Máscaras cirúrgicas, respiratórias e sociais: o que são e a quem se destinam
O uso de máscaras é obrigatório em espaços públicos fechados, e nos abertos, sempre que não seja possível garantir o distanciamento físico recomendado. Mas o risco de infeção não desaparece, sobretudo, se as outras medidas de prevenção forem esquecidas.
- Dossiê técnico
- Susana Santos
- Texto
- Deonilde Lourenço

O uso de mácara é obrigatório, a partir dos 10 anos, na maioria dos espaço fechados, seja qual for a ocupação, e também em espaços abertos, incluindo vias públicas, "sempre que o distanciamento físico recomendado pelas autoridades de saúde se mostre impraticável".
O que está em causa? Usar uma máscara, à partida, é uma mais-valia, nas situações descritas pelo governo português, em consonância com as autoridades de saúde. É sobretudo um benefício superior para a comunidade, pois previne que alguém infetado, mesmo sem sintomas de covid-19, seja um veículo de transmissão do novo coronavírus. Mas que tipo de máscara devemos usar?
Três tipos de máscara
A máscara pode ajudar a reduzir a propagação da infeção na comunidade, minimizando a expulsão de gotículas de saliva produzidas pela tosse ou espirro, por indivíduos infetados, que podem não ter disso conhecimento. Quem já apresenta sintomas deve recorrer à máscara cirúrgica. A etiqueta respiratória – a cobertura da boca e do nariz com um lenço de papel ao tossir, ou fazê-lo para o antebraço - também visa limitar a disseminação do vírus.
Cirúrgica

Respiratória

Protegem o profissional de saúde de potenciais riscos para a sua saúde e segurança. Define-se como equipamento de proteção individual e deve obedecer ao Regulamento (UE) 2016/425, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 9 de março de 2016, que consta do Decreto-Lei n.º 118/2019, de 21 de agosto. A Norma EN 149:2001+A1:2019 refere-se a Equipamentos de Proteção Individual, aplicável aos aparelhos de proteção respiratória filtrantes (APR), nomeadamente aos “respiradores” ou “máscaras autofiltrantes”, e, consoante a eficiência de filtração, classifica-os em equipamentos FFP1, FFP2 e FFP3.
Neste tipo de máscaras, deve ser dada preferência às que não têm válvula. Os respiradores com válvulas facilitam a expiração do ar e, por isso, são mais confortáveis de usar. No entanto, não filtram o ar expirado pelo utilizador, apenas o inspirado. Essa proteção unidirecional coloca os outros em risco, se o utilizador estiver infetado com covid-19.
Social ou comunitária

Classificada como artigo têxtil de uso único ou reutilizável, a máscara social deve permitir quatro horas de uso ininterrupto, sem degradação da capacidade de retenção de partículas, nem da respirabilidade. As máscaras de nível 2 devem assegurar, no mínimo, a filtração de 90% das gotículas, e as de nível 3, 70 por cento. As primeiras são indicadas para profissionais com contacto frequente com o público, como empregados de lojas ou repartições, e as segundas, para a população em geral.
A informação sobre a reutilização (lavagem, secagem, conservação e manutenção) e o número de utilizações devem ser dadas pelo fabricante. Na etiqueta, o utilizador deve, também, ser informado sobre as características de desempenho, sobre o facto de o produto não ser um dispositivo médico ou um equipamento de proteção individual e sobre a composição. O fabrico está sujeito ao cumprimento das normas EN 14683:2019 (Anexo C) ou EN ISO 9237:1995, EN 14683:2019 (Anexo B) ou EN 13274-7:2019.
Os fabricantes deverão notificar a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica acerca da sua atividade, bem como manter à disposição das autoridades um breve dossiê técnico, com as características da matéria-prima, a descrição do processo de produção, a informação a constar com o produto e os relatórios dos ensaios realizados e da conformidade do produto, emitidos por um laboratório reconhecido.
Viseiras são eficazes?
As viseiras servem como proteção contra a projeção de partículas sólidas e líquidas. Podem ser um complemento útil, mas não podem ser usadas em substituição da proteção respiratória (como máscaras), quando necessário. A sua utilização deverá ser complementada com um método barreira que tape o nariz e a boca.
Regras de etiqueta em tempos de pandemia
As relações sociais estão condicionadas pela pandemia da covid-19. Ainda que momentaneamente, as regras de convívio mudaram. Primeiro, o distanciamento social é a nova etiqueta. Segundo, lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou desinfetá-las com gel à base de álcool. Terceiro, a usar adequadamente uma máscara na rotina diária das relações com os outros.
A colocação correta da máscara obedece a preceitos rigorosos. Para que a sua função seja cumprida, a máscara deve cobrir por completo o nariz e o queixo. Antes e depois de a pôr, deve lavar as mãos com água e sabão ou higienizá-las com um gel à base de álcool. Quando remover a máscara, faça-o por detrás, evitando tocar na parte da frente. Há o risco de a transmissão aumentar se a máscara for retirada de modo inapropriado, se se manusear uma máscara contaminada ou caso uma pessoa saudável toque na cara durante a utilização.
Enquanto a máscara estiver no rosto, puxá-la para o queixo, para falar ao telemóvel, ou simplesmente tocá-la, é altamente desaconselhado.
Deponha as máscaras não reutilizáveis num contentor de resíduos. Lave as reutilizáveis logo a seguir à utilização, de acordo com as instruções da etiqueta. Siga as recomendações da Direção-Geral da Saúde.



Autoridades de saúde recomendam usar máscara, mas não só
O Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) defende que o uso massificado de máscaras pode ser particularmente relevante em situações epidémicas, quando se considera ser elevado o número de indivíduos assintomáticos, mas infecciosos, na comunidade. O ECDC recomenda-as sobretudo em locais fechados, com grande concentração de pessoas, como centros comerciais e transportes públicos, ou por indivíduos com profissões que envolvem proximidade física com aglomerações, como polícias e operadores de caixas em supermercados. Ou seja, a máscara é relevante quando não é possível cumprir as outras medidas de mitigação, como o distanciamento social. Ao ar livre pode não ser necessário, uma vez respeitada a regra dos dois metros de distância.
A utilização de máscaras é uma medida complementar, avisa o ECDC. Não pode ser encarada como a substituição das medidas preventivas cruciais para reduzir a transmissão: distanciamento social, ficar em casa em caso de doença, teletrabalho, etiqueta respiratória, higiene meticulosa das mãos e não tocar na cara, nos olhos e na boca.
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