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Nvidia não conseguiu relançar as bolsas

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As elevadas valorizações do setor de IA a continuarem a ser objeto de debate

Publicado em: 24 novembro 2025
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As elevadas valorizações do setor de IA a continuarem a ser objeto de debate

Os resultados trimestrais da Nvidia não conseguiram manter os investidores longe da cautela em relação aos mercados.

A euforia gerada pelos excelentes resultados trimestrais da Nvidia (-5,9%) durou pouco. Os investidores rapidamente voltaram a ser mais cautelosos, com as elevadas valorizações do setor de IA a continuarem a ser objeto de debate.

O mercado questiona a capacidade de o setor conseguir gerar cash-flow suficiente para rentabilizar os investimentos maciços em infraestruturas de IA. A incerteza quanto a um corte das taxas de juro americanas em dezembro também não é benéfica. 

O setor tecnológico (-3,5%) arrastou os índices para o vermelho, com o S&P 500 (-2%), o Nasdaq (-2,7%) e o Stoxx Europe 600 (-2,2%) a terminarem em queda. Uma das poucas exceções ao sentimento negativo foi o setor farmacêutico europeu (+0,2%), com a Roche a liderar os ganhos com uma valorização de 10,3%. 

O setor dos semicondutores desceu 5,4%. A AMD registou uma queda de 17,4% e a Micron Technology perdeu 16%. As empresas de defesa (-4,5%) também fecharam em baixa, numa altura em que está em discussão um novo plano de paz entre a Rússia e a Ucrânia.

A Thales recuou 5,2%, apesar de poder obter um enorme contrato para a venda de aviões de combate pela Dassault Aviation à Ucrânia. A Rheinmetall (-12,3%) quer quintuplicar as vendas em 2030 graças à forte procura. Por fim, a BAE Systems desvalorizou 5,2%. 

O setor da distribuição perdeu 2,7%. A Home Depot caiu 5,3% e a Target 2,5%, já que ambas divulgaram resultados dececionantes. Pelo contrário, a Walmart ganhou 2,8%, após anunciar números trimestrais acima das expectativas e de voltar a aumentar as previsões para este exercício. 

Lisboa não escapou às perdas 

Numa semana claramente negativa para as bolsas mundiais, Lisboa não foi exceção e perdeu 2,4%, com apenas três títulos a fecharem em alta: Sonae (+3,7%), Corticeira Amorim (+1,8%) e NOS (+1,1%). 

De resto, as perdas foram generalizadas, com destaque para a correção de 14% da Mota-Engil, que apresentou uma subida de 20% dos lucros até setembro, um valor, ainda assim, um pouco inferior ao esperado. 

Ainda a nível de resultados, os números da Altri (-6,5%) foram fracos, com o lucro a descer 86,2% e a ficar bem abaixo das estimativas, devido aos baixos níveis do preço da pasta e à queda da procura global. 

Condicionadas por esta conjuntura setorial adversa, a Semapa e a Navigator também recuaram 7,4 e 3,2%, respetivamente. Nota final para a correção de 4,1% do BCP, a acompanhar a banca europeia (-3,5%). 

Números da semana

85 060 $  

Num claro sinal de aumento da aversão ao risco, por parte dos investidores, a bitcoin, que havia fixado um novo máximo histórico acima dos 125 000 dólares no dia 6 de outubro, caiu mais 10% na semana passada para a casa dos 85 000 dólares.

+58%   

Apesar dos cortes de taxas de juro efetuados em 2024 e 2025 pelo Banco Central Europeu, que tendencialmente reduzem a margem financeira dos bancos, o setor bancário da zona euro é um dos que mais sobe desde o início do ano (+58%).

Top subidas

Roche +10,3%
Alphabet A +8,4%
VF Corp +8,3%
Paccar +7,7%
Medtronic +5,6%

Top descidas

Mota-Engil-14,0%
Melexis -9,3%
Repsol -7,9%
Microsoft -7,5%
Semapa -7,4%

A semana em números

Principais Bolsas
Europa Stoxx 600 -2,2% 
EUA S&P 500 -2,0% 
EUA Nasdaq -2,7% 
Lisboa PSI -2,4% 
Frankfurt DAX -3,3% 
Londres FTSE 100 -1,6% 
Tóquio NIKKEI 225 -3,5% 

Variação das cotações entre 14/11/25 a 21/11/25, em moeda local.

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