Polvo ultracongelado com muita água

Uma das maiores frustrações de um cozinheiro é ver um alimento congelado, depois de cozido, encolher e ficar reduzido a menos de metade do tamanho original. Tal diminuição de volume e peso continua a ser frequente em algum do pescado em Portugal, como revela o teste a 15 marcas de polvo.

Dez anos depois da primeira análise realizada pela DECO PROteste, nada mudou. Nem nas práticas dos produtores, nem na legislação que deveria proteger o consumidor em relação a uma prática potencialmente enganosa, que nem sempre vem claramente indicada nas embalagens. Esteja atento ao preço: no caso do polvo congelado, há diferenças substanciais entre produtos, sem correspondência com a qualidade. 

O que provoca tamanha redução do volume e peso do polvo após a cozedura? A resposta reside, em parte, na água adicionada. 

Polvo ultracongelado com água de vidragem q.b.

Algum pescado, congelado e ultracongelado, passa pelo processo de vidragem, através do qual lhe é aplicada água, por imersão ou por pulverização, o que forma uma camada de gelo na superfície. Esta camada pode ser benéfica, porque:

• protege o pescado de eventuais impactos;
• evita a sua desidratação;
• e prolonga o tempo de conservação.

Em excesso, porém, a água de vidragem pode alterar o aspeto dos alimentos e mascarar defeitos. Até aqui, nada a apontar. Nenhum dos produtos testados pela DECO PROteste revelou estar muito vidrado.

Quase todo o polvo com demasiada humidade 

Polvo nutritivo, fresco e bem cuidado

Com apenas 115 calorias por 100 gramas, o equivalente a um braço grande, o polvo é uma boa fonte de proteínas de alto valor biológico e de ácidos gordos do tipo ómega-3, vitaminas B12 e E e em minerais como fósforo, potássio e zinco. E importa que o polvo esteja sempre fresco, o que vem ao encontro dos resultados do teste. Além disso, as análises mostram um desempenho excelente em termos de conservação e higiene.