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Falta de informação contratual

Não resolvida Pública

Problema identificado:

Outro

Reclamação

M. A.

Para: Miio

20/06/2025

Exmos. Senhores, No dia 14 de junho de 2025, utilizei um posto de carregamento de veículos elétricos localizado no parque de estacionamento do Lidl em Paços de Ferreira, operado pela vossa empresa ou por parceiro sob a vossa responsabilidade. Antes de iniciar o carregamento, fui corretamente informado de que seria feita uma retenção de 50€ no meu cartão bancário, o que aceitei. O carregamento decorreu com sucesso e o valor real cobrado foi de 8,30€. Contudo, em nenhum momento (nem no posto, nem na interface de pagamento) fui informado sobre o prazo de duração da retenção, o que considero uma violação clara do dever de informação ao consumidor, previsto na Lei n.º 24/96 (Lei de Defesa do Consumidor) e no Decreto-Lei n.º 24/2014, que regula os contratos celebrados à distância. Após horas sem acesso ao montante retido, contactei a vossa linha de apoio, onde me foi informado que o valor poderia ficar bloqueado até 8 dias úteis. Posteriormente, a minha entidade bancária confirmou que a retenção é da vossa responsabilidade e que o valor permaneceria cativo pelo menos até 24 de junho de 2025. Cumprimentos.

Mensagens (2)

Miio

Para: M. A.

27/06/2025

Your contact request: 104560 Subject: Falta de informação contratual Bom dia, Agradece-se o seu contacto e os detalhes partilhados sobre a experiência no posto de carregamento localizado no parque do Lidl em Paços de Ferreira, no dia 14 de junho. 1. Sobre a pré-autorização de 50 € A pré-autorização aplicada antes do início da sessão de carregamento é uma prática comum e transversal a vários serviços de pagamento automático. Este procedimento serve exclusivamente para validar o meio de pagamento e assegurar que existe saldo disponível para cobrir o valor final a cobrar. É uma operação temporária, que não corresponde a um débito efetivo, sendo apenas um bloqueio provisório do montante autorizado, tal como sucede, por exemplo, nos terminais automáticos de combustível, onde o valor retido pode atingir os 100 €. 2. Duração da retenção e responsabilidade bancária Assim que o carregamento é concluído e conhecido o valor final (neste caso, 8,30 €), o sistema comunica automaticamente com o emissor do cartão, instruindo a regularização da transação e a libertação do montante restante. A partir desse momento, o prazo para que o valor fique novamente disponível deixa de estar sob nosso controlo. Cada entidade bancária define internamente os prazos de libertação destas verbas, sendo comum a libertação ocorrer entre 24 e 72 horas, mas podendo estender-se até 10 dias úteis em determinados casos. Não é tecnicamente possível à nossa plataforma acelerar este processo, nem forçar o desbloqueio, uma vez que tal depende da política de gestão de retenções do banco emissor do cartão utilizado. 3. Informação sobre o prazo da retenção Compreende-se que esta informação seja relevante no momento da decisão de carregamento. Assim, informamos que no momento em que é feita a pré-autorização, o sistema apresenta por escrito que o prazo de libertação do montante cativo é variável e poderá ir até XX dias úteis (consoante o banco). Importa destacar que esta mensagem não é gerada pela Miio, uma vez que não temos conhecimento nem controlo sobre os prazos acordados entre os clientes e as respetivas entidades bancárias. Trata-se de uma comunicação originada e gerida diretamente pela entidade emissora do cartão. 4. Sobre o pedido de compensação A operação em causa decorreu de forma normal e segura, dentro dos parâmetros definidos pelas redes de pagamento internacionais e sem qualquer anomalia técnica ou violação de deveres legais por parte do operador. Nesse contexto, não se justifica o pagamento de qualquer compensação. 5. Considerações finais Lamenta-se qualquer incómodo causado pela retenção temporária dos fundos, mas sublinhamos que a mesma resulta de um procedimento técnico padronizado, necessário para o correto funcionamento dos sistemas de pagamento eletrónico. Permanecemos disponíveis para prestar os esclarecimentos adicionais que entender convenientes. Com os melhores cumprimentos, Equipa miio Maria Azevedo Customer Success support-europe@miioelectric.com

M. A.

Para: Miio

30/06/2025

Exmos. Senhores, Agradeço a vossa resposta, no entanto, venho por este meio contestar formalmente a veracidade de algumas das afirmações nela contidas. Ausência de informação sobre retenção de fundos É incorreto afirmar que o sistema apresenta por escrito, no momento do pagamento, uma mensagem clara sobre o prazo de retenção dos fundos. Tenho provas documentais (printscreens) que demonstram que, no momento da pré-autorização no vosso site/aplicação, não é indicado qualquer prazo ou aviso sobre a duração do bloqueio do montante. Esta omissão configura falta de informação contratual obrigatória ao consumidor. Declaração do banco Contrariamente ao que afirmam, contactei diretamente a minha entidade bancária, que me informou de forma clara que não foi recebida qualquer instrução de desbloqueio por parte da vossa plataforma (Miio), pelo que a retenção do montante não pode ser libertada até nova instrução vossa. Ou seja, a responsabilidade pelo atraso na libertação do montante não recai sobre o banco, mas sim sobre a vossa parte, ao contrário do que tentam alegar. Pedido de compensação e via judicial Face à vossa recusa em assumir responsabilidade por este episódio e à violação do dever de informação contratual, informo que irei avançar com uma queixa formal junto do Tribunal Arbitral de Consumo, uma vez que a situação não foi resolvida de forma amigável. O caso será acompanhado das provas referidas (prints do processo de pagamento e declarações do banco). Lamento que esta questão, facilmente evitável com mais transparência, tenha de seguir por via judicial, mas enquanto consumidora, não aceito que me sejam prestadas informações incorretas ou que se tentem desresponsabilizar injustamente de um problema que é claramente da vossa esfera de atuação. Sem outro assunto de momento, Cumprimentos, Maria Afonso


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