Pneus: como mantê-los em bom estado
Pneus em mau estado são um risco para a segurança e um peso para a carteira. Saiba como manter a saúde dos pneus do seu carro.

Os pneus são o único ponto de contacto entre o automóvel e a estrada. O seu estado tem um impacto direto na segurança, na estabilidade e no conforto durante a condução.
Antes de chegarem ao mercado, os pneus são submetidos a rigorosos testes de qualidade. No entanto, esse controlo não dispensa uma série de cuidados essenciais por parte do condutor.
Desgaste e pressão dos pneus
Mesmo quando estão devidamente calibrados, os pneus não se desgastam de maneira uniforme. Travagens frequentes, o tipo de estrada ou até o modo como o condutor contorna as curvas (que pode levar a um desgaste mais acentuado de um dos lados) são fatores que impactam a forma como este desgaste acontece.
Um dos aspetos mais importantes a vigiar é a pressão dos pneus. A pressão correta contribui para prolongar a vida útil dos pneus e garante uma condução mais segura. Já uma pressão inadequada pode acelerar o desgaste em até 40 por cento. Se a pressão dos pneus estiver demasiado alta, o desgaste será mais pronunciado no centro do pneu. Se for demasiado baixa, o desgaste concentra-se nas zonas exteriores do relevo principal do pneu.
Para saber qual é o valor correto para o seu carro, basta consultar o manual do veículo ou a etiqueta habitualmente colocada na porta do condutor ou na tampa de depósito de combustível. Verifique a pressão pelo menos uma vez por mês, e sempre antes e depois de viagens longas, mas também depois de períodos em que o carro permanece parado durante mais tempo.
Tenha em atenção que este controlo deve ser feito com os pneus frios (ou seja, com o carro parado durante algumas horas), de modo a garantir leituras fiáveis.
Se notar perda de pressão num dos pneus, mande-o examinar por um profissional. Certifique-se também de que a tampa da válvula do pneu está bem colocada e em bom estado.
Deve ter em conta que, mesmo sem furos visíveis, os pneus perdem naturalmente pressão ao fim de dois a três meses, mas também sempre que a temperatura baixa cerca de dez graus. Além disso, cerca de 85% das perdas de ar acontecem de forma lenta e gradual, o que pode tornar mais difícil a deteção imediata.
Se transportar carga extra, consulte o valor de pressão adequado, que deve ter também em conta o peso transportado.
Pressão correta, maior economia
Manter os pneus do seu carro com a pressão correta, não só aumenta a segurança — sobretudo na travagem e na aderência ao piso — como também ajuda a poupar combustível, já que pneus com pressão abaixo do recomendado aumentam o consumo: por cada 0,2 bar abaixo do valor recomendado, o consumo de combustível pode aumentar entre 1% e 2 por cento.
Ao escolher pneus novos, prefira modelos com etiqueta energética A ou B: são mais eficientes e ajudam a reduzir os custos com combustível.
Voltar ao topoQuando substituir os pneus?
Para saber quando deve substituir os pneus, é importante verificar regularmente o seu estado. Observe com atenção se toda a circunferência da zona de rolagem (zona central e zonas laterais) apresenta desenhos com uma altura de, pelo menos 1,6 milímetros nos relevos principais. Se detetar danos na borracha ou nas jantes, deve dirigir-se o quanto antes a uma oficina ou a um profissional qualificado.
Estas verificações podem revelar sinais de desgaste irregular, muitas vezes causados por um desalinhamento da direção (convergência incorreta). Nestes casos, é necessário fazer também o alinhamento das rodas.
Se perceber que há bolhas ou cortes nas laterais do pneu — por exemplo, causados por toques no passeio ou pelo próprio atrito com o pavimento —, deve substituí-lo de imediato. Estes defeitos podem provocar rebentamentos, sobretudo com o aumento da temperatura durante viagens em autoestrada, comprometendo seriamente a segurança.
Mais difíceis de verificar, mas igualmente importantes, são as bolhas ou os cortes no interior do pneu . Em caso de dúvida, recorra sempre a um técnico especializado.
A lei portuguesa estabelece como limite mínimo da altura do relevo principal dos pneus, os 1,6 milímetros. Abaixo disso, além de ser perigoso, sujeita-o a uma coima. Ainda assim, deve mudar o pneu antes que atinja esta altura mínima.
Voltar ao topoAlinhamento das rodas
Se notar um desgaste irregular na circunferência da zona de rolagem, peça uma verificação do alinhamento das rodas. No caso de uma utilização normal, o alinhamento deve ser revisto a cada dez mil quilómetros. Em automóveis desportivos, esse intervalo deve ser reduzido para cinco mil quilómetros.
Passar por um buraco a alta velocidade pode não deixar danos visíveis nos pneus ou nas jantes, mas pode provocar um desalinhamento da direção. Mesmo que o carro não faça ruídos ou não revele comportamentos estranhos, este desvio poderá causar um desgaste mais rápido e, muitas vezes, irregular dos pneus.
Pode testar o veículo de uma forma simples: conduza num troço plano e em linha reta, largue o volante (com precaução) e perceba se o carro mantém a trajetória ou se tende a desviar-se para um dos lados. Se notar essa tendência, é altura de ir ao mecânico ou a um técnico, até porque em casos mais graves, pode ocorrer um desgaste mais acentuado da estrutura do pneu, causado pelo sobreaquecimento devido ao excesso de atrito.
Voltar ao topoQuando fazer a rotação dos pneus?
Se o desgaste for regular (com pequenas variações causadas pelo peso transportado), não é obrigatório fazer a rotação dos pneus. Ainda assim, este processo de trocar os pneus entre os eixos de trás e os da frente (mas sem os cruzar) ajuda a uniformizar o desgaste e facilita a substituição simultânea de todo o conjunto de pneus, o que se traduz numa condução mais equilibrada e segura.
A rotação deve ser feita regularmente, a cada 15 mil ou 20 mil quilómetros. Se o veículo for sujeito a cargas elevadas ou a condições mais exigentes, deve ser feita com maior frequência.
Quando for necessário substituir os dois pneus da frente, não se deve montar os novos no eixo dianteiro. A recomendação é colocá-los atrás e mover os pneus traseiros — se ainda estiverem em bom estado, claro — para a frente. Isto evita desequilíbrios provocados por diferenças de aderência entre os eixos, especialmente em piso molhado.
Voltar ao topoPneus novos: recomendações importantes
Em primeiro lugar, é fundamental comprar os pneus certos para a sua viatura. Depois de montar pneus novos, deve conduzir a uma velocidade moderada durante os primeiros 300 quilómetros. No caso de pneus de alta performance (classes H/V/W/Y/Z), recomenda-se limitar ainda mais a velocidade nos primeiros 50 quilómetros. Após os primeiros 100 quilómetros, verifique se os parafusos das rodas estão bem apertados.
Quando montar pneus novos, certifique-se de que cumprem as especificações do documento único automóvel. O índice de carga e o código de velocidade podem ser iguais ou superiores aos indicados no documento do veículo, mas nunca inferiores.
O que nunca deve fazer
Para garantir a segurança, o bom desempenho e a durabilidade dos pneus, há práticas que deve evitar a todo o custo:
- sobrecarregar o veículo, mesmo que apenas numa parte;
- circular com pressão de pneus inadequada (tanto a menos, como a mais);
- usar pneus ou jantes com medidas não adequadas ao veículo;
- utilizar câmaras de ar inadequadas (quando a sua utilização está prevista);
- usar pneus com índices de carga ou códigos de velocidade errados;
- reparar pneus que apresentem danos nas laterais;
- limpar as laterais dos pneus com produtos à base de hidrocarbonetos;
- usar correntes de neve durante longos períodos em estradas sem neve.
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