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12 espumantes de qualidade por pouco mais de 3 euros

Os vinicultores portugueses estão de parabéns pelo volume e pela excelência dos espumantes produzidos. Do teste a 43 vinhos efervescentes brutos e meio-secos, 12 obtêm medalhas de distinção da DECO PROTeste.

duas mãos brindam com flûtes de espumante, com uma vinha em pano de fundo

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De todos os espumantes brancos em teste, a qualidade dos brutos é inegável. Quatro atingem muito bons resultados, com mais de 85% na avaliação global. Um deles destaca-se mesmo com 90% no conjunto das análises químicas e provas de degustação e custa a partir de 7,45 euros.

Mas as boas notícias não se ficam por aqui. A par dos dois Melhores do Teste, a DECO PROTeste recomenda 10 Escolhas Acertadas de boa qualidade e desde 3,29 euros, tanto na categoria dos espumantes brutos como nos meio-secos.

COMPARAR VINHOS 

Para assinalar grandes acontecimentos e momentos festivos em família ou entre amigos não precisa, portanto, de arruinar a carteira com um verdadeiro champanhe francês, pois nem todos os espumantes nacionais são produtos de segunda categoria.

Brinde à excelência dos nossos produtores 

Os vinicultores portugueses estão de parabéns pela excelência dos espumantes produzidos. O teste da DECO PROTeste comprova que há muitos vinhos de boa qualidade, e a preços muito convidativos. Veja os espumantes brutos e meio-secos recomendados pela DECO PROTeste.

O teste abarcou 43 espumantes brancos: 28 brutos e 15 meio‑secos, as categorias mais vendidas. Enquanto o teor de açúcares dos primeiros deve ser inferior a 12 gramas por litro, os meio-secos são mais adocicados (entre 32 e 50 gramas por litro).

A seleção foi feita com base num estudo de mercado, para reunir as marcas mais representativas e as colheitas mais recentes, quando indicadas. Dos 733 preços recolhidos numa centena de lojas e garrafeiras, verificou-se que a mesma marca chega a ter oscilações de cinco euros por garrafa, pelo que vale a pena comparar preços. Mas compre apenas as garrafas que prevê consumir no curto prazo, pois o espumante não melhora com a idade.

Todo o champanhe é espumante, mas não o inverso

Há quem chame champanhe aos nossos espumantes, mas é um erro. Champanhe (ou champagne, em francês) é um termo juridicamente protegido, exclusivo para os espumantes franceses com denominação de origem Champagne, região vinícola no nordeste do país dos gauleses.

E esta proibição não diz apenas respeito a vinhos. Citemos um episódio caricato que obrigou Yves Saint Laurent a alterar o nome do perfume inicialmente batizado de Champagne para Yvresse.

Ao contrário do que acontece com os outros vinhos, os espumantes brancos tanto podem ser elaborados com castas brancas como tintas. Isto porque a matéria corante se encontra nas películas das uvas, sendo a polpa praticamente incolor (com exceção das castas tintureiras).

Para a produção de champanhe apenas são autorizadas três castas: uma branca (Chardonnay) e duas tintas (Pinot-Noir e Pinot-Meunier), e a vindima é feita manualmente. No processo de fabrico, a segunda fermentação, para a aquisição da efervescência típica deste vinho, ocorre em garrafa (e não em cubas). 

O champanhe é, pelo exposto, considerado uma bebida de elite, com tradução direta no seu preço. Consoante as marcas e os locais de venda, uma garrafa custa facilmente mais de dez euros no supermercado. Já os espumantes nacionais testados podem ser adquiridos desde 3,29 euros. Mas o que os distingue do tão afamado champanhe?

O que distingue os espumantes portugueses 

Elaborados, na maioria dos casos, seguindo a arte de vinificação importada de Champagne, a espumantização dos nossos espumantes também ocorre, quase sempre, em garrafa. Bairrada e Lamego foram, no fim do século XIX, as primeiras regiões a lançar-se na produção deste vinho efervescente no nosso país.

Por cá, são muitas as castas utilizadas para a sua elaboração: Alvarinho, Aragonez, Arinto, Baga, Cercial, Malvasia-Fina, Pinot-Noir ou Touriga-Nacional, entre outras. Quando é elaborado só com castas brancas, é denominado “Branco de uvas brancas” (ou Blanc de Blancs, em francês). Quando apenas se recorre a castas tintas, diz-se “Branco de uvas tintas” (Blanc de Noirs).

Note que os espumantes são vinhos de conjunto: chegam a ser misturados mais de 50 vinhos distintos, de idades, terrenos e videiras diferentes. Não é, por isso, habitual ver-se o ano da colheita (da vindima) nos rótulos das garrafas.

Produção nacional disparou em 2022

Após uma quebra de produção em 2020, devido às consequências da pandemia relacionada com a covid-19, a produção nacional de espumante disparou. Em 2022, passou de cerca de 149 mil hectolitros em 2021 para 177 mil hectolitros, segundo o Instituto da Vinha e do Vinho. Tal representa um aumento de 20% num só ano.

Os espumantes certificados com Denominação de Origem (DO) e Indicação Geográfica (IG) totalizaram 59 mil hectolitros, ou seja, um terço do volume total produzido. Atualmente, são várias as regiões demarcadas aptas a produzir espumante com as certificações DO ou IG, desde o Minho e Trás-os-Montes até ao Algarve.

Bairrada, Távora-Varosa e, em menor proporção, Tejo são as três principais regiões produtoras. Contribuem para quase 90% do volume total de espumante certificado. Nas restantes regiões (Vinho Verde, Dão, Alentejo, etc.), o volume produzido é apenas marginal.

  • A região da Bairrada destaca-se com o maior volume de produção de espumante certificado do País: quase 40% do volume total. Em 1990, é criada a certificação espumante DO Bairrada. O leitão à Bairrada (prato típico da região) é, frequentemente, acompanhado pelo espumante da região: é uma combinação perfeita, pois a acidez típica do espumante ajuda a cortar o excesso de gordura do prato.
  • A região do Távora-Varosa contribui, hoje, para mais de um terço do total de espumantes certificados, e 41% do total de espumantes com certificação DO. Com grandes extensões de vinhedos plantados nos vales entre os rios Távora e Varosa, foi a primeira região a ser demarcada para produzir espumantes em Portugal, em 1989. Aqui nascem alguns espumantes nacionais famosos, como o Murganheira e o Raposeira.
  • A região Tejo, por sua vez, tem vindo a afirmar-se enquanto produtora de espumante: cerca de 14% dos vinhos efervescentes certificados têm, hoje, origem nesta região do centro do País. 

Para mais informações, leia o artigo sobre tipos de espumante e sobre como escolher e servir este vinho efervescente cheio de magia.  

Exclusivo para subscritores do Guia de vinhos

Se é subscritor do Guia de vinhos, tem acesso livre ao comparador online de vinhos, com os resultados de todos os espumantes testados – a par dos tintos, brancos e rosés (selecione a categoria de vinho que pretende em "Filtrar por").

Pode assim descobrir os melhores néctares e todas as Escolhas Acertadas. O comparador revela também onde adquirir as garrafas ao melhor preço perto de si.

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