Venho apresentar uma queixa relativamente à atuação do Centro Português Auditivo - Almada, que contactou telefonicamente a minha avó, de 77 anos, com a informação de que teria uma consulta de despiste auditivo marcada.
A minha avó, julgando tratar-se de uma consulta legítima, deslocou-se sozinha ao local, sem acompanhamento familiar. Durante essa "consulta", foi-lhe dito por um colaborador (sexo masculino) que ouvia mal e que precisava urgentemente de dois aparelhos auditivos, um para cada ouvido. Perante o valor apresentado de 5.500€, a minha avó referiu não ter capacidade financeira, ao que lhe foi dito para não se preocupar, pois poderia adquirir através de "suaves prestações".
Foi então persuadida a assinar um contrato de financiamento com a Credibom, sem perceber exatamente o que estava a assinar e sem qualquer familiar presente ou informado. Não lhe foi entregue relatório médico, mesmo após pedido, com a justificação de que agora passaria a ser seguida por eles.
Mais tarde, ao perceber que o valor da prestação seria cerca de 300€ por mês durante 18 meses, entrou em pânico e veio pedir-nos ajuda, muito envergonhada.
Fizemos nova tentativa para obter o relatório da avaliação e, após insistência, foi-nos entregue um documento manuscrito, assinado por uma técnica diferente da pessoa que realizou o exame.
Levámos a minha avó a uma nova avaliação auditiva num local distinto e os resultados foram diferentes, confirmando que não necessita de aparelhos auditivos. Além disso, o técnico referiu que mesmo com os resultados fornecidos pelo "Centro Português Auditivo", nenhum médico recomendaria o uso de aparelhos, especialmente pelos valores apresentados.
A minha avó não nota qualquer melhoria auditiva e os aparelhos causam-lhe dor e desconforto, sendo, portanto, inutilizáveis.
Acrescento ainda que, segundo um profissional da área que habitualmente acompanha a minha avó, os mesmos aparelhos são normalmente vendidos por cerca de 3.000€ o par, o que confirma uma clara inflação de preço.
Trata-se de uma situação grave de aproveitamento da vulnerabilidade de uma idosa, com pressão para compra imediata, sem esclarecimentos adequados, nem consentimento informado.