Exmos. Senhores,Venho por este meio expor uma situação preocupante e lamentável relativamente a indiferença e falta de sensibilidade humana, demonstrada pelos profissionais do departamento de sinistros da companhia de seguros e do gabinete de avaliação de danos corporais(GADAC), da companhia de seguros Fidelidade em Lisboa.No dia 02 de novembro de 2021, a minha filha, na altura com apenas 16 anos de idade, residente em Mem Martins, foi atropelada por um veículo segurado pela companhia de seguros Fidelidade, enquanto atravessava uma passadeira. O incidente resultou em danos corporais, incluindo lesões graves e sequelas no joelho direito.Nos dias subsequentes ao atropelamento, a companhia de seguros não solicitou nem efetuou qualquer avaliação dos danos corporais, nem proporcionou acompanhamento médico à minha filha. Essa avaliação só ocorreu 8 meses após o incidente, quando se deu a primeira análise dos danos corporais. Foi nesse momento que se verificou a gravidade das lesões e a necessidade de uma intervenção cirúrgica de urgência ao joelho direito.Após a cirurgia no joelho, realizada no Hospital da Luz em Lisboa, os tratamentos de recuperação física e o período de convalescença não resultaram na recuperação total da minha filha, que continuou a apresentar limitações físicas, dores e inflamação anormal no joelho operado. Ao partilhar essas queixas com os profissionais de saúde envolvidos, fui informado de que já não existia mais margem para intervenções clínicas. Curiosamente, apesar do meu aviso, todos os tratamentos foram descontinuados.Posteriormente, o departamento de acidentes e danos corporais da companhia de seguros elaborou relatórios médicos e de avaliação dos danos. Recentemente, através do relatório da perícia médica e do gestor do processo, fui informado de que as lesões estavam consolidadas e que a companhia de seguros não assumiria mais qualquer despesa de tratamento ou responsabilidade sobre a reparação dos danos. A empresa propôs uma indemnização para dar encerramento ao caso, proposta que rejeitei devido aos factos que passo a expor.Diante deste quadro, e considerando que a minha filha continua a sofrer constantemente de dores e inchaço na zona operada, o que impossibilita uma vida normal, tanto a nível pessoal como profissional (durante um estágio escolar), decidi buscar uma segunda opinião médica. O objetivo era obter uma perspetiva adicional sobre o diagnóstico e a gravidade das sequelas resultantes do acidente.Recentemente, obtivemos essa segunda opinião médica, que levanta sérias preocupações quanto ao diagnóstico anterior e à gravidade das lesões e sequelas. Os elementos apresentados nesta nova opinião indicam uma gravidade superior das lesões (Artrose e Condropatia Rotuliana Grave) comparativamente aos diagnósticos anteriores fornecidos pela companhia de seguros( lesões consolidadas). A nova opinião sugere, inclusive, a necessidade de uma segunda cirurgia no mesmo joelho, devido à presença de diversas lesões e sequelas, após a cirurgia inicial no Hospital da Luz.Essas informações são fonte de grande inquietação, uma vez que o estado de saúde da minha filha está gravemente comprometido. A situação atual tem também um impacto psicológico negativo e significativo na qualidade de vida dela.Além disso, os exames mais recentes revelam discrepâncias substanciais, o que suscita a suspeita de erro ou negligência médica nos exames e relatórios anteriores providenciados pela companhia de seguros.No entanto, após confrontar a companhia de seguros Fidelidade com essas novas informações clínicas, a mesma recusa-se a reabrir o processo. A equipa médica responsável pela intervenção cirúrgica recusa-se também a reavaliar o estado clínico dela, alegando a inexistência de lesões ou sequelas. Esta resposta é desconcertante e alarmante, considerando as dores constantes e a inflamação recorrente no joelho da minha filha, que contradizem tal afirmação.A falta de profissionalismo e dedicação em compreender e reavaliar o estado clínico atual agrava a situação e prejudica a qualidade de vida da minha filha. A atitude da equipa médica e da companhia de seguros, ao manter-se em silêncio perante os nossos questionamentos, é profundamente perturbadora e preocupante.Hoje a minha filha vive em sofrimento físico e psicológico devido as dores agudas e as incapacidades causadas por este atropelamento em cima da passadeira, sendo que, a companhia de seguros remete a responsabilidade da reparação dos danos a mim(pai) e recusa-s a prestar qualquer tipo de apoio clínico a minha filha.Agradeço antecipadamente a vossa atenção a este assunto. Estamos à disposição para fornecer todas as informações médicas e relatórios necessários para facilitar a compreensão deste caso.Com os melhores cumprimentos,Ricardo Gonçalves.