Prata: novo máximo histórico a 53 dólares por onça

Será possível a prata entrar num novo paradigma de performance e repetir o comportamento de 2001-2011?
Será possível a prata entrar num novo paradigma de performance e repetir o comportamento de 2001-2011?
Em 2025, a prata tem registado uma performance forte, tendo valorizado 72% (51,4% em euros) desde o início do ano, situando-se agora por volta dos 52 dólares por onça troy (1 onça troy = 31,1035g). Consulte a nossa calculadora de prata.
O preço spot de uma onça de prata em dólares (XAG/USD) tem oscilado muito recentemente. Antes do dia da libertação, dia em que Trump impôs as tarifas, a prata cotava a cerca de 33 dólares, tendo descido até 28,30 dólares no dia 6 de abril. Desde então, este metal cinzento viu o seu valor aumentar em 80% em apenas seis meses, estando agora em torno dos 50 dólares.
Portanto, não é exagero referir que, assim como o ouro, a prata está num momento de sobreaquecimento, pressionada por fatores técnicos e fundamentais.
Os impulsionadores da valorização da prata têm algumas semelhanças com os do ouro, mas com particularidades próprias
Em momentos de incerteza global, os investidores procuram por proteção em metais preciosos como ouro e prata. A prata, embora seja mais volátil, também é reconhecida como um ativo de refúgio, embora de segunda ordem, pois não está entre os principais.
Ao contrário do ouro — que tem menos uso industrial — a prata possui uma vasta aplicação em setores em crescimento como eletrónica, painéis solares, baterias e componentes tecnológicos, medicina, entre outros.
Esse caráter duplo que torna a prata não só um ativo de proteção mas também um recurso industrial com uma grande amplitude. A procura por prata é altamente reforçada em cenários de crescimento tecnológico e transição energética.
Quando a procura por prata aumenta, especialmente para uso industrial ou investimento, os stocks podem esgotar-se rapidamente.
A extração de prata tem dificuldades de expansão rápida, e em muitos casos a produção está vinculada à mineração de outros metais, como cobre, chumbo e zinco. A pressão sobre os stocks (em vaults, mercados de leasing etc.) pode intensificar o aperto no suprimento, especialmente se a procura continuar alta.
Além disso, grande parte da prata disponível não se encontra imediatamente no mercado físico, mas em stocks mantidos em vaults, ETFs, bancos ou através de mercados de leasing.
O mercado de leasing, que permite emprestar prata para negociação ou contratos de derivados, adiciona liquidez no curto prazo, mas também pode intensificar a escassez se a procura física continuar elevada.
Um dólar em desvalorização torna a prata (que é cotada em dólares) mais acessível para compradores em outras moedas. Além disso, em contextos inflacionários, os ativos tangíveis tendem a ganhar apetite como proteção contra a erosão do poder de compra.
A prata também responde fortemente a fluxos especulativos, ETFs, alavancagem nos mercados de futuros, e à dinâmica técnica de rompimentos de resistências (zonas de oferta que condicionam o preço para baixo). Em momentos de alta, esses elementos frequentemente amplificam movimentos de curto prazo.
No curto prazo, é provável que vejamos correções ou fases de consolidação — até porque a prata está “pressionada” perto de níveis que historicamente exigem teste de resistência. Contudo, o ambiente promete mais valor para quem aguentar a volatilidade a médio e longo prazo.
A prata é mais volátil do que o ouro e, embora tenha um potencial interessante pelo seu uso industrial, carrega consigo também riscos maiores.
Por fim, uma alocação moderada (por exemplo, até 5 % da carteira) pode fazer sentido, especialmente via instrumentos como ETC lastreados em prata física como o Xtrackers Physical Silver ETC (ISIN: DE000A1E0HS6).
Contudo, investir na prata deve ser apenas para quem aceita mais risco. Se a ideia é ter na carteira um ativo de refúgio prefira o ouro.
Saiba mais sobe como investir em ouro.
Assim como para o ouro, não é prudente alocar todo o capital de uma vez nesse momento. Uma abordagem fracionada — por exemplo, usando DCA (Dollar Cost Averaging) — pode ajudar a reduzir o risco de entrar no topo. Com este mecanismo, consegue:
- Comprar menos unidades quando o preço está alto;
- Reduzir o risco de investir todo o capital de uma só vez num pico de mercado.