terrenos e videiras diferentes são selecionados com base em provas, sendo depois misturados. Não é, por isso, habitual ver-se o ano da colheita (da vindima) nos rótulos dos espumantes. Esta mistura de vinhos passa depois por uma segunda fermentação para a formação de gás. Como tal, inicialmente, o espumante é um vinho tranquilo (sem gás). O processo para se tornar efervescente pode durar semanas ou meses, até atingir uma pressão na garrafa que pode atingir 6 a 7 bares (unidade de medida da pressão). No método clássico, oriundo da região francesa Champagne, este processo opera-se na garrafa (em vez de cubas de aço inoxidável). A maioria dos produtores portugueses de espumante segue este método original.
5. É proibido adicionar açúcares na elaboração do espumante.
Falso. Dependendo do grau de doçura pretendido, o produtor pode adicionar açúcares no processo de fabrico.
No fabrico, após a abertura da garrafa para retirar os depósitos junto ao gargalo, adiciona-se o chamado "licor de expedição". Em função da doçura pretendida, este licor pode ter açúcares e vinho ou apenas vinho. A categoria indicada no rótulo (bruto, meio-seco, doce, etc.) depende do teor de açúcares residuais.
6. Como o espumante se bebe bem fresco, pode guardar as suas garrafas de reserva no frigorífico.
Falso. Só se deve colocar no frigorífico no dia em que se prevê abrir uma garrafa.
Não há qualquer vantagem em armazenar garrafas de espumante em casa, pois, ao contrário de outros vinhos, este não melhora com a idade. Aliás, o vinho espumante perde qualidades quando guardado tempo demais. Procure, por isso, adquirir as garrafas que irá consumir no curto prazo. Se, ainda assim, pretende ter algumas garrafas de reserva, não as deverá guardar muito tempo no frigorífico, pois a temperatura é demasiado baixa para uma conservação adequada do vinho.
Tal como as restantes categorias de vinhos, as garrafas devem ficar deitadas, num local fresco, arejado e ao abrigo da luz. Para mais informações, veja as condições ideais de uma garrafeira caseira.
7. O espumante bruto é a categoria menos doce
Falso. Embora seja dos menos doces, existem espumantes com ainda menos açúcares.
Eis a classificação dos espumantes, consoante o teor de açúcares residuais:
• bruto natural tem menos de três gramas por litro (sem adição de açúcar após a segunda fermentação);
• extra bruto tem até seis gramas por litro;
• bruto tem menos de 12 gramas por litro;
• extra seco tem entre 12 e 17 gramas por litro;
• seco tem entre 17 e 32 gramas por litro;
• meio seco tem entre 32 e 50 gramas por litro;
• doce tem mais de 50 gramas por litro.
Os valores de algumas categorias sobrepõem-se. Nestes casos, cabe ao produtor escolher a categoria a inserir no rótulo do espumante.
8. A pressão do espumante é superior à de um pneu de um carro.
Certo. A pressão numa garrafa de espumante chega a ser três vezes superior à de um pneu de um carro!
Os pneus de um carro têm uma pressão de cerca de 2 bares. Já os espumantes testados pela DECO PROTeste têm, em média, 6 bares (entre 3,5 e 7,5 bares consoante as marcas). Cuidado, portanto, ao abrir um espumante. Para evitar acidentes, pegue na garrafa com uma mão e segure na rolha com a outra. Rode a garrafa lentamente até a rolha sair.
9. Pouco antes de abrir um espumante, coloque a garrafa no gelo para ficar bem fresco.
Certo. 15 a 20 minutos antes de servir, insira a garrafa num balde com água e gelo.
O espumante deve ser servido bem fresco, entre os 6ºC e os 8ºC. Para o efeito, coloque a garrafa no frigorífico três ou quatro horas antes. Se se esqueceu, não é boa ideia recorrer ao congelador para acelerar o processo de arrefecimento, sob pena de a garrafa ficar esquecida e rebentar. Basta colocá-la 15 a 20 minutos num recipiente com água e gelo para atingir a frescura ideal.
O espumante serve-se em copos altos e estreitos (flûtes), para melhor reter a efervescência e observar a dança das bolhinhas através do vidro. Encha até pouco mais de meio, para evitar que a espuma transborde, e desfrute!
Se sobrar espumante, para evitar que o gás se dissipe, de nada serve colocar uma colher no gargalo. É um mito! A melhor forma para preservar alguma efervescência é tapar a garrafa com uma rolha de pressão e guardá-la no frigorífico, pois as baixas temperaturas reduzem a perda de gás.
10. Os espumantes de marcas de supermercado são mais baratos, mas não são de qualidade.
Falso. Dispa-se de preconceitos. A maioria das Escolhas Acertadas da DECO PROTeste custam pouco mais de três euros e são de marcas “brancas”.
Do teste a 43 espumantes brancos brutos e meio-secos, a DECO PROTeste recomenda 12 espumantes de qualidade. As Escolhas Acertadas distinguem-se por serem simultaneamente boas e baratas, e são todas de marcas próprias de cadeias de supermercados.
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