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4 ETFs para investir na Suíça

francos suíços

A taxa de referência helvética é de apenas 1%.

Publicado em: 04 novembro 2024
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A taxa de referência helvética é de apenas 1%.

A Suíça tem uma moeda forte, a inflação controlada e taxas de juro muito baixas. Conheça os ETFs recomendados pelos especialistas da DECO PROteste Investe.

Apesar de a maioria dos bancos centrais se preocupar com as decisões da Reserva Federal dos EUA, o Banco Nacional Suíço segue sozinho o seu rumo. Enquanto a taxa diretora americana permanece em 5% e a principal taxa do Banco Central Europeu está nos 3,25%, a taxa de referência helvética é de 1%. 

O mesmo padrão verifica-se no rendimento das obrigações. Os juros da dívida norte-americana no prazo de 10 anos subiram para 4,2%, os títulos franceses superam os 3% e os alemães pagam 2,3%. Em contraste, para prazos equivalentes, os investidores continuam a financiar a dívida suíça por menos de 0,5%.

Economia suíça: um porto seguro

Ao contrário da maioria dos países, a Suíça evitou o surto inflacionista. A taxa de inflação atingiu um pico de apenas 3,5%, em agosto de 2022, e abrandou rapidamente, em comparação com outros países. Em setembro, já estava abaixo dos 0,8%. 

Outras razões são mais profundas e de natureza estrutural. Num momento em que o endividamento cresce a nível mundial, a Suíça permanece exemplar no campo das finanças públicas. A dívida pesa apenas cerca de 38% do PIB. 

E, ao contrário de outros países que adiam o equilíbrio orçamental, a Suíça, depois de um défice “excecional” de 3,1%, em 2020, voltou aos excedentes em 2022 e prevê mantê-los. 

O país assume-se como um porto seguro, e os investidores não hesitam em colocar o dinheiro em francos suíços, mesmo aceitando rendimentos mais baixos (yields). É um preço que aceitam pagar pela segurança dos seus ativos.

Este contexto explica por que motivo, apesar da diferença significativa nas taxas de juro, o franco suíço mantém-se relativamente estável face ao dólar. E apreciou-se em relação ao euro nos últimos meses.

Ações suíças menos procuradas

Com este interesse dos investidores na Suíça, seria de esperar um desempenho assinalável da bolsa de Zurique. No entanto, em 2024, a valorização ronda apenas os 9%, um desempenho idêntico às bolsas da zona euro. E está aquém de mercados como a China e os Estados Unidos, que registam ganhos superiores a 20%. 

A fraca performance relativa deve-se à composição da bolsa de Zurique. O índice suíço tem uma forte presença de setores defensivos (saúde, bens de consumo essencial) e financeiro: representam mais de 70% do mercado. Muitas destas empresas são sólidas e interessantes, mas têm dificuldade em captar as atenções dos investidores. Estes estão mais focados nas grandes tecnológicas e em oportunidades na inteligência artificial.

Como é comum na Europa, o setor tecnológico tem uma presença limitada no índice suíço, representando apenas 1%. Em comparação, este setor representa 31% do S&P 500 e sem incluir a Amazon.com, Meta e Alphabet (Google). 

Acresce ainda que várias grandes empresas helvéticas estão a atravessar momentos de transformação. A Nestlé nomeou recentemente um novo CEO e procura nova orientação estratégica. 

Por seu turno, as gigantes da farmacêutica não aproveitaram ainda o crescimento dos medicamentos para a obesidade. Este segmento é liderado pela dinamarquesa Novo Nordisk e a norte-americana Eli Lilly. 

Já o banco UBS ainda digere a fusão com o Credit Suisse. O setor de luxo é dependente da procura chinesa, que tem vindo a mostrar sinais de enfraquecimento desde a pandemia.

Onde investir?

Numa altura em que impera o chamado FOMO (fear of missing out ou medo de perder oportunidades), os ganhos astronómicos das gigantes tecnológicas americanas dominam o sentimento nas bolsas. Zurique tornou-se menos apelativa. 

Contudo, apesar do desempenho recente não ser dos mais impressionantes, o mercado acionista helvético mantém-se sólido e de baixo risco: as ações defensivas são mais resilientes, independentemente das modas. É, portanto, uma aposta na estabilidade e constitui uma valiosa diversificação. 

Mantemos a nossa exposição à Suíça através de fundos/ETF dedicados à bolsa de Zurique.

 

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