Venho por este meio denunciar a conduta abusiva, opaca e totalmente desprovida de boa fé da empresa Europcar, no âmbito do contrato de aluguer nº 7018420798, relativo a um veículo Ford Kuga (matrícula AS-93-XB), alugado em abril de 2025.
O que aconteceu:
Ao devolver o veículo, no dia 11/04/2025, fui atendido por uma colaboradora da Europcar que, face à existência de um simples furo no pneu, referiu tratar-se de um “evento grave”, que exigiria análise posterior por peritagem técnica. Disse-me, com todas as letras, que seria contactado caso fossem detetados mais danos, antes de qualquer ação ou cobrança.
Nenhum outro dano foi mencionado no momento da entrega.
Assinei um terminal digital minúsculo, sem visualizar ou validar qualquer relatório, confiando que o que me estava a ser apresentado refletia apenas o que tinha sido efetivamente observado. A confiança foi traída: dias depois, sou surpreendido com uma cobrança automática no valor de 1.188,66 €, sem qualquer contacto prévio, sem explicações, e com base num “orçamento” elaborado pela própria Europcar, parte diretamente interessada na cobrança — o que retira qualquer imparcialidade ou credibilidade ao processo.
Para além disso, não me foi emitida qualquer fatura nem documento oficial de discriminação dos valores pagos. A cobrança foi feita de forma unilateral e opaca, sem garantir os mínimos legais de transparência e prestação de contas ao cliente.
O “orçamento” incluía:
• Substituição de duas portas traseiras por riscos subtis, que, pasme-se, já constavam dos registos anteriores da própria Europcar, alguns até sem numeração, apenas assinalados graficamente como danos pré-existentes;
• Cobrança de um pneu novo por 225 €, quando o único problema detetado foi um furo — sem qualquer desgaste relevante. Um valor totalmente desproporcionado para uma viatura média;
• Custos administrativos não justificados, nem discutidos.
O que me revolta:
• Não houve qualquer contacto, validação ou contraditório. O valor foi simplesmente debitado.
• A colaboradora garantiu-me que seria informado antes de qualquer imputação. Foi mentira.
• A empresa ignora os seus próprios registos de danos anteriores.
• Não houve qualquer peritagem independente.
• A resposta enviada pela Europcar ignora completamente os factos concretos apresentados: não refutam nada, não explicam nada, limitam-se a repetir o argumento da assinatura do terminal, ignorando que foi feita sem confirmação do conteúdo.
• Nem sequer foi emitida uma fatura formal, o que viola claramente o dever de informação e transparência para com o consumidor.
Trata-se de uma prática abusiva, desonesta e lesiva dos direitos do consumidor, com total desprezo pelas garantias contratuais, pela transparência e pelo princípio da boa fé.
O que exijo:
1. Revisão imediata do processo e anulação do débito;
2. Pedido formal de desculpas pela forma como este processo foi conduzido;
3. Que seja garantido ao consumidor um processo de avaliação justo, com contraditório e entidades imparciais, sempre que esteja em causa imputação de danos.
Apelo à vossa intervenção para defender os direitos dos consumidores e evitar que situações deste tipo continuem a ocorrer com total impunidade.
Nuno Pignatelli