Exmos Srs.Venho por este meio apresentar uma reclamação dos serviços prestados na Urgência do Centro Hospitalar Barreiro a que recorri por 2 vezes nos dias 20 e 22 de Março de 2017No dia 20 de Março de 2017 chamei uma ambulância do INEM e fui transportada de urgência com dores abdominais intensas que me impediam de levantar e me deslocar. Dei entrada no serviço as 9:49 e a triagem me enviou de imediato para a Ginecologia.O médico assistente me fez uma ecografia, me mandou fazer análises a urina que só estariam prontas após 5 dias úteis, diagnosticou infecção urinária e me enviou para casa com antibióticos orais.No dia 21 as dores continuaram e na madrugada do dia 22 fui novamente obrigada a chamar uma ambulância, que me foi recusada pelo INEM, tendo sido obrigada a pagar, para ser novamente levada para a Urgência do Centro Hospitalar do Barreiro. Apesar da triagem me ter dado entrada imediata, me colocaram numa maca 3 horas prostrada de dores abdominais lancinantes intensas. Após essas 3 horas o médico de serviço me deu analgésico e me mandou para casa sem qualquer exame efectuado.No dia 24 de Março, novamente com dores abdominais lancinantes intensas, por desespero pedi a familiares para me levarem ao hospital particular da CUF Descobertas, onde entrei no serviço de urgência as 9:45 da manhã.A CUF Descobertas procedeu a recolha de análises de sangue+urina, a um TAC a região abdominal e a uma Eco Transvaginal.Foi diagnosticado um abcesso tubo-ovário à direita e nesse mesmo dia me internaram.No dia 25 após reunião dos médicos foi decidido operarem-me no dia seguinte.Na operação efectuada no dia 26 me foi removido o apéndice já com Peritonite, trompa e ovário direito.Documentação em anexo .Como vossas excelências devem deduzir após os factos que vos apresento é que se não fosse por apoio de familiares que me acudiram e me levaram as urgências de um hospital particular, por esta altura não sei se ainda estaria viva para vos apresentar queixa.Para mais, fico na dúvida se a assistência que devia ter me sido facultada nos dias que me dirigi ao Centro Hospitalar do Barreiro provavelmente me teriam evitado a perca de metade do meu sistema reprodutor. Adicionalmente não há qualquer justificação para me ter sido negada a devida assistência e diagnóstico do Hospital e Sistema de Saúde da minha área de residência para qual todos os meses me é descontado no vencimento.Peço que tomem em consideração os factos que vos apresento e procedam as devidas diligências para que este tipo de ocorrências, negligência e absoluta crueldade e desprezo não se repita com mais nenhum ser humano que se apresente nos serviços públicos desta unidade ou outra unidade hospitalar do SNS.-- Cumprimentos,Helena Calado