Prata já subiu 35% desde o nosso alerta
A prata desempenha um papel essencial em múltiplas aplicações industriais e tem muito mais utilidade do que o ouro
A prata desempenha um papel essencial em múltiplas aplicações industriais e tem muito mais utilidade do que o ouro
A prata já valorizou este ano mais de 142,26%, o que reflete uma conjugação de fatores estruturais e conjunturais. Por um lado, a procura industrial mantém-se elevada, impulsionada pela transição energética, nomeadamente na produção de painéis solares, veículos elétricos e componentes eletrónicos.
Por outro lado, a oferta cresce cada vez mais, com os investidores a reforçar posições em metais preciosos como proteção contra a inflação persistente, o aumento da dívida pública e a volatilidade dos mercados financeiros.
Saiba mais sobre estes fatores fundamentais que sustentam a alta.
Em termos de utilização, a prata tem muito mais utilidade do que o ouro, desempenhando um papel essencial em múltiplas aplicações industriais. A prata destaca-se pela elevada condutividade elétrica e térmica, sendo indispensável na produção de painéis solares, componentes eletrónicos, semicondutores, baterias, dispositivos médicos e sistemas de purificação de água.
Esta forte componente industrial confere à prata uma procura estrutural menos dependente da conjuntura financeira, ao contrário do ouro, cuja utilização concentra-se sobretudo na joalharia.
A política monetária também tem desempenhado um papel relevante. A perspetiva de taxas de juro reais mais baixas, aliada a expectativas de cortes graduais por parte dos principais bancos centrais, tem favorecido os ativos sem rendimento, como o ouro e a prata.
Adicionalmente, a desvalorização do dólar em determinados períodos reforçou o movimento ascendente das matérias-primas cotadas em dólares.
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Após a forte subida até aos 69,99 dólares, o mercado poderá atravessar fases de consolidação no curto prazo. No entanto, os fundamentos de médio e longo prazo permanecem sólidos, sustentados pela procura industrial, pela oferta limitada e pelo interesse crescente dos investidores institucionais.
Desde que a prata ultrapassou os 50 dólares a primeira vez, a 10 de novembro de 2025, a mesma foi a um mínimo de 45,57 dólares no dia 28 de outubro, e desde então, valorizou 53,59%, tendo consecutivamente formado mínimo mais altos, fazendo a sua cotação chegar ao valor máximo de 69,99 dólares.
É possível que se houver fundamentos para o ouro e a prata desvalorizarem, que a prata ainda volte para valores médios de 50 dólares por onça, que foi o último nível onde a procura se revelou bastante forte. Contudo, indicadores técnicos indicam para uma constante valorização da prata, continuando a criar novos máximos e novos mínimos cada vez mais altos.
Neste enquadramento, a prata consolida-se como um dos metais mais dinâmicos do atual ciclo. Para além da sua carteira de investimentos, pode alocar até 5% neste ativo.
Os investimentos em matérias-primas, quer em ouro, prata ou cobre, têm dado que falar, beneficiando de uma conjuntura marcada por inflação persistente, transição energética e tensões geopolíticas.
A procura estrutural, sobretudo nos metais industriais, contrasta com uma oferta limitada, reforçando o interesse dos investidores por ativos reais. Além disso, a expectativa de taxas de juro reais mais baixas favorece as matérias-primas como instrumento de preservação de valor e de proteção contra choques macroeconómicos.
Assim como para o ouro, não é prudente alocar todo o capital de uma vez nesse momento. Uma abordagem fracionada — por exemplo, usando DCA (Dollar Cost Averaging) — pode ajudar a reduzir o risco de entrar no topo. Com este mecanismo, consegue:
- Comprar menos unidades quando o preço está alto;
- Reduzir o risco de investir todo o capital de uma só vez num pico de mercado.
Por fim, uma alocação moderada (por exemplo, até 5 % da carteira) pode fazer sentido, especialmente via instrumentos como ETC lastreados em prata física como o Xtrackers Physical Silver ETC (ISIN: DE000A1E0HS6).