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João
Sousa
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pela Universidade Nova de Lisboa.
Coordenador da Proteste Investe.
Poupança dispara com pandemia
Há 2 anos - 28 de setembro de 2020
João
Sousa
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pela Universidade Nova de Lisboa.
Coordenador da Proteste Investe.
A pandemia levou a um forte aumento da taxa de poupança dos portugueses. É um fenómeno que já estimávamos e pode ser explicado por dois fatores. Intuitivamente, a subida da taxa de poupança atribui-se a uma diminuição do consumo e consequente aumento dos montantes poupados. Contudo, também pode ser resultado da diminuição do rendimento que assim faz a poupança “normal” pesar mais, elevando a taxa.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, ambas as forças impulsionaram a taxa de poupança para 10,6% no segundo trimestre, um valor que não se verificava desde os tempos da troika, em 2013. Já no 1º trimestre, os 7,5% marcavam um incremento relativamente à média dos anos anteriores. De facto, o confinamento devido à pandemia já abrangeu parte do mês de março.
Mas os dados são claros. Se há uma inquestionável diminuição do rendimento, o aumento da taxa de poupança deve-se sobretudo à queda do consumo em 3,7%. Ao ficarem em casa e, ao mesmo tempo, receosos com a situação financeira presente e futura e com a manutenção do emprego, os portugueses foram menos às compras.
Em termos absolutos, de abril a junho, as famílias pouparam mais do dobro do que no 2º trimestre de 2019. Esta almofada de segurança permitirá acautelar a incerteza que ainda subsiste em termos da pandemia e do seu impacto económico, sobretudo no aumento do desemprego.
Não deixe as poupanças numa conta à ordem
Com base nessa premissa esses montantes devem ser canalizados para o denominado fundo de emergência. Em média recomendamos que “guarde” o equivalente a 6 meses de rendimentos mensais, mas em conjunturas difíceis como a atual poderá aumentar essa proporção porque a probabilidade de imprevistos é maior.
Para garantir esse objetivo, deve optar por produtos financeiros com capital garantido e facilmente mobilizáveis, como depósitos a prazo e certificados de aforro, apesar das taxas de juro praticamente nulas.
A inércia fará com que deixe o dinheiro à ordem, mas consegue 0,7% se escolher o melhor depósito a prazo. Com a inflação prevista de 0,1% para 2020 e 0,8% para 2021 conseguirá preservar o poder de compra do dinheiro que pôs de parte.
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