Exmos. Senhores,
ROBERTO & SOUSA – MOTOS, LDA
Parque Industrial do Pinheiral, Lote 13 - Chinicato 8600-306 Lagos
Venho por este meio apresentar uma reclamação formal relativamente à prestação de serviços realizada na vossa concessionária, ROBERTO & SOUSA – MOTOS, LDA, no seguimento das revisões e manutenções efetuadas na minha mota Suzuki 125, adquirida no vosso estabelecimento.
No dia 17 de maio de 2023, a minha mota foi sujeita a uma revisão, durante a qual foram substituídos os óleos e verificado o sistema de travagem. No entanto, menos de um ano depois, a roda traseira deixou de travar completamente. Em 29 de maio de 2024, levei novamente a mota para revisão e questionei o motivo da falha nos travões. Fui informado que o problema seria devido ao óleo estragado. Apesar de desconfiado, paguei pela revisão e pela substituição do óleo novamente.
Cerca de quatro dias após esta última revisão, e com menos de 100 km percorridos, o cabo de embraiagem da mota apresentou um desgaste tão severo que quase se partiu, necessitando de ser rebocada para o concessionário. No dia 17 maio de 2024, voltei ao concessionário para levantar a mota. Questionei a razão para uma falha deste tipo tão pouco tempo após a revisão e recebi a resposta de que "pode acontecer". Reafirmei que situações destas não são de todo normais e mencionando que o óleo de travões que fora substituído à poucos dias não se estraga em menos de um ano, e um cabo de embraiagem não se deveria partir em menos de 100 km, especialmente quando a revisão é feita na marca. Foi-me então informado de que afinal existia ar nos travões, uma justificação diferente da primeira.
Nesse mesmo dia, ainda na ROBERTO & SOUSA – MOTOS, LDA, ao tentar ligar a mota, a luz de motor estava acesa com o erro (FI). Solicitei assistência e explicações para este erro. Inicialmente, disseram que a mota tinha chegado do reboque assim; depois, afirmaram que eu tinha indicado que era normal; por fim, disseram que já tinham ligado ao computador e que era apenas um erro na chave, não apresentando problema no seu funcionamento. No entanto, nunca vi tal erro antes, ninguém me contactou a perguntar se era normal, e quando tentei arrancar com a mota, esta não ligou, obrigando-me a voltar para casa de boleia.
Mais tarde, ligaram-me a informar que o problema era falta de bateria, que a tinham carregado, os erros tinham desaparecido e que tinham confundido a minha mota com outra. Após dois dias, comunicaram-me que tinham partido o comando da mota e que teriam encomendado um novo, que chegaria em cerca de uma semana. Informei que tinha a revisão do carro marcada e que necessitava urgentemente da mota. Garantiram-me que o problema estaria resolvido no início da semana seguinte. No entanto, na semana seguinte, tive que ligar novamente para obter informações e disseram-me que a mota estaria pronta na segunda-feira seguinte, dia 17 de junho de 2024.
Mais uma vez, tive que ligar na segunda-feira para confirmar se poderia buscar a mota. Não me conseguiram confirmar, mas prometeram ligar de volta para confirmar. Após várias insistências telefónicas da minha parte e recebendo constantemente informações falsas, acabei por ir buscar a mota no dia 17 de junho de 2024, pois não tinha outra solução para circular. A solução apresentada foi colar o comando todo com fita isoladora, permitindo-me circular até o novo comando estar pronto.
Ao chegar a casa, deparei-me com um cenário caótico: havia fios por toda a parte debaixo do banco e a capa da bateria não foi recolocada, aumentando assim a hipótese de danos provocados por água. Além disso, a argola do porta-chaves, feita de liga de titânio, está empenada e sem possibilidade de recuperação e o farolim de trás partido num canto.
Esta sequência de eventos é completamente inaceitável e demonstra uma falta de profissionalismo e cuidado na prestação dos serviços. De notar que, por parte da oficina, nunca fui contactado, com exceção de uma vez, quando partiram o comando, e novamente quando verificaram que o problema era a bateria. Tive que estar constantemente em busca de informações, visto existir uma enorme inércia por parte do representante oficial da marca.
Na minha opinião, as más práticas do concessionário levaram a que tivesse que efetuar várias deslocações desnecessárias, gerando custos com manutenções que não se justificam. O concessionário demonstrou uma total falta de respeito pela preservação dos bens dos seus clientes, como se pode verificar pelo estado do porta-chaves e pela forma como deixaram os fios e a bateria debaixo do banco. Em todo este processo, o gerente não teve o bom senso de procurar uma solução alternativa ou até justificar as práticas menos corretas da oficina.
Face a esta situação, solicito as seguintes medidas:
1. Restituição dos custos adicionais incorridos devido às manutenções e reparações desnecessárias.
2. Substituição da argola do porta-chaves de titânio danificada.
3. Reparação do farolim traseiro.
4. Garantia de que a próxima revisão da mota será efetuada sem custos adicionais, com todas as verificações necessárias devidamente realizadas e documentadas.
Agradeço desde já a vossa atenção e aguardo uma resposta célere e satisfatória.
Com os melhores cumprimentos,
Paulo Matias