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Comprar ETF do Reino Unido: vale a pena?

Publicado em:  29 maio 2024
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Autor:  Jorge  Duarte

Autor:  Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

Depois de um ano difícil em 2023, a situação económica tem vindo a melhorar desde janeiro no Reino Unido e a Bolsa de Londres atingiu um máximo histórico.

Em 2023, a atividade económica esteve praticamente paralisada nos dois primeiros trimestres e contraiu nos dois últimos colocando oficialmente o Reino Unido em recessão da qual acaba de sair no primeiro trimestre de 2024.

Esta situação resulta de vários fatores. Primeiro, a saída da União Europeia tornou o Reino Unido menos atrativo. O investimento estrangeiro diminuiu, tal como o afluxo de imigrantes da Europa Oriental e que provocou escassez de mão-de-obra em alguns setores. Segundo, o Brexit aumentou as formalidades aduaneiras e alimentou as pressões inflacionistas. A inflação ultrapassou os 10% durante vários meses, forçando o Banco de Inglaterra a aumentar a taxa diretora em 5,15%. Este aumento acentuado travou o investimento e provocou uma crise imobiliária. No total, o PIB cresceu apenas 0,1% em 2023, o pior desempenho desde 2009 se excetuarmos o ano da covid (2020).

Corte dos juros à vista

A falta de crescimento teve, no entanto, um efeito positivo. A inflação desacelerou acentuadamente e caiu para apenas 2,3%, o menor nível desde julho de 2021. E como há penúria de oferta de mão-de-obra, os salários continuam a aumentar acima da inflação. Em 2023, a subida dos preços corroeu os salários reais, mas agora os trabalhadores estão a beneficiar de um aumento do poder de compra e o consumo recuperou no primeiro trimestre.

Nos próximos meses, a atividade económica poderá ser suportada igualmente pela redução das taxas de juro. Em maio, dois dos nove membros do comité monetário do Banco de Inglaterra já votaram a favor de um corte das taxas. Este ocorrerá provavelmente em agosto e poderá atingir 1% até ao final do ano. Tal terá um impacto positivo direto em 5 milhões de famílias cujo crédito imobiliário tem de ser revisto até 2026. Além das famílias, o crédito mais barato também trará uma lufada de ar fresco para o mercado imobiliário e o investimento.

Melhoria económica e mudança política?

Outro acontecimento que pode dar um novo fôlego à economia britânica é a mudança política. O primeiro-ministro do Partido Conservador, Rishi Sunak, anunciou eleições antecipadas para 4 de julho, apesar do seu mandato poder durar até janeiro de 2025. À luz dos resultados das últimas votações locais, espera-se que as eleições de julho resultem numa grande vitória para os Trabalhistas, após 14 anos na oposição.

É certo que a anunciada alternância não trará uma revolução. O Partido Trabalhista insiste numa gestão orçamental prudente, apesar de pretender reinvestir nos serviços públicos, um desejo amplamente partilhado pela população. Os Trabalhistas também são mais favoráveis a formar relações construtivas com a União Europeia do que os eurocéticos Conservadores, o que poderá agradar aos empresários e aos mercados financeiros.

Conselho 

A mudança de rumo monetário e político poderá dar um novo impulso à economia britânica. No entanto, não devemos esperar uma recuperação acentuada do PIB. O crescimento continuará fraco e só em 2025 ultrapassará 1%. No entanto, apesar da situação interna, a bolsa de Londres mantém alguns trunfos.

É um mercado que dá primazia à "velha economia", nomeadamente o setor financeiro, indústria, matérias-primas ou saúde. Esta característica tem penalizado Londres em comparação com os mercados que abrigam os gigantes tecnológicos, mas os investidores estão a redescobrir os benefícios das empresas que pagam dividendos generosos, ano após ano.

A bolsa de Londres atingiu um máximo histórico em maio, mas ainda apresenta rácios de valorização comparativamente atrativos. Uma aposta atrativa para os perfis mais dinâmicos.

Fundos e ETF do Reino Unido

VANGUARD FTSE 100 UCITS ETF DIS

XTRACKERS FTSE 100 UCITS ETF 1C

ISHARES CORE FTSE 100 ETF DIST

BGF UNITED KINGDOM A2 EUR

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