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Espumantes de boa qualidade até 5 euros

Do teste a 21 espumantes brutos, os eleitos pela DECO PROteste são de boa qualidade, permitem fazer brilhar a sua mesa de Natal e Ano Novo por até 5 euros e com poucas calorias. Conheça também o valor energético dos mais doces e o segredo por trás da efervescência deste vinho mágico.

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27 novembro 2024
grande plano de garrafa de espumante a servir vários flutes numa bandeja

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Para celebrar o Natal e o Ano Novo e outros momentos festivos em família ou entre amigos não precisa de arruinar a carteira com um espumante da região de Champagne. O teste da DECO PROteste revela que os espumantes nacionais são de qualidade e que há boas opções até 5 euros, como a Escolha Acertada, exclusiva de uma cadeia de supermercados.

DESCUBRA OS ESPUMANTES ELEITOS

Diferença entre champanhe e espumante

Chamar champanhe aos nossos espumantes é um erro. Champanhe (ou champagne, em francês) é um termo juridicamente protegido, exclusivo para os espumantes franceses com denominação de origem Champagne, região vinícola no nordeste do país dos gauleses.

Mas os outros espumantes não são produtos de segunda categoria, tal como demonstram os testes da DECO PROteste. Diferenciam-se por serem produzidos fora da região demarcada Champagne e por recorrerem a outras castas (uvas para produzir vinho). No caso do champanhe, apenas são autorizadas três castas: uma branca (Chardonnay) e duas tintas (Pinot-Noir e Pinot-Meunier). Mas o processo de fabrico e o resultado são, em tudo, semelhantes.

Inicialmente, o espumante é um vinho tranquilo (sem gás) como tantos outros, transformando-se depois num néctar efervescente, graças à adição de açúcares e leveduras. Note que os espumantes são vinhos de conjunto: chegam a ser misturados mais de 50 vinhos distintos, de idades, terrenos e videiras diferentes. Poderá, por isso, não aparecer o ano da colheita (da vindima) nos rótulos das garrafas.

No que toca ao fabrico, os nossos espumantes seguem, na maioria dos casos, a arte de vinificação importada de Champagne: a espumantização também ocorre, quase sempre, em garrafa. Uma vez obtido o vinho, adiciona-se o licor de tiragem (uma solução de açúcares, vinho e leveduras). O objetivo é promover uma segunda fermentação em garrafa, com formação de gás.

Cerca de um mês depois, desencadeia-se a segunda fermentação, que pode durar semanas ou meses. O depósito de leveduras é arrastado para o gargalo da garrafa, operação designada por remuage. Para tal, as garrafas são colocadas em cavaletes e, periodicamente, sujeitas a uma trepidação e a uma rotação de um quarto de volta, enquanto se aumenta a sua inclinação.

Segue-se a abertura da garrafa, etapa que se designa por dégorgement. Esta etapa visa libertar os depósitos que se acumularam junto à rolha. A partir deste momento, o espumante não melhora, pelo que não há qualquer vantagem em guardar garrafas de espumante na garrafeira. Ao contrário de outros vinhos, este não melhora com a idade. Infelizmente, são raros os produtores que indicam a data desta operação nos rótulos, informação que a DECO PROteste reivindica que seja obrigatória.

Depois do dégorgement, adiciona-se o chamado licor de expedição, compensando o líquido perdido. Dependendo da doçura pretendida, este licor pode ter açúcares e vinho ou apenas vinho.

Por fim, as garrafas são rolhadas, aplicando-se os açaimes (estrutura de arame), sob uma película metálica, e são colocados os rótulos, para serem comercializadas.

Espumante bruto menos doce e menos calórico

Como acima referido, numa fase do processo de fabrico do espumante, o produtor adiciona licor de expedição. Em função da doçura pretendida, este licor pode ter açúcares e vinho ou apenas vinho. O teor de açúcares residuais determina a categoria do espumante (bruto, seco, etc.), com impacto no seu valor calórico. Quanto mais alcoólicos e doces forem os espumantes, mais calóricos são.

Os teores de açúcares de algumas categorias de espumantes sobrepõem-se. Nestes casos, cabe ao produtor escolher a categoria a indicar no rótulo. Note que os vinhos engarrafados desde dezembro de 2023 devem indicar o valor energético no rótulo, útil para quem se preocupa com a linha.

Tendo em conta um valor de referência diário de 2000 kcal, um flute de espumante hipotecará, no mínimo, 5% do caché energético. Beba com moderação, até porque o consumo exagerado de álcool é nocivo para a saúde.

Teste a 21 espumantes brutos

Na hora de comprar, socorra-se das recomendações da DECO PROteste, que testou 21 espumantes brutos, a categoria mais comercializada e consumida entre nós. Dois destacam-se pela sua qualidade e preços até 5 euros. Para conhecer o Melhor do Teste, à venda desde 6,99 euros, aceda ao comparador online, exclusivo para subscritores do Guia de vinhos.

Globalmente, o teor de açúcares medido confirma que todos os espumantes testados são brutos. Com uma sobrepressão que varia entre 4,8 e 7,9 bar, apresentam também a efervescência correta para este tipo de vinho. Além disso, todos passaram nos testes da acidez e do teor alcoólico, o qual respeita os mínimos legais, com valores muito próximos do anunciado (entre 11 e 13% vol.).

Nenhum espumante continha ácido sórbico, mas quatro acusaram doses excessivas de dióxido de enxofre e/ou sulfitos, conservantes que, em excesso, podem causar reações em pessoas sensíveis, como náuseas, dores de cabeça, problemas digestivos, cutâneos e até asma, motivo que os empurrou para os últimos lugares da classificação.

Os subscritores do Guia de vinhos têm acesso livre ao comparador online de vinhos, com os resultados de todos os espumantes testados – a par dos tintos, brancos e rosés. Também a app DECO PROteste Vinhos, disponível para Android e na versão iOS, permite comparar e escolher os vinhos onde quer que esteja.

 

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