O primeiro passo é mais importante do que o segundo, o segundo do que o terceiro e assim por diante.
1. Escolha uma categoria
Independentemente de ser bem gerido, o mais importante, no momento de analisar e optar por um fundo ou ETF, são as perspetivas do mercado onde aplica. Mais vale apostar num fundo com desempenho mediano de uma categoria recomendada do que um fundo bem gerido dedicado a um mercado com fraco potencial de valorização.
No comparador de fundos e ETF, bem como na ficha de cada produto, pode ver se a categoria de investimento é atualmente aconselhada ou não pela DECO PROteste Investe. Não é improvável que o fundo/ETF até obtenha uma classificação de excelente (acima de 90), mas não seja recomendado.
2. De acordo com o perfil de investidor
Os fundos dedicados à transição energética ou os ETF de semicondutores são opções interessantes a longo prazo, mas serão uma boa escolha? Se está apenas a iniciar a construção de uma carteira, este tipo de fundos setoriais são pouco adequados. Possuem uma reduzida diversificação e têm um risco elevado.
As melhores soluções passam por fundos multiativos (combinam ações e obrigações) como os fundos Optimize Seleção ou ETF de ações globais, sempre numa perspetiva de longo prazo. Ou seja, para começar, não basta escolher uma categoria interessante. Deve ser ajustada aos seus objetivos e ao risco que está preparado para assumir. Só depois poderá complementar com apostas em setores ou áreas mais específicas.
3. Histórico: passado é um indicador fiável
Ao avaliarmos um fundo ou ETF, comparamos o seu desempenho histórico com o dos seus pares da categoria. Esta abordagem não é infalível, mas é um bom indicador da qualidade de gestão comparativa desde que os produtos se dediquem ao mesmo mercado. Para garantir maior consistência e evitar as turbulências de curto prazo, utilizamos o desempenho (rentabilidade, consistência, risco, custos) nos últimos cinco anos. Ou seja, escolher um fundo com bom desempenho comparativo no passado aumenta as hipóteses de sucesso no futuro.
4. Custos baixos
O desempenho futuro é incerto, mas os custos a serem pagos são uma certeza. Num fundo cujo saldo médio seja de 10 mil euros, um custo de 1% ao ano significa pagar à gestora 1000 euros ao longo de 10 anos. O investidor pode não se aperceber de imediato, pois estes custos saem do património do fundo, mas reduzem o retorno obtido pela carteira de investimentos. É, portanto, aconselhável privilegiar os fundos com custos (TER) reduzidos ou abaixo do custo médio da categoria.
No caso dos ETF, os custos são, por regra, mais baixos, mas não pode ignorar as comissões de negociação em bolsa. Dependendo do banco ou corretora, podem ser dispendiosos. Consulte a nossa análise aos intermediários mais baratos.
5. Dois é melhor do que um
Para otimizar os seus investimentos e diminuir o risco, deve combinar um ou mais fundos ou ETF de diferentes categorias. Uma aposta simultânea em produtos com políticas de investimento idênticas não permite uma diversificação eficaz, porque incide sobre o mesmo mercado (exemplo: ações europeias, obrigações USD, etc.).
Nesse caso, diversifica somente o risco da gestão – e tratando-se de ETF há ainda menos impacto. Por isso, deve optar quase sempre por começar a investir em dois ou três fundos/ETF bons ou excelentes, mas devem ser preferencialmente de categorias diferentes.
6. Prefira fundos de capitalização
Este não é um elemento crucial, mas se tiver escolha, será mais vantajoso apostar na versão de capitalização (acumulação) do que na distribuição de rendimento.
A menos que deseje obter rendimentos periódicos, não opte por fundos e ETF que distribuam parte dos ganhos através de dividendos regulares.
Esta operação de distribuição de rendimentos terá custos de intermediação (nos ETF), sendo a tributação por parte do Fisco imediata. Nos fundos/ETF de capitalização, todos os ganhos brutos são reinvestidos, o que significa que o dinheiro gerado continua a acumular até ao momento do resgate. A longo prazo é mais rentável.
7. Prefira fundos em euros
A moeda em que um fundo está denominado ou um ETF cotado em bolsa não determina o rendimento efetivamente auferido pelo investidor. Este depende do conteúdo das carteiras dos fundos/ETF e das respetivas moedas, não da divisa de contabilização que é usada para expressar a unidade de participação ou de negociação em mercado.
No entanto, para evitar comissões nas trocas cambiais, quando o mesmo fundo está disponível em euros e outra moeda, prefira a classe na moeda única. No caso dos ETF, dê preferência aos mercados onde estão cotados em euros, se os respetivos custos de negociação forem idênticos ou mais baratos. Atenção que há produtos com o mesmo nome, mas com designações "hedged euro". Neste caso, o fundo/ETF em causa não é o mesmo.
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