Aquecedor portátil Dyson vale mesmo a pena?
O termoventilador Dyson Hot+Cool foi testado em laboratório. A qualidade é alta, mas o preço a pagar compensa?

Na avaliação da DECO PROteste ao desempenho em laboratório, o termoventilador Dyson Hot+Cool AM09 apresentou um resultado superior ao de outros termoventiladores do mesmo género, anteriormente testados. Mas não tem nada que o destaque significativamente dos restantes, e que obtiveram também uma boa apreciação global. O preço pode ser o principal dissuasor da compra: na hora de escolher, o consumidor terá 429 euros disponíveis para desembolsar ? Se, afinal, apesar do bom desempenho, não se distingue particularmente de outros, mais baratos?
Aquecedores portáteis representam maiores gastos
Num país em que “lar” é, muitas vezes, sinónimo de desconforto térmico, os consumidores viram-se para os aquecedores portáteis, ou termoventiladores, para conseguirem aquecer mais rapidamente a casa, divisão a divisão. É uma solução prática e que, à partida, parece mais em conta. Daí que estes aparelhos se encontrem em 65% dos lares e sejam o principal equipamento para aquecimento ambiente.
O custo de aquisição é baixo (rondará os 20 euros), mas a sua reduzida eficiência acaba por se traduzir em consumos de energia elevados e em custos de utilização pesados. Por isso, a DECO PROteste não os recomenda, a não ser para um uso pontual. É um efeito bola de neve: os baixos rendimentos, o deficiente isolamento, o custo da energia, a falta de literacia energética de alguns consumidores levam a uma escolha que, sendo óbvia no momento de aquisição, só irá agravar a situação.
Para um aquecimento eficaz do espaço doméstico o ar condicionado – que também permite um arrefecimento – é uma opção mais eficiente do ponto de vista energético e também mais sustentável.
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Boa performance a aquecer a sala
O equipamento é relativamente rápido a aumentar a temperatura em 10ºC, com um reduzido consumo de energia associado. Mas há dois pontos a melhorar: a distribuição da temperatura e o controlo da temperatura máxima da sala.
O teste foi feito em duas velocidades para aumentar a temperatura de 15ºC para 25ºC: a velocidade 1 e a 10. Verificou-se, no primeiro caso, que em 13 minutos tinha atingido os 25ºC; com a velocidade 10, demorou 20 minutos a chegar lá, e o consumo de energia quase duplicou.
Tipicamente, os termoventiladores apresentam dois a três níveis de potência para aquecimento, sendo o fluxo de ar constante. No caso do Dyson é diferente: é possível definir a temperatura e a velocidade do ar – e é por este motivo que o aumento da temperatura é sentido mais rapidamente quando selecionada uma velocidade inferior, uma vez que o fluxo de ar é inferior. Por isso, é preferível utilizar este equipamento na velocidade 1, visto que aquece rapidamente e apresenta um consumo de energia associado mais reduzido. Aliás, quando opera na velocidade 1, tem, em geral, melhores resultados.
Um pouco barulhento, seguro e caro
Durante o seu funcionamento a aquecer, o fluxo de ar medido neste Dyson é inferior ao que se tem registado nos restantes equipamentos, o que o torna mais confortável. No entanto, o ruído é algo a melhorar, sendo ainda mais barulhento quando o ligamos no modo de ventilação. De salientar que é este mesmo modo de ventilação que faz com que tenha a designação “cool”, assemelhando-se ao funcionamento de uma ventoinha.
Se pretende arrefecer os espaços, a solução será o sistema de ar condicionado. E não se deixe levar pela publicidade deste aparelho – o termo “refrescar” lá mencionado não é sinónimo de arrefecimento, o aparelho simplesmente ventila o espaço. Aliás, esse é um dos pontos ambíguos na forma como é promovido e pode induzir em erro os consumidores.
Também foi feito um teste de segurança elétrica: no que se refere à estabilidade do equipamento, mostrou-se seguro quando utilizado num plano com uma inclinação de 15 graus.
É fácil de utilizar, e as instruções são claras e de fácil compreensão.
O veredicto da DECO PROteste é simples: tem um bom desempenho e apresenta diversas funcionalidades, mas para aquecer não supera a concorrência por muito. Diz-se Hot+Cool ("quente+fresco"), mas, para aquecer, não se distingue particularmente de outras opções mais em conta existentes; quanto ao arrefecimento, é comparável a uma ventoinha, mas não mais do que isso. E, como é caro, provavelmente não valerá como opção. Por menos, o consumidor poderá conseguir um termoventilador com um desempenho quase equivalente. E, por um pouco mais, um ar condicionado, com melhor eficiência e com a desejada função de arrefecimento.