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Investir no cobre: vale a pena incluir esta matéria-prima no portefólio?

Cobre

O cobre tem tido uma maior procura devido aos centros de dados e às energias renováveis

Publicado em: 16 dezembro 2025
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Autor:  Jorge  Duarte

Autor:  Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

Cobre

O cobre tem tido uma maior procura devido aos centros de dados e às energias renováveis

O cobre atingiu máximos históricos, impulsionado por défices de oferta e pela IA. Saiba como investir e que riscos considerar. 

Vale a pena investir no cobre? O cobre beneficia de uma procura estrutural em crescimento, ligada à eletrificação, aos centros de dados e às energias renováveis, enquanto a oferta permanece limitada e vulnerável a incidentes mineiros e logísticos.

Uma exposição moderada pode contribuir para potenciar a rentabilidade da carteira, desde que o investidor aceite a elevada volatilidade. O preço do cobre atingiu um recorde de 11 705 dólares por tonelada (+30% em 2025).

O impacto das tarifas norte-americanas no mercado do cobre 

Os EUA poderão introduzir tarifas sobre as importações de cobre, antes de 2027, a data inicialmente prevista. 

Por isso, as indústrias e traders norte-americanos estão a importar grandes volumes de cobre “antes das tarifas” para constituir reservas a menor custo. Uma parcela crescente dos stocks mundiais está, assim, a ser “aspirada” para os armazéns norte-americanos. 

A situação alimenta receios de escassez noutros locais, contribui para a subida dos preços e torna o mercado mais vulnerável ao menor incidente mineiro ou logístico.

Oferta limitada e riscos estruturais da produção 

A oferta mundial de cobre é limitada porque a produção avança muito mais lentamente do que a procura. 

Os grandes países produtores (Chile, Peru, R.D. Congo, Indonésia) enfrentam uma queda nos teores de minério, aumento de custos e uma multiplicação de incidentes técnicos, climáticos ou sociais que perturbam a produção e atrasam a expansão de capacidade. 

Além disso, o prazo para desenvolver uma nova mina ultrapassa frequentemente 15 anos.

Procura impulsionada pela transição energética e pela IA 

Já a procura deverá continuará a aumentar em 2026, impulsionada pela eletrificação (modernização das redes, consumo dos centros de dados, energias renováveis). 

À procura “física” acresce a procura “financeira”, com os investidores a integrar progressivamente as matérias-primas nos seus portefólios.

Défice de cobre previsto para 2026 

Para 2026, o ICSG (International Copper Study Group) antecipa um défice de cerca de 150 mil toneladas no mercado de cobre refinado, depois de um excedente em 2025. 

Cenários mais “orientados para a transição energética” apontam este défice de cobre para 300 a 400 mil toneladas em 2026, assumindo uma procura mais elevada e poucos novos projetos operacionalizados dentro dos prazos. 

O banco americano Citigroup prevê um preço de 13 000 dólares no segundo trimestre de 2026. O UBS aponta para de 13 000 dólares no final de 2026. Mais conservador nas hipóteses para a procura, o Goldman Sachs prevê 10 000 a 11 000 dólares em 2026.

Como investir no cobre através de ETC

Num portefólio diversificado, uma exposição limitada ao cobre, por exemplo, em torno de 5% da carteira, pode ser interessaste para potenciar a rentabilidade. Contudo, será somente para investidores que aceitem uma volatilidade elevada e um horizonte de longo prazo. 

Para investir nesta matéria-prima, dispõe do ETC WisdomTree Copper (código ISIN: GB00B15KXQ89). A valorização deste produto, idêntico aos ETF, acompanha de perto a evolução da cotação do cobre em euros. Em 2025, acumula um ganho de 14,8%. 

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