Austrália mantém juros inalterados
O Reserve Bank of Australia (RBA) manteve a taxa diretora em 4,35% pela oitava reunião consecutiva. O banco central observou que, embora a inflação tenha diminuído significativamente, a inflação subjacente (excluindo itens mais voláteis) permanece elevada.
Deste modo, o RBA pretende que a política monetária permaneça suficientemente restritiva até que a inflação evolua de forma sustentável em direção aos objetivos. Além disso, referiu que o consumo das famílias aumentou no terceiro trimestre.
Essa postura afastaria um corte dos juros nos próximos meses, mas existe o risco de a recuperação económica ser mais lenta do que o esperado e provoque até uma deterioração mais acentuada do mercado de trabalho. Por isso, o RBA mantém todas as opções em aberto.
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Indonésia cresce 4,95%
A economia da Indonésia avançou 4,95% no terceiro trimestre face ao mesmo período do ano passado. É o ritmo mais lento de crescimento do PIB desde o terceiro trimestre de 2023, destacando os desafios do novo presidente Prabowo Subianto. Recorde-se que uma das suas metas seria impulsionar o crescimento para 8% durante o seu mandato de cinco anos.
O ritmo de crescimento do consumo privado manteve-se quase inalterado (+4,9%) face ao trimestre anterior, enquanto as exportações (+9,1%) subiram menos do que as importações (+11,5%), o que penaliza o contributo do comércio externo para o PIB. Ao mesmo tempo, os gastos públicos (+4,6%) e o investimento (+5,2%) aceleraram face ao período anterior.
O PIB da Indonésia deverá crescer 5% este ano segundo a estimativa do FMI, após uma progressão de 5,05% em 2023. À exceção dos anos da pandemia, a economia da indonésia tem crescido consistentemente um pouco acima da fasquia dos 5%.
O vasto mercado interno, a riqueza em matérias-primas e as boas políticas governamentais são trunfos importantes para a bolsa de Jacarta.
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Brasil sobe juros para 11,25%
O banco central do Brasil elevou a taxa de referência Selic em 0,5%, para 11,25%. O objetivo é conter a inflação e manter a estabilidade financeira do país.
O Comité de política monetária destacou os riscos de expectativas de inflação persistentes e a evolução resiliente dos preços dos serviços, bem como as políticas económicas internas e mundiais.
No sentido inverso, o risco é um abrandamento mundial mais acentuado e uma desinflação mais forte do que o esperado.
Internamente, embora a atividade económica e o mercado de trabalho permaneçam robustos, a inflação ultrapassou recentemente a meta. As expectativas de inflação para 2024 e 2025 são de 4,6% e 4,0%, respetivamente.
Com a subida dos juros nos EUA e os problemas orçamentais em Brasília, o real poderá continuar sob pressão e levar o banco central a mais subidas dos juros. Estas favorecerão a moeda, mas penalizarão o dinamismo da economia brasileira.
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Banco de Inglaterra corta taxas
O Banco da Inglaterra reduziu a taxa de juro diretora em 0,25% para 4,75%, marcando um novo corte de juros, após o início deste ciclo em agosto. A decisão surge após a desaceleração do crescimento dos preços no Reino Unido, com a inflação de setembro a cair para apenas 1,7%, um mínimo em mais de três anos. Além disso, a inflação dos serviços, que reflete o crescimento subjacente dos preços, caiu para um mínimo de dois anos de 4,9%, mas ainda continua elevada.
Apesar de ver a inflação subjacente a abrandar no médio prazo, o Banco de Inglaterra espera que o orçamento expansionista que foi apresentado pelo Governo Trabalhista aumente a inflação em 0,5%.
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Taxas escandinavas com rumos diferentes
Na Suécia, o Riksbank cortou a sua taxa diretora em 0,5% para 2,75%. Foi a quarta redução este ano, desde maio, devido à descida da inflação e à falta de dinamismo da atividade económica. O crescimento económico estagnou e a inflação desceu abaixo da meta de 2%.
O Riskbank indicou que, se as perspetivas para a atividade económica e a inflação permanecerem inalteradas, poderão ocorrer novas reduções da taxa diretora em dezembro e durante o primeiro semestre de 2025. No entanto, fatores como instabilidade geopolítica, decisões de política de outros países, a debilidade da coroa e o estado atual da economia sueca podem influenciar a política monetária nos próximos meses.
Na Noruega, o Norges Bank manteve a sua taxa diretora num máximo de dezasseis anos de 4,5%, pela sétima reunião consecutiva, em novembro, e sinalizou que irá mantê-la em dezembro. O início dos cortes nas taxas está previsto apenas para o primeiro trimestre de 2025.
O Norges Bank observou que uma política monetária restritiva é necessária para reduzir a inflação, o que o afasta ainda do ciclo de descidas já iniciado no resto Europa. Além disso, a depreciação significativa da coroa norueguesa também justifica um prolongamento das taxas de juro elevadas.
Como outros países, a Suécia e a Noruega querem estimular a economia (via redução dos juros), mas também querem conter a depreciação cambial da moeda, a qual gera inflação importada. Com a subida dos juros das obrigações dos EUA, a conjugação destes objetivos torna-se mais desafiante.
Os fundos de obrigações em coroas norueguesas (NOK) podem ser interessantes para reduzir o risco de carteiras com perfis mais defensivos.
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