back

Cobrança indevida

Não resolvida Pública

FOCOFIN

Reclamar

Problema identificado:

Outro

Reclamação

P. M.

Para: FOCOFIN

08/05/2025

Exmos. Senhores, No âmbito do processo de aquisição de habitação própria, recorri inicialmente ao Banco Santander para um pedido de crédito no valor total de 145.000 €, distribuído em 80.000 € para aquisição do imóvel e 65.000 € para obras. Após a avaliação do imóvel, o Santander apenas se disponibilizou a financiar 60.000 € para a aquisição, valor que considerei insuficiente para a concretização do projeto. Face a essa limitação, procurei alternativas e entrei em contacto com a Focofin, uma entidade intermediária de crédito, na expectativa de conseguir melhores condições. Expliquei desde início a minha necessidade de obter um financiamento superior, especificando os valores pretendidos. A colaboradora que me atendeu apresentou-me uma FINE de simulação do Banco BPI com os valores exatos que pretendia: 80.000 € para aquisição e 65.000 € para obras. Perante esta proposta, que ia ao encontro do que procurava, pedi que se avançasse com a avaliação do imóvel – e apenas isso. Para que o processo prosseguisse, fui informada de que era necessário abrir conta no Banco BPI. Assim fiz. Posteriormente, recebi o resultado da avaliação: o banco apenas aprovaria 67.820 € para aquisição e 55.000 € para obras. Estes valores ficaram abaixo dos que me tinham sido inicialmente apresentados pela própria Focofin e até do que o Santander tinha proposto após avaliação. Nessa sequência, solicitei uma nova FINE de Simulação com os valores reais, atualizados, para poder analisar os novos cenários com a devida ponderação e comparar com a proposta do Santander. Jamais daria autorização para avançar com qualquer aprovação de crédito sem antes avaliar essas condições em detalhe – o que, aliás, nunca me foi facultado. Sem o meu consentimento, e sem sequer me ser apresentada uma nova FINE de simulação, a colaboradora da Focofin enviou ao BPI, por iniciativa própria, um email com instruções para avançar com a FINE de Aprovação. Reforço que apenas pedi uma nova FINE de simulação e nunca de aprovação. Resultado: fui surpreendida com uma cobrança de 603,20 €, debitada diretamente na conta do BPI, valor correspondente à FINE de aprovação. Esta cobrança foi efetuada sem qualquer comunicação prévia, aviso ou explicação, e sobretudo sem a minha autorização expressa. Quando confrontei a colaboradora com esta situação, ela respondeu-me que “assumiu” que era para avançar, apesar de eu nunca o ter solicitado nem autorizado. Disse-me ainda que, para resolver a situação, teria de tratar diretamente com o banco, pois “não tinha nada a ver com isso”. Ora, isto é totalmente inadmissível, considerando que a Focofin é a entidade intermediária de crédito responsável por gerir e acompanhar todo o processo, devendo atuar com profissionalismo, diligência e total transparência. Em consequência do que me foi dito, desloquei-me ao balcão do Banco BPI para tentar compreender a origem desta cobrança. A funcionária do banco informou-me que apenas seguiram ordens, e que receberam, por email, instruções da colaboradora da Focofin para avançar com a FINE de aprovação. Face à gravidade da situação, solicitei uma reunião com a Focofin, para obter esclarecimentos. Essa reunião realizou-se no dia 17 de março, nas instalações da empresa, tendo estado presente apenas o gerente. Após lhe expormos o sucedido, demonstrou-se surpreendido com a cobrança e pediu dois dias para contactar o banco e esclarecer a situação. No entanto, após a reunião, nunca mais recebemos qualquer contacto. Efetuámos cerca de 20 chamadas telefónicas nos dias seguintes, a maioria das quais foram ignoradas. Apenas obtivemos resposta em três ocasiões. Numa delas, foi-nos dito que o gerente estava “a redigir um email para nos enviar” com explicações – o que nunca chegou a acontecer. Noutra, no dia 11 de abril, afirmou que a Focofin não tinha qualquer responsabilidade e sugeriu que cancelássemos a conta no BPI para obter o reembolso – o que, naturalmente, se revelou falso. A 15 de abril, o Banco BPI enviou-me, por email, uma resposta formal, onde se incluía a cópia do email enviado pela colaboradora da Focofin com a instrução de avançar com a aprovação. Este email confirma inequivocamente que o banco apenas executou ordens da Focofin. Entretanto, enviei também um email formal à Focofin, no dia 15 de abril, detalhando toda a situação, solicitando esclarecimentos formais e pedindo uma resposta num prazo de cinco dias úteis. Nunca recebi qualquer resposta. Este silêncio prolongado, aliado à tentativa de transferir responsabilidades para terceiros, demonstra uma conduta profundamente negligente e desrespeitosa para com o consumidor. Resumindo: - Nunca dei ordem para avançar com a aprovação do crédito; - Não me foi apresentada nova FINE de simulação com os valores reais; - A colaboradora agiu por iniciativa própria, sem minha autorização; - O banco confirma que apenas cumpriu ordens da intermediária de crédito; - A Focofin ignorou os meus contactos e recusou assumir responsabilidades; - Fui lesada em 603,20 €, cobrados indevidamente e sem justificação; Até hoje, a Focofin nunca apresentou uma resposta ou pedido de desculpas. Face a todos os factos expostos, considero que a Focofin atuou com total falta de ética, profissionalismo e respeito pelos direitos do consumidor. A colaboradora foi imprudente e precipitada, enquanto o gerente demonstrou desonestidade, falta de transparência e ausência de vontade em resolver a situação. Não aceitei, nem aceito, que terceiros tomem decisões em meu nome, muito menos que me sejam imputados custos por ações que não autorizei. Exijo o reembolso integral dos 603,20 €, cobrados indevidamente por responsabilidade direta da Focofin. Solicito ainda que esta reclamação seja analisada pela DECO e que sejam desencadeadas as medidas adequadas para prevenir que outros consumidores passem por uma situação semelhante.

Assistência solicitada 18 maio 2025

Precisa de ajuda?

Pode falar com um jurista. Para obter ajuda personalizada, contacte o serviço de informação

Contacte-nos

Os nossos juristas estão disponíveis nos dias úteis, das 9h às 18h.