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Os mercados estão demasiado focados no curto prazo?

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Os investidores devem manter a frieza e a sua capacidade de análise

Publicado em: 22 dezembro 2025
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Autor:  Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

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Os investidores devem manter a frieza e a sua capacidade de análise

A European Securities and Markets Authority, regulador financeiro europeu, constata que os mercados financeiros evoluem para o curto prazo, dominado pela especulação e não pelo investimento de longo prazo. 
 

Uma parte crescente dos fluxos bolsistas orienta-se para estratégias de curto prazo, como trading e especulação, enquanto o investimento tradicional assenta na detenção prolongada de ações ou fundos.

Este enviesamento de curto prazo exerce pressão sobre as empresas, que tendem a privilegiar os resultados trimestrais e a assumir riscos mais elevados, em detrimento de projetos com rentabilidade a mais longo prazo, penalizando o seu crescimento futuro.

Perante este imediatismo em expansão, o investidor individual deve manter a frieza e a sua capacidade de análise.

Que consequências para as empresas? 

Sob a pressão dos mercados e de investidores que procuram resultados cada vez mais rápidos e bastante acima da média, algumas administrações privilegiam projetos rapidamente rentáveis e reestruturam muito rapidamente e com pouca reflexão de longo prazo, com o intuito de sustentar a cotação no curto prazo. 

Estas estratégias podem comprometer, a prazo, a rentabilidade e a solidez financeira dessas empresas, ao invés das mais disciplinadas no longo prazo, como são, por exemplo, a Microsoft, a Coca-Cola, a LVMH ou a Berkshire Hathaway. 

Contudo, em sentido contrário, a Nokia e o Deutsche Bank são empresas que reestruturaram frequentemente as suas atividades sem convencerem plenamente os investidores. 

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Que atitude deve adotar? Os nossos conselhos. 

Para a maioria dos aforradores, compensa adotar uma lógica de longo prazo, coerente com os projetos pessoais, em vez de multiplicar as operações de curto prazo. 
Que atitude adotar enquanto investidor?

1. Horizonte de investimento, em primeiro lugar 

Além de decidir o que comprar, também é igualmente importante decidir para que horizonte temporal e que risco aceita assumir. 

A decisão de investir deve partir da base do seu horizonte de investimento, do objetivo (reforma, compra de habitação ou estudos dos filhos) e da sua tolerância ao risco, não se focando apenas no momento do mercado. 

Quanto mais longo o horizonte, maior pode ser a sua exposição a ativos de risco, como ações, fundos de ações e ETF. Horizontes curtos exigem, pelo contrário, menor exposição ao risco e deve privilegiar produtos com maior liquidez.

2. Adotar uma lógica de longo prazo 

Manter-se investido numa carteira de ativos bem diversificada durante longos períodos supera, geralmente, estratégias de curto prazo baseadas em golpes bolsistas. 

Na prática, implica privilegiar uma estratégia de comprar e manter (buy & hold) ativos de qualidade, reequilibrar periodicamente a carteira de investimentos e evitar reações bruscas a cada manchete alarmista. 

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3. Proteja-se dos enviesamentos comportamentais 

Vários enviesamentos, como a aversão ao risco, o efeito manada e o excesso de confiança, levam a comprar após as subidas e a vender em pânico, o que destrói a performance. 

Uma atitude adequada passa por definir regras simples: diversificação, frequência de revisão/rebalanceamento, por exemplo, uma a duas vezes por ano, e compras regulares, em vez de uma gestão dominada pela emoção do momento.

4. Manter uma componente especulativa eventualmente limitada 

Para quem sente necessidade de especular, pode ser útil isolar uma pequena componente especulativa muito limitada, por exemplo 5% do portefólio, com regras estritas. 
Esta abordagem canaliza o impulso de curto prazo sem colocar em risco os objetivos estruturantes de poupança.

Numa conjuntura de mercado mais volátil e mais abrupta do que nunca, a vantagem reside na disciplina e no alinhamento com os seus objetivos e num horizonte de longo prazo. 

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