Breves criptomoedas

Fed alerta sobre riscos para o sistema bancário

Michael Barr, vice-presidente de supervisão da Fed disse que os bancos que aceitam depósitos de empresas de criptomoedas devem estar cientes do aumento dos riscos de liquidez, principalmente se as empresas estiverem altamente interconectadas com outros negócios de ativos digitais.

A volatilidade nos mercados de criptomoedas e a interconectividade entre as empresas de criptoativos leva a que acontecimentos que podem parecer específicos abalem o mercado na sua totalidade. 

Embora os bancos não tenham sido diretamente expostos a perdas até agora, estes episódios destacaram os riscos potenciais para as organizações bancárias. Barr disse que a intenção da Fed não é desencorajar os bancos de fornecer o acesso a serviços bancários a estas empresas, mas sim garantir que quaisquer riscos sejam devidamente mitigados.

Cada vez mais participantes

A Société Générale conseguiu autorização da Autorité des Marchés Financiers (AMF) para criar uma divisão no banco que irá operar serviços de ativos digitais. Assim, a “SG Forge”, subsidiária cripto do terceiro maior banco francês está agora autorizada a comprar, vender, trocar e fornecer serviços de custódia de ativos digitais.

O BNY Mellon, banco mais antigo dos EUA, obteve autorização para custódia de criptomoedas. A instituição de 238 anos torna-se assim o primeiro dos oito bancos sistemicamente importantes dos EUA a armazenar moedas digitais e permitir que os clientes usem a mesma plataforma de custódia para as suas participações tradicionais e criptográficas.

A Mastercard apresentou o “Crypto SourceTM”, um novo programa que permite às instituições financeiras forneceram serviços de negociação de criptomoedas aos seus clientes.

Esta ferramenta traz segurança ao ecossistema cripto e garante que os bancos e fintechs clientes da Mastercard se mantenham em conformidade com os regulamentos, o que deverá fazer com que cada vez mais bancos forneçam estes serviços.

O BIS(Bank for International Settlements) revelou, no final de setembro, que os maiores bancos do mundo possuem 9,4 mil milhões de euros em criptoativos. O número pode parecer impressionante, mas corresponde apenas a 0,14% do total de suas carteiras. 

Ainda assim, estas notícias demonstram que os criptoativos (anteriormente tabu) se tornam cada vez mais comuns no mercado e continuam a conquistar espaço no sistema financeiro tradicional global.

Os perigos de ataques informáticos continuam

A empresa de análise de blockchain Chainalysis classificou outubro de 2022 como “o maior mês do maior ano de todos os tempos para atividades de hackers”. O valor total hackeado era de 718 milhões de dólares quando a empresa fez esta análise com apenas metade do mês decorrido, pelo que, os valores podem atingir proporções ainda mais impressionantes.

O maior hack ocorreu na plataforma DeFi da Solana, Mango Markets, dia 11 de outubro, resultando numa perda de mais de 100 milhões de dólares em criptomoedas. O hacker exigiu posteriormente 70 milhões em USD Coin para devolver a criptomoeda roubada.

Como sempre temos vindo a referir, não recomendamos o investimento em criptomoedas devido às suas características voláteis e especulativas. Para além disso, as criptomoedas têm vindo a ser castigadas pelo aumento das taxas de juro da Fed.

Tudo indica que este não é o melhor momento para entrar no mercado como já referimos recentemente. Caso queira investir mesmo assim, tenha muito cuidado ao escolher onde coloca o seu dinheiro e procure escolher produtos listados em mercados financeiros regulamentados.

Uma opção é verificar se há “trackers” ( ETFs e ETNs) que sigam a evolução das criptomoedas disponíveis na sua corretora ou banco. Nesse caso, procure diversificar o seu investimento em várias criptomoedas para reduzir parcialmente o risco.

Pode, por exemplo, investir no “WisdomTree Crypto Altcoins” (ISIN GB00BMTP1519) que segue Solana, Cardano, Polygon, Litecoin, Polkadot, Bitcoin Cash e Avalanche, juntamente com o “WisdomTree Crypto Mega Cap Equal Weight” (ISIN GB00BMTP1733) que investe igualmente em BitCoin e Ethereum. Estão cotados em Frankfurt, na Suíça e na Euronext.

Apesar desta estratégia garantir alguma segurança proveniente da diversificação e da credibilidade das instituições, este tipo de investimentos está sempre dependente do comportamento do ativo subjacente (neste caso criptomoedas) que ultimamente tem sido desastroso.

Investir em trackers de criptoativos possui um alto risco e recomendamos que invista apenas em produtos financeiros que correspondam aos seus conhecimentos, experiência e perfil de investimento.

Desde o início do ano os dois produtos que aqui mencionámos desvalorizaram consideravelmente, o “WisdomTree Crypto Mega Cap Equal Weight” caiu 56% e o “WisdomTree Crypto Altcoins” perdeu 74% do valor.