Consolas Nintendo Switch com avarias graves já podem ser reparadas sem custos
Em 2020, a DECO PROTESTE alertou para as avarias precoces dos comandos laterais amovíveis de muitas consolas. Na altura, a marca não quis assumir responsabilidades. Mas a pressão das autoridades europeias, a quem o caso foi denunciado pelas organizações de consumidores, levou a Nintendo a aceitar agora a reparação gratuita.
- Especialista
- António Alves e José Almeida
- Editor
- Inês Lourinho

Detentora de jogos exclusivos, como Super Mario ou Pokémon, a consola portátil Nintendo Switch, que custa desde 180 euros conforme a versão, está na lista de sonhos de muitos gamers mais novos. Mas, depois do lançamento, em 2020, ficou claro que os coloridos comandos laterais tinham problemas graves. As avarias levavam a que as personagens dos jogos se mexessem no ecrã sem intervenção do jogador.
Pressionada por uma ação coletiva nos EUA, a Nintendo comunicou que a reparação seria gratuita, mesmo fora da garantia. Na Europa, a reparação e a substituição eram recusadas, ainda que na garantia, o que obrigava a uma despesa que, na melhor das hipóteses, era de 55 euros. Entretanto, a DECO PROTESTE e outras organizações de consumidores, reunidas na European Consumer Organization (BEUC), levaram o caso às autoridades europeias. A Comissão Europeia e a Network of Consumer Protection acabam de anunciar que, depois de contactarem a Nintendo, o fabricante aceitou reparar gratuitamente as Nintendo Switch ou Switch Lite afetadas por este problema, incluindo as que já ultrapassaram o período da garantia. Basta levar os manípulos defeituosos a um centro de reparação oficial da Nintendo, tal como é anunciado no site da marca.
Denuncie aparelhos com avarias antes do tempo
Consumidor tem sido pressionado a comprar novos comandos
A reparação dos comandos joy-con em casa é possível, mas exige conhecimentos técnicos. Para abrir o comando, há que retirar quatro pequenos parafusos e soltar vários encaixes, de preferência, com um acessório plástico próprio. Depois, é preciso soltar diversas fichas e cabos flat, que são muito frágeis e que, se danificados, inutilizam o comando. Por fim, é só substituir o joystick analógico por um novo, que custa desde 10 euros (pode ainda tentar abrir o comando, e fazer uma limpeza dos contactos, o que deverá bastar). Os kits de reparação para a Nintendo, com chaves de parafusos e clips plásticos, começam nos 20 euros.
Ao entregar o aparelho à marca para reparação, pagava-se em 2020, pelo menos, 55 euros. Já comprar novos comandos, e fazer a simples troca, implicava desde 40 euros por unidade, um preço que se mantém. O par fica um pouco mais barato: pode encontrá-lo por 70 euros. Na prática, o consumidor era orientado para a segunda opção, mais barata e bastante mais prática.
Reparação ou substituição era recusada na Europa
A DECO PROTESTE questionou a Nintendo em 2020, que disse pretender alargar a garantia de 12 para 24 meses. Na altura, a DECO PROTESTE alertou que de pouco adiantaria, pois, na Europa, este já era o período de garantia vigente (desde 1 de janeiro de 2022 que é de três anos). Por sua vez, as reparações grátis, dizia a Nintendo, seriam analisadas caso a caso, uma abordagem ilegal quando o produto ainda goza de garantia. Agora, tal como foi exigido à época, aceitou a reparação gratuita de todas as consolas afetadas, mesmo fora do prazo da garantia. Justiça foi feita.
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