O petróleo é o ativo que mais beneficia com os ataques israelitas ao Irão, com o preço do barril a subir 11,9% na semana, para os 74,40 dólares. A crise no Golfo Pérsico ameaça interromper o fornecimento de petróleo.
Um porto seguro, o ouro (+3,1%), aproximou-se de novo do seu recorde, fechando nos 3.425,70 dólares por onça. Ao invés, os ativos mais arriscados recuaram na sexta-feira.
O nosso conselho é que não entre em pânico e que resista à tentação de vender as suas ações precipitadamente. A melhor resposta a uma crise geopolítica é comprar ativos de risco à medida que os seus preços descem.
As praças norte-americanos fecharam em queda ligeira: o S&P 500 (-0,4%) e Nasdaq (-0,6%). A fraca subida da inflação nos EUA em Maio foi bem recebida pelos mercados.
As bolsas europeias, afetadas por Trump, terminaram a semana no vermelho. O Stoxx Europe 600 recuou 1,6%, com uma queda acentuada do índice de Frankfurt (-3,2%).
Mantendo a ameaça, Trump não descartou a imposição de medidas unilaterais aos parceiros comerciais dos EUA.
Na sexta-feira, o setor da defesa (+1,2% na semana) beneficiou dos ataques israelitas. Mas as ações da nossa seleção fecharam a semana mistas, com a Thales a recuar 4,2% e a BAE Systems a subir 0,4%.
Como costuma acontecer durante as crises geopolíticas e a subida do preço do petróleo, as companhias áreas perderam terreno na sexta-feira: Air France-KLM (-10,8%), IAG (-4,5%) e Lufthansa (-4,5%). Ao invés, o sector energético (+3,7%) beneficiou do aumento do preço do petróleo, com a Exxon Mobil a valorizar 7,5% e a TotalEnergies a subir 4,8%.
Nos setores mais defensivos, as operadoras de telecomunicações europeias caíram 2,7% e as retalhistas europeias caíram 2,5%.
Lisboa continua em alta
Mesmo numa semana mais cinzenta para as bolsas, a praça nacional manteve-se em alta, com o índice PSI a ganhar 0,3% e a reforçar os ganhos acumulados em 2025 para 17,2%.
Apesar das variações não terem sido muito significativas, até porque muitos investidores poderão ter estado ausentes do mercado devido aos feriados, o setor energético esteve em evidência, com a EDP Renováveis (+3,7%) a liderar os ganhos, seguida pela Galp Energia (+3,1%), que beneficiou da recuperação do preço do petróleo. EDP e REN subiram 2,4 e 1%, respetivamente.
Em sentido inverso, a Novabase (-13%) liderou as perdas, o que pode estar ligado ao facto das ações já não conferirem direito ao dividendo. Semapa e Mota-Engil também tiveram quedas expressivas de 7,4% cada uma, dado que as cotações sofreram o ajuste técnico relativo ao dividendo.
Números da semana
+11,9%
Devido ao facto de o Médio Oriente ser uma região crucial no fornecimento de petróleo a nível global, o preço do ouro negro recuperou 11,9% na semana passada, após o escalar do conflito militar entre Israel e o Irão. A volatilidade do preço deverá permanecer a curto prazo.
0,8663 €
Devido às políticas aduaneiras e ao discurso muito errático de Donald Trump, o dólar continua a perder terreno e atingiu novo mínimo desde novembro de 2021 face ao euro, o que penaliza os investimentos feitos em ativos cotados em dólares.
Top subidas
Tesla +10,2%Bpost +7,8%
Exxon Mobil +7,5%
Eli Lilly +6,4%
Novo Nordisk +5,3%
Top descidas
Novabase -13,0%
VF Corp -8,8%
Semapa -7,4%
Mota-Engil -7,4%
UBS Group -6,4%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | -1,6% |
EUA S&P 500 | -0,4% |
EUA Nasdaq | -0,6% |
Lisboa PSI | +0,3% |
Frankfurt DAX | -3,2% |
Londres FTSE 100 | +0,1% |
Tóquio NIKKEI 225 | +0,3% |
Variação das cotações entre 06/06/25 a 13/06/25, em moeda local.
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