- Investimentos
- Fundos
- Notícias sobre Fundos
- Guerra “retira” 2,8 biliões de euros à economia mundial

Jorge
Duarte
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Membro da Ordem dos Economistas.
Guerra “retira” 2,8 biliões de euros à economia mundial
Há um ano - 3 de outubro de 2022
Jorge
Duarte
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Membro da Ordem dos Economistas.
A OCDE alerta que apesar do aumento da atividade, à medida que a covid recua, o crescimento global deverá manter-se moderado na segunda metade de 2022, antes de abrandar ainda mais em 2023 para um crescimento anual de apenas 2,2%.
Entre as grandes economias, a Índia é agora a mais dinâmica, seguida da Indonésia. A OCDE prevê um forte abrandamento na zona euro e nos EUA, embora não anteveja uma queda do PIB para a totalidade de 2023. No Reino Unido, o PIB deverá estagnar, mas é preciso ainda considerar o caos causado pelas novas medidas de Londres. Realce ainda para a resiliência aparente da Rússia. A OCDE estima quedas do PIB russo em torno de 5%, em 2022 e 2023, valores elevados, mas longe do colapso que se esperava inicialmente com as sanções ocidentais.
A par das habituais estimativas, a OCDE avança com uma estimativa do custo económico do conflito na Europa. Comparando com as suas previsões antes da guerra na Ucrânia, em 2023, o PIB mundial deverá ficar, pelo menos, 2,8 biliões de euros mais baixo. É o equivalente a 13 vezes o PIB de Portugal num ano!
No campo da inflação, a viragem do ciclo económico global e a subida das taxas de juro, por parte da maioria dos principais bancos centrais, ainda não começaram a produzir efeitos e prevê-se que a inflação atinja máximos no atual trimestre e comece a descer nos seguintes. Ainda assim, a inflação de 2023 continuará muito acima das metas dos bancos centrais. Espera-se que os EUA, que iniciaram a mudança monetária mais cedo, vejam mais progressos na travagem da inflação do que a Europa.
Os mercados globais estão em queda dada a subida dos juros e as perspetivas de uma recessão global. Contudo, para os investidores a longo prazo pode ser uma oportunidade para entrar a níveis mais baixos, desde que estejam preparados para suportar a turbulência.
É impossível prever com precisão o exato momento em que os mercados irão começar a olhar para além dos próximos trimestres. Para um investimento global nos mercados de ações, apresentamos um ETF, de baixo custo anual, mas mais “colado” aos pesos das empresas e mercados e um fundo ativamente gerido e que está a conseguir uma ótima performance nos últimos doze meses.
China trava crescimento global
Um dos motivos para o menor crescimento mundial também se deve à China. Os confinamentos rigorosos associados à política zero covid-19 e a debilidade do mercado imobiliário afetam a atividade económica. A OCDE prevê que o PIB da China cresça apenas 3,2% em 2022.
Pequim avançou com medidas equivalentes a 2% do PIB para reforçar o investimento em infraestruturas e o alívio das restrições relacionadas com a covid deverão ajudar o crescimento a recuperar para 4,7% em 2023.
Do lado dos preços, a China contrasta com o resto do mundo e continua a ter uma inflação relativamente baixa e estável, apesar das pressões provenientes dos alimentos e da energia. A inflação prevista para 2023 é pouco mais alta do que no passado recente, cerca de 3,1%.
Como já alertámos, a China enfrenta desafios significativos, como a contínua recessão no setor imobiliário e níveis elevados de dívida privada (nas empresas). Se os desafios forem superados, o crescimento económico poderá acelerar, como previsto pela OCDE.
Há riscos de a China não resolver os seus problemas, mas Pequim tem vastos recursos para sanear o setor imobiliário e o fim da política covid-19 só depende de si própria. Se for paciente, pode lucrar com o potencial da China, através de um fundo de ações (cotadas em Xangai, Shenzhen e Hong Kong).
O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTESTE, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.