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Descriminação com motivo na orientação sexual

Resolvida Pública

Problema identificado:

Outro

Reclamação

D. F.

Para: IPST

13/06/2019

Exmos. Senhores,Venho por este meio comunicar a descriminação que sofri aquando me fui disponibilizar para doar sangue no dia 19 de fevereiro do presente ano. O IPST estava a realizar uma colheita de sangue na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, escola da qual sou aluno e sendo também dador de sangue, já se tendo passado os dois meses desde a minha primeira dádiva, decidi aproveitar e ir doar sangue. Preenchi o questionário, registei-me e fui chamado ao médico onde me foram feitas as perguntas habituais sobre o meu estado de saúde, depois sobre a vida sexual, às quais respondi sempre honestamente, tendo a médica me perguntado se tinha contacto com homens, ao que eu respondi que sim e terminando por me perguntar se eu era homossexual, ao que eu respondi também que sim. A médica prosseguiu, normalmente, mediu-me a tensão e fez-me o teste da hemoglobina picando-me o dedo, ao mesmo tempo continuou as perguntas, questionando-me quando tinha sido a ultima vez que tinha tido contacto com homens. Depois de concluído todo o processo a médica informa-me que por ser homossexual e isso ser um grupo de risco, não posso dar sangue. Fiquei sem reação, parecia que nem tinha entendido bem o que a médica me tinha acabado de dizer e por isso perguntei quando poderia voltar para dar sangue, ao que a médica responde que não posso dar sangue porque sou homossexual e a lei não o permite. Ora isto não é verdade, na realidade, o que está escrito no ponto dois do artigo 12 da constituição portuguesa é o seguinte: Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual. Tenho plena noção que não sou a única pessoa que já recebeu este tipo de resposta por parte de um funcionário da vossa instituição. Logo na semana do acontecimento enviei um email para IPST a relatar o sucedido e a pedir esclarecimentos, ao qual não obtive resposta até hoje. Venho assim, contactar-vos novamente, na esperança que me esclareçam esta situação e adotem uma posição quanto a este e outros casos semelhantes. Penso ser incoerente rejeitarem possíveis dadores para depois realizarem campanhas nas redes sociais a incentivar à dádiva, assim como acho que não faz qualquer sentido continuar a receber mensagens vossas a informar-me de onde e quando serão as próximas colheitas quando me proibiram de dar sangue.Despeço-me referindo que como não obtive resposta ao meu primeiro contacto, já fiz denuncia do sucedido à Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género e ao Observatório da Discriminação da ILGA.Cumprimentos,Diogo Franco.

Mensagens (2)

IPST

Para: D. F.

18/06/2019

Bom dia Dra. Leonilde Outerelo,Para os efeitos tidos por convenientes.Com os melhores cumprimentos,Paulo BenvindoTécnico SuperiorServiços Centrais - Instituto Portugues de Sangue e da Transplantação, IPAv. Miguel Bombarda n° 61000-208 Lisboa, PORTUGALTEL +351 21 0063031 FAX +351 21 0063070www.ipst.ptPENSE ANTES DE IMPRIMIR[cid:image001.png@01D450F9.65A24880][cid:image008.jpg@01D44F74.2DD52110] [cid:image009.jpg@01D44F74.2DD52110] [Print_IPST] Condições gerais

IPST

Para: D. F.

29/06/2019

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