Sem garantias
Os fundos de investimento não garantem uma determinada rentabilidade e estão sujeitos à conhecida regra financeira: quanto maior a rentabilidade potencial, maior o risco. O risco consiste na possibilidade de não reaver a totalidade do dinheiro investido devido à oscilação do valor dos títulos que compõem o fundo.
Como nem todos os fundos têm a mesma composição, nem todos correm os mesmos riscos. Uns apostam na rentabilidade e, por isso, correm um risco maior. É o caso dos fundos de ações de mercados emergentes. No outro extremo, os fundos curto prazo euro apostam em ativos teoricamente mais seguros e, por isso, o rendimento a esperar é mais reduzido.
Também pode acontecer que o fundo seja mal gerido e perca parte do seu valor. Trata-se de um outro tipo de risco, diretamente relacionado com a competência da sociedade que gere o fundo. Uma das formas utilizadas para contornar este problema é comparar o histórico dos fundos com a evolução do mercado onde investem. Em princípio, as gestoras e os fundos com um bom comportamento no passado oferecem mais garantias para o desempenho futuro.
Mais-valias e rendimentos
Quando a política de investimento se revela acertada, o fundo aumenta o seu valor, o que se traduz por uma subida equivalente da cotação das unidades de participação. Se o subscritor decidir resgatar as unidades obtém uma mais-valia, ou seja, um ganho que corresponde (se não houver custos) à diferença entre o preço da venda e o preço no momento da subscrição. No entanto, onde há subidas também pode haver descidas: em períodos de "vacas magras", os títulos (ações, obrigações) em que os fundos apostaram podem perder parte do seu valor, o que se traduz por uma diminuição do valor das unidades de participação.
Este processo de capitalização dos ganhos (perdas) e a possibilidade de mais-valias é o mais habitual, mas os fundos de investimento podem distribuir rendimentos ao longo do tempo. Esses montantes são retirados do património do fundo pelo que fazem diminuir o seu valor. Para o investidor, o rendimento total de um fundo será a combinação dos valores recebidos (rendimentos distribuídos) ao longo do ano e da subida/queda do valor da unidade de participação.
Seletividade e diversificação
Uma forma de obter um bom rendimento para as suas poupanças, mantendo o risco a um nível aceitável, passa por constituir uma carteira de fundos. A repartição da carteira pelos diferentes tipos de fundos dependerá do tempo que o dinheiro possa permanecer aplicado (ou seja, do horizonte temporal do investimento). Quanto mais dilatado for esse prazo, mais fundos de ações poderá manter na carteira.
Os investidores de perfil mais agressivo optarão, certamente, por fundos de ações. Os mais conservadores ou os que desejem obter rendimentos periódicos preferirão os fundos de obrigações. Outra possibilidade é confiar o seu dinheiro às decisões da sociedade gestora, para que esta o aplique num fundo multiativos (ações e obrigações). É uma solução interessante para os pequenos investidores, mas não é permite que escolha a repartição da percentagem de ações e obrigações nem optar pelos mercados potencialmente mais interessantes.
Qualquer que seja a abordagem, a esmagadora maioria dos fundos só deve ser uma opção de investimento se estiver preparado para esperar, no mínimo, cinco anos antes de resgatar.