Análise

4 fundos ‘baratos’ para investir?

Publicado em:  22 janeiro 2024
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O rácio PER pode ser aplicado a fundos e ETF, mas é bom indicador de investimento? Veja os fundos ‘mais baratos’ das categorias recomendadas.

Será que o rácio PER é um bom indicador para a escolha dos fundos e ETF de ações em que deve investir?

O PER (price earnings ratio) ou rácio da cotação sobre o lucro capta o nível de valorização de uma empresa comparando a sua cotação com os lucros por ação. Por exemplo, se o rácio PER for de 20, significa que a empresa demorará 20 anos para gerar lucros num valor equivalente ao montante em que a empresa está atualmente cotada. Ou seja, quanto mais elevado for o PER mais “cara” está a ação porque a empresa demorará mais tempo para que o atual nível de lucros “pague” a sua cotação (preço atual).

Das ações para os fundos e ETF

O PER pode ser, em grande medida, aplicado aos fundos e ETF. Nestes casos, é calculado com base nas empresas que compõem as respetivas carteiras. Porém, tem algumas limitações. Por exemplo, nas empresas que apresentam prejuízos não é possível calcular o rácio PER (lucros negativos), ou seja, os fundos/ETF que detenham mais empresas nestas condições apresentam um PER artificialmente mais baixo.

Porquê? Muitas das empresas atualmente com prejuízos estão em crescimento. Se e quando registarem os primeiros lucros, estes serão reduzidos o que implica terem então um PER elevado, mas que, neste momento, ainda não é refletido na média do PER do fundo/ETF.

4 eleitos

Os níveis de PER variam muito entre empresas e os setores mas também entre mercados. Na nossa seleção de mais de 5700 produtos, os PER mais baixos e tipicamente abaixo do valor 10, são de ETF de mercados acionistas “marginais” como o Paquistão, Grécia Turquia e Colômbia. Em termos setoriais, encontram-se fundos do setor bancário europeu e energético. Do outro lado do espetro, com PER em torno de 60, estão ETF dedicados a segmentos como a tecnologia da blockchain e outras áreas consideradas disruptivas (e altamente arriscadas.

No entanto, na seleção dos investimentos não deve ter em conta apenas um indicador e o PER não é exceção. Um PER reduzido pode indiciar que um setor/país tem fracas perspetivas de crescimento, enquanto “pagar” por um ativo cujo PER é elevado pode compensar se a evolução for efetivamente favorável. Assim, selecionámos 4 fundos/ETF com os PER mais baixos mas de 4 categorias (mercados) que são atrativas. Para uma abordagem intrinsecamente diversificada há a opção pelas ações globais. Depois destacamos igualmente os três mercados mais presentes, de momento, nas nossas estratégias de carteira, ou seja, as ações dos EUA, Japão e China.

Ações Globais

DWS Invest CROCI Sectors Plus LC

Código ISIN: LU1278917452

Comercializado: Best Bank

Rentabilidade média 5 anos: 14,1%

Variação 12 meses: -2,2%

Avaliação: 82 (0 a 100)

Ações Estados Unidos

DWS Invest CROCI US LC

Código ISIN: LU1769939015

Comercializado: Banco BiG

Rentabilidade média 5 anos: 10,8%

Variação 12 meses: 4,4%

Avaliação: 65 (0 a 100)

Ações Japão

JPM Japan Strategic Value D Acc EUR

Código ISIN: LU0329206832

Comercializado: Best Bank

Rentabilidade média 5 anos: 6,6%

Variação 12 meses: 13,1%

Avaliação: 66 (0 a 100)

Ações China

Fidelity China Focus A ACC EUR

Código ISIN: LU0318931192

Comercializado: Banco Carregosa

Rentabilidade média 5 anos: -2,8%

Variação 12 meses: -23,3%

Avaliação: 72 (0 a 100)

Estratégias ‘value’

Sem grande surpresa, dos quatro fundos destacados, os três primeiros seguem políticas com um enviesamento value, ou seja, procuram comprar empresas sólidas e por preços razoáveis. Contudo, estes 4 fundos não possuem dos indicadores de avaliação mais elevados das respetivas categorias por dois motivos. Primeiro, os fundos têm custos de gestão mais elevados do que os ETF. Segundo, os últimos anos foram mais favoráveis em rentabilidade para as estratégias growth (sobretudo no setor tecnológico).

E para o futuro? Com a descida dos juros já descontada, as ações growth têm agora menos uma alavanca de valorização. E o value poderá voltar a brilhar se investidores começarem a ser mais seletivos e estar mais escudados de choques económicos, o que beneficia mais estes fundos. Estes fundos de baixo PER também são uma boa diversificação face a muitos ETF cujas carteiras acabam por estar automaticamente focadas nas empresas growth.


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